O Pontificado do Papa Francisco foi consagrado à Nossa Senhora de
Fátima, neste segunda-feira, 13. A consagração, que havia sido um pedido do próprio Papa, foi feita pelo cardeal patriarca de Lisboa, Dom José Policarpo.
A cerimônia fez parte das atividades da peregrinação internacional
que acontece tradicionalmente no Santuário Mariano de Fátima em Portugal
de 12 e 13 de maio. Neste ano as comemorações marcam o 96.º aniversário
da primeira aparição de Nossa Senhora aos videntes beatos de Fátima,
Lúcia, Francisco e Jacinta.
Consagração do ministério do Papa Francisco à Nossa Senhora de Fátima
Virgem Santíssima,
1. Estamos a Vossos pés, os Bispos de
Portugal e esta multidão de peregrinos, no 96.° aniversário da Vossa
Aparição aos Pastorinhos, nesta Cova da Iria, para dar cumprimento ao
desejo do Papa Francisco, claramente expresso, de Vos consagrar a Vós,
Virgem de Fátima, o seu Ministério de Bispo de Roma e de Pastor
Universal. Assim Vos consagramos Senhora, Vós que sois Mãe da Igreja, o
Ministério do novo Papa: enchei o seu coração da ternura de Deus, que
Vós experimentastes como ninguém, para que ele possa abraçar todos os
homens e mulheres deste tempo com o amor do Vosso Filho Jesus Cristo.
A humanidade contemporânea precisa sentir-se amada, por Deus e pela
Igreja. Só sentindo-se amada vencerá a tentação da violência, do
materialismo, do esquecimento de Deus, da perda do rumo que a conduzirá a
um mundo novo, onde o amor reinará. Dai-lhe o dom do discernimento para
saber identificar os caminhos da renovação da Igreja; dai-lhe coragem
para não hesitar em seguir os caminhos sugeridos pelo Espírito Santo;
amparai-o nas horas duras de sofrimento, a vencer, na caridade, as
provações que a renovação da Igreja lhe trará. Estai sempre a seu lado,
pronunciando com ele aquelas palavras que bem conheceis:
“Eu sou a Serva
do Senhor, cumpra-se em Mim a Tua Palavra”.
2. Os caminhos de renovação da Igreja
levam-nos a redescobrir a atualidade da Mensagem que deixastes aos
Pastorinhos: a exigência da conversão a Deus que tem sido tão ofendido,
porque tão esquecido. A conversão e sempre um regresso ao amor de Deus.
Deus perdoa porque nos ama. É por isso que o Seu amor se chama
misericórdia. A Igreja, protegida pela Vossa solicitude maternal e
guiada por este Pastor, tem de se afirmar, sempre mais, como Lugar da
conversão e do perdão, porque nela a verdade exprime-se sempre na
caridade.
Vós indicastes a oração como o caminho
decisivo da conversão. Ensinai a Igreja, de que Sois membro e modelo, a
ser, cada vez mais, um povo orante, em comunhão com o Santo Padre, o
primeiro orante deste povo e também em comunhão silenciosa com o
anterior Papa, Sua Santidade Bento XVI, que escolheu o caminho do orante
silencioso, desafiando a Igreja para os caminhos da oração.
3. Na Vossa Mensagem aos Pastorinhos,
aqui na Cova da Iria, pusestes em relevo o Ministério do Papa, “o Homem
vestido de branco”. Três dos últimos Papas fizeram-se peregrinos do
Vosso Santuário. Só Vós, Senhora, no Vosso amor maternal a toda a
Igreja, podeis pôr no coração do Papa Francisco o desejo de ser
peregrino deste Santuário. Não é algo que se lhe possa pedir por outras
razões; só a cumplicidade silenciosa entre Vós e Ele o levara a
sentir-se atraído por esta peregrinação na certeza de que será
acompanhado por milhões de crentes, dispostos a ouvir de novo a Vossa
Mensagem.
Aqui, neste Altar do mundo, ele poderá
abençoar a humanidade, fazer sentir ao mundo de hoje que Deus ama todos
os homens e mulheres do nosso tempo, que a Igreja os ama e que Vós, Mãe
do Redentor, os conduzis com ternura aos caminhos da salvação.
Fátima, 13 de Maio de 2013
D. José Policarpo, cardeal-patriarca de Lisboa e presidente da Conferência Episcopal Portuguesa
Fonte: Canção Nova
Nossa Senhora de Fátima, rogai por nós!
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