domingo, 25 de dezembro de 2011

NATAL - 25 de Dezembro

 
Venite, adoremus, venite! (Sl 94,6)

"Apalpamos como cegos a parede, andamos tateando; jazemos como mortos nas trevas; rugimos como ursos e gememos como pombos, à espera da salvação". Assim falava Isaías aos seus contemporâneos.
Nós, porém, anunciamos uma grande alegria: eis o nosso Deus. Hoje nasceu o nosso salvador, Cristo Senhor; esta é a nossa alegre certeza; embora muitos homens ainda vivam as palavras de Isaías, nossos ouvidos escutaram no meio da noite: a estrela da manhã se levantou; um menino nasceu para nós. O seu nome é "Deus vem salvar-nos". "Salvador" é em nossa língua o nome mais elevado para Jesus de Nazaré; salvador significa certeza. Salvador. Um salvador na figura de uma criança, um salvador tão vulnerável, tão frágil e desarmado como uma criança.

Um menino nasceu para nós

Para reconquistar os homens, para elevá-los a si, para falar com eles, Deus veio a este mundo como uma criança; como um balbucio que é fácil sufocar. E, de fato, o sufocam. Sufocam-no, fazendo do Natal a festa da sociedade de consumo, do esbanjamento institucionalizado; festa dos presentes e das decorações luminosas, do décimo terceiro salário e dos champanhas e panetones; festa de certa poesia de bondade generalizada, de um difuso sentimentalismo com verniz de generosidade e emoção.
Outros sufocam o Deus-Menino impedindo-o de crescer. Deus permanece criança por toda a sua vida; uma frágil estatueta de terracota, relegada a uma caixa, que se coloca no presépio uma vez por ano; é preciso um pretexto para dar certa aparência religiosa a esse natal pagão. As palavras que essa Criança trouxe aos homens não são ouvidas; são exigentes e inoportunas, enquanto um cristianismo adocicado é muito mais cômodo.

"Veio entre os seus" (Jo 1,11)

Jesus não é uma tradição anual, não é um mito, não é uma fábula. Jesus é parte verdadeira da nossa história humana. O sentido teológico da vinda de Cristo não destrói por si só a moldura festiva e a poesia do Natal, mas a redimensiona e a coloca em seu justo contexto; Jesus que nasce é a Palavra de Deus que se faz carne; nós, seres humanos, somos levados talvez a nos deter mais na criancinha, terna e frágil, do que em seu aspecto de Verbo encarnado. Por isso, na liturgia de hoje, o alegre anúncio do nascimento de Cristo nos é dado com as palavras de Lucas e de João. Lucas se detém em algumas particularidades históricas que nos dão suficiente garantia de historicidade e credibilidade, e nos mostram um Jesus pobre, filho de humildes operários, um número apenas de uma remota província do império romano, um portador de todas as promessas do Antigo Testamento, embora de um modo um pouco diferente do que era esperado e suspirado pelo povo judeu, tanto que só os pobres, os "vazios de si", os vigilantes, o reconhecem. João inclui a encarnação no plano da história da salvação. Assim como através do Verbo eterno foi esboçada a primeira criação, pela obra da encarnação do mesmo Verbo advém uma nova criação: o homem adquire a condição de filho de Deus; a relação homem-Deus, que o pecado havia rompido, é restabelecida em Cristo. Tornado filho de Deus, o homem está em condições de realizar seu papel de criatura; pode dirigir-se a Deus e chamá-lo "pai", e é livre, porque filho e não servo, e ama os outros homens porque irmãos.

Um homem como nós!

Não é fácil, tampouco, tentar descrever o grande mistério da encarnação de Deus. Como escreve João, "não bastariam todos os livros do mundo". "Em todos os testemunhos da fé cristã primitiva uma coisa é clara: no âmbito da história apresenta-se um homem, um homem como todos nós; porém, em toda a sua existência terrena, do nascimento à terrível morte na cruz, ultrapassa de tal modo as dimensões do humano que nos abre uma porta que faz entrever a transcedência da existência humana. Um homem que faz sinais extraordinários e pronuncia palavras que não passam; põe em prática o amor como nenhum outro; revela o que é amor que salva os homens; é imagem e sinal de Deus neste mundo. Um homem em quem o eterno irrompe no tempo; através do qual os homens vêm a conhecer a profundidade e a altura da existência humana.
Torna-se ele esperança para os homens destinados à morte, pois morrendo nos merece a vida e nos abre um novo futuro. Tudo isso se revela desde o seu nascimento; a frágil criancinha que jaz na majedoura é o salvador do mundo. Isto é a imperecível mensagem do Natal - sem mito e nem lenda" (R. Schnackenburg).

Liturgia do Natal

Missa da Vigília (Tarde do Dia 24/12, antes ou depois das primeiras Vésperas do Natal)

Primeira Leitura Is 62, 1-5
Salmo 88
Segunda Leitura At 13, 16-17.22-25
Evangelho Mt 1, 1-25

Missa da Noite (Na "noite" do dia 25/12, em geral à meia-noite, Primeira Missa do Natal do Senhor)

Primeira Leitura Is 9, 1-6
Salmo 95
Segunda Leitura Tt 2, 11-14
Evangelho Lc 2, 1-14

Missa da Aurora (No dia 25/12, ao alvorecer, segunda Missa do Natal)

Primeira Leitura Is 62, 11-12
Salmo 96
Segunda Leitura Tt 3, 4-7
Evangelho Lc 2, 15-20

Missa do Dia (Dia 25/12, terceira missa do Natal)

Primeira Leitura Is 52, 7-10
Leitura do Livro do Profeta Isaías
Como são belos, andando sobre os montes, os pés de quem anuncia e prega a paz, de quem anuncia o bem e prega a salvação, e diz a Sião: "Reina teu Deus!" Ouve-se a voz de teus vigias, eles levantam a voz, estão exuberantes de alegria, sabem que verão com os próprios olhos o Senhor voltar a Sião. Alegrai-vos e exultai ao mesmo tempo, ó ruínas de Jerusalém, o Senhor consolou seu povo e resgatou Jerusalém. O Senhor desnudou seu santo braço aos olhos de todas as nações; todos os confins da terra hão de ver a salvação que vem do nosso Deus.
Palavra do Senhor
Graças a Deus!

Salmo 97

R. Os confins do universo contemplaram
a salvação do nosso Deus.

- Cantai ao Senhor Deus um canto novo,
porque ele fez prodígios!
Sua mão e o seu braço forte e santo
alcançaram-lhe a vitória. R

- O Senhor fez conhecer a salvação, 
e às nações, sua justiça;
recordou o seu amor sempre fiel
pela casa de Israel. R

- Os confins do universo contemplaram
a salvação do nosso Deus.
Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira,
alegrai-vos e exultai! R.

- Cantai salmos ao Senhor ao som da harpa
e da cítara suave!
Aclamai, com os clarins e as trombetas, 
ao Senhor, o nosso Rei! R.

Segunda Leitura Hb 1, 1-6
Leitura da Carta aos Hebreus
Muitas vezes e de muitos modos falou Deus outrora aos nossos pais, pelos profetas; nestes dias, que são os últimos, ele nos falou por meio do Filho, a quem ele constituiu herdeiro de todas as coisas e pelo qual também ele criou o universo. Este é o esplendor da glória do Pai, a expressão do seu ser. Ele sustenta o universo com o poder de sua palavra. Tendo feito a purificação dos pecados, ele sentou-se à direita da majestade divina, nas alturas. Ele foi colocado tanto acima dos anjos quanto o nome que ele herdou supera o nome deles.
De fato, a qual dos anjos Deus disse alguma vez: "Tu és o meu Filho, eu hoje te gerei?" Ou ainda: "Eu serei para ele um Pai e ele será para mim um filho?" Mas, quando faz entrar o Primogênito no mundo, Deus diz: "Todos os anjos devem adorá-los!"
Palavra do Senhor.
Graças a Deus!

Evangelho Jo 1, 1-18
[A forma breve está entre colchetes]
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João
[No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus; e a Palavra era Deus. No princípio estava ela com Deus. Tudo foi feito por ela, e sem ela nada se fez de tudo que foi feito. Nela estava a vida, e a vida era a luz dos homens. E a luz brilha nas trevas, e as trevas não conseguiram dominá-la.] Surgiu um homem enviado por Deus; seu nome era João. Ele veio como testemunha, para dar testemunho da luz, para que todos chegassem à fé por meio dele. Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz: daquele que [era a luz de verdade, que, vindo ao mundo, ilumina todo ser humano.
A Palavra estava no mundo - e o mundo foi feito por meio dela - mas o mundo não quis conhecê-la. Veio para o que era seu, e os seus não a acolheram. Mas, a todos que a receberam, deu-lhes capacidade de se tornarem filhos de Deus isto é, aos que acreditam em seu nome, pois estes não nasceram do sangue nem da vontade da carne nem da vontade do varão, mas de Deus mesmo. E a Palavra se fez carne e habitou entre nós. E nós contemplamos a sua glória, glória que recebe do Pai como Filho unigênito, cheio de graça e de verdade.]
Dele, João dá testemunho, clamando: "Este é aquele de quem eu disse: O que vem depois de mim passou à minha frente, porque ele existia antes de mim." De sua plenitude todos nós recebemos graça por graça. Pois por meio de Moisés foi dada a Lei, mas a graça e a verdade nos chegaram através de Jesus Cristo.
A Deus, ninguém jamais viu. Mas o Unigênito de Deus, que está na intimindade do Pai, ele no-lo deu a conhecer.
Palavra da Salvação.
Glória a vós, Senhor.

Nesse dia o Credo é o Símbolo Niceno-Constantinopolitano.

Fonte: Missal Dominical

Jesus, Maria e José, nossa Família Vossa É!

FELIZ NATAL!!

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Que Deus os abençõe.
Obrigada