quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Vida consagrada: religiosa fala de renúncias e escolha vocacional

André Alves

Da Redação, com colaboração de Jéssica Marçal



Mosteiro de São João
Comunidade monástica de São João (Ordem de São Bento)
 
Desde o último domingo, 18, a Igreja celebra uma semana dedicada à Vida Consagrada; àqueles que servem, em tempo integral, à causa do Reino de Deus. São monges e monjas, freis e freiras, homens e mulheres consagrados a Deus em institutos de vida religiosa.

Inclusa neste ambiente de entrega, está a Irmã Maria de Nazaré, 71 anos. Ela é uma das monjas do mosteiro beneditino São João, em Campos do Jordão, interior paulista, e há dez anos ingressou na Ordem Religiosa de São Bento.

Como a maioria das pessoas que assumem a vida consagrada, Irmã Maria também fez renúncias ao responder ao chamado de Deus. Segundo ela, do ponto de vista humano, a principal renúncia foi a do convívio familiar. No entanto, explica que, chegando ao mosteiro, entendeu que não houve um abandono da família, mas uma presença diferenciada.
“Nós, como intercessoras aqui no Mosteiro, entendemos que trazemos todos os homens, todas as famílias, todas as circunstâncias e oferecemos a Deus a cada dia e pedimos por eles. Então, eles estão muito próximos de nós”, disse.

Apesar de ter deixado a família, a religiosa considera que a principal renúncia foi a da própria vontade. Segundo ela, é necessário ao vocacionado entrar numa atmosfera de despojamento; deixar tudo, inclusive as certezas humanas. "A gente tem que se esvaziar e se tornar discípulo", diz a religiosa. "Para ser discípulo não é possível vir com a taça cheia porque você não vai conseguir aprender como se dá a caminhada dentro da vida monástica”, afirmou.

Irmã Maria viveu no Rio de Janeiro durante muitos anos, em meio a uma vida ativa e com trabalhos pastorais. Para ela, ter deixado tudo isso, a família, os projetos e até sonhos pessoais foi uma atitude certa. “Certíssima! Demorei muito tempo para entender que o trabalho que fazia tinha essa conotação de serviço e que este seria feito de uma outra forma e até com mais qualidade num mosteiro. No meu caso foi certíssima, e eu dou graças a Deus pela minha vocação”.

Para Irmã Maria, ser consagrada a Deus significa viver a vida cristã em sua plenitude e radicalidade, sem negar nada a Cristo. Representa também a alegria de ter ouvido o chamado de Deus e respondido “sim”, o que para ela é motivo de profunda gratidão.

“Nós devemos rezar agradecendo esse chamado. Rezar com um espírito de gratidão por Ele [Cristo] ter nos escolhido e chamado para viver a vida cristã na sua plenitude dentro de um mosteiro”.
O chamado à vida consagrada não foi exclusividade da Irmã Maria de Nazaré; outros familiares também aceitaram o apelo de Cristo e entregaram sua vida. Segundo a Irmã, na família do pai, há três sacerdotes e uma religiosa da Congregação das Irmãs Filhas de Santana, falecida com 65 anos de vida consagrada. Na linha materna, Irmã Maria é a primeira vocação religiosa.

Discernimento vocacional

Como alguém pode discernir se a vida consagrada é um chamado de Deus para si? Quais os sinais que confirmam esta vocação? Viúvos(as) podem ingressar na vida religiosa? Estas e outras questões, Irmã Maria de Nazaré responde na entrevista à repórter Jéssica Marçal. Ouça


Fonte: Canção Nova

Nossa Senhora da Assunção, rogai por nós!

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