Uma
coisa que muitos católicos não sabem – e por isso não cumprem – é que
existem os “Cinco Mandamentos da Igreja”, além dos Dez Mandamentos. Eles
não foram revogados pela Igreja com o novo Catecismo de João Paulo II
(1992). É preciso entender que Mandamento é algo obrigatório para todos
os católicos, diferente de recomendações, conselhos, etc. Cristo deu
poderes à Sua Igreja para estabelecer normas para a salvação do povo.
Ele disse aos Apóstolos: “Quem vos ouve a mim ouve, quem vos rejeita a
mim rejeita, e quem me rejeita, rejeita Aquele que me enviou” (Lc
10,16). “Em verdade, tudo o que ligardes sobre a terra, será ligado no
Céu, e tudo o que desligardes sobre a terra, será também desligado no
Céu.” (Mt 18,18) Então, a Igreja legisla com o “poder de Cristo”, e quem
não a obedece, não obedece a Cristo, e em consequência, ao Pai.
Para a salvação do povo, então, a Igreja
estabeleceu Cinco obrigações que todo católico têm de cumprir, conforme
ensina o Catecismo da Igreja. Ele diz:
“Os mandamentos da Igreja situam-se nesta
linha de uma vida moral ligada à vida litúrgica e que dela se alimenta.
O caráter obrigatório dessas leis positivas promulgadas pelas
autoridades pastorais tem como fim garantir aos fiéis o mínimo
indispensável no espírito de oração e no esforço moral, no crescimento
do amor de Deus e do próximo.” (§2041)
Note que o Catecismo diz que isto é o
“mínimo indispensável” para o crescimento na vida espiritual; podemos e
devemos fazer muito mais, pois isto é apenas o mínimo obrigado pela
Igreja. Ela sabe que como Mãe, tem filhos de todos os tipos e condições,
portanto, fixa, sabiamente, apenas o mínimo necessário, deixando que
cada um, conforme a sua realidade, faça mais. E devemos fazer mais.
1 – Primeiro mandamento da Igreja:
“Participar da missa inteira nos domingos e outras festas de guarda e
abster-se de ocupações de trabalho”. Ordena aos fiéis que santifiquem o
dia em que se comemora a ressurreição do Senhor, e as festas litúrgicas
em honra dos mistérios do Senhor, da santíssima Virgem Maria e dos
santos, em primeiro lugar participando da celebração eucarística, em que
se reúne a comunidade cristã, e se abstendo de trabalhos e negócios que
possam impedir tal santificação desses dias (CDC, cân. 1246-1248).
(§2042) Os Dias Santos – com obrigação de participar da missa, são
esses, conforme o Catecismo: “Devem ser guardados [além dos domingos] o
dia do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo, da Epifania (domingo no
Brasil), da Ascensão (domingo) e do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo
(Corpus Christi), de Santa Maria, Mãe de Deus (1º de janeiro), de sua
Imaculada Conceição (8 de dezembro) e Assunção (domingo), de São José
(19 de março), dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo (domingo), e por fim,
de Todos os Santos (domingo)” (CDC, cân. 1246,1; n. 2043 após nota 252).
(§2177)
2 – Segundo mandamento:
“Confessar-se ao menos uma vez por ano”. Assegura a preparação para a
Eucaristia pela recepção do sacramento da Reconciliação, que continua a
obra de conversão e perdão do Batismo (CDC, cân. 989). É claro que é
pouco se Confessar uma vez ao ano, seria bom que cada um se Confessasse
ao menos uma vez por mês, fica mais fácil de se lembrar dos pecados e
ter a graça para vencer os pecados.
3 – Terceiro mandamento:
“Receber o sacramento da Eucaristia ao menos pela Páscoa da
ressurreição” (O período pascal vai da Páscoa até festa da Ascenção) e
garante um mínimo na recepção do Corpo e do Sangue do Senhor em ligação
com as festas pascais, origem e centro da Liturgia cristã (CDC, cân.
920). Também é muito pouco Comungar ao menos uma vez ao ano. A Igreja
recomenda (não obriga) a Comunhão diária.
4 – Quarto mandamento:
“Jejuar e abster-se de carne, conforme manda a Santa Mãe de Igreja” (No
Brasil é na Quarta-feira de cinzas e na Sexta-feira Santa). Este jejum
consiste de um leve café da manhã, um almoço leve e um lanche leve à
tarde, sem mais nada no meio do dia, nem o cafezinho. Quem desejar pode
fazer um jejum mais rigoroso; o obrigatório é o mínimo. Os que já tem
mais de sessenta anos estão dispensados da obrigatoriedade, mas podem
fazer se desejarem. Diz o Catecismo que o jejum “Determina os tempos de
ascese e penitência que nos preparam para as festas litúrgicas;
contribuem para nos fazer adquirir o domínio sobre nossos instintos e a
liberdade de coração (CDC, cân. 882)”.
5 – Quinto mandamento:
“Ajudar a Igreja em suas necessidades” Recorda aos fiéis que devem ir ao
encontro das necessidades materiais da Igreja, cada um conforme as
próprias possibilidades (CDC, cân. 222). Não é obrigado que o dízimo
seja de 10% do salário, nem o Catecismo e nem o Código de Direito
Canônico obriga isto, mas é bom e bonito. O importante é, como disse São
Paulo, dar com alegria, pois “Deus ama aquele que dá com alegria” (cf.
2Cor 9, 7). Esta ajuda às necessidades da Igreja pode ser dada uma parte
na paróquia e em outras obras da Igreja. Nota: Conforme preceito o
Código de Direito Canônico, as Conferências Episcopais de cada pais,
podem estabelecer outros preceitos eclesiásticos para o seu território
(CDC, cân. 455).(§2043) Demos graças a Deus pela Santa Mãe Igreja que
nos guia. O Papa Paulo VI disse que “quem não ama a Igreja não ama Jesus
Cristo”.
Prof. Felipe Aquino
Fonte: Canção Nova
São Bento, rogai por nós!!
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