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Philip Kosloski | Mar 12, 2019
E por que o peixe está no cardápio
Você sabe que está em uma cidade católica quando, durante a Quaresma, os restaurantes anunciam apenas peixe no cardápio. Eu já vi até como grandes redes de fast-food colocam o peixe em destaque especialmente na Quarta-feira de Cinzas.
Mas por que a Igreja orienta os católicos a se absterem de carne às sextas-feiras (assim como na Quarta-feira de Cinzas e na Sexta-feira Santa), e dá o sinal positivo para se comer peixe?
Primeiro de tudo, devemos fazer a pergunta: “por que sexta-feira?”
Os povos católicos, desde tempos imemoriais, guardaram a sexta-feira para uma observância penitencial especial pela qual eles alegremente sofrem com Cristo para que um dia possam ser glorificados com Ele. Este é o coração da tradição da abstinência de carne às sextas-feiras, tradição que tem sido observada na Santa Igreja Católica.
Uma vez que se acredita que Jesus Cristo sofreu e morreu na cruz numa sexta-feira, os cristãos, desde o início, dedicaram esse dia para unir seu sofrimento a Jesus. Isso levou a Igreja a reconhecer todas as sextas-feiras como uma “Sexta-feira Santa”, onde os cristãos podem lembrar a paixão de Cristo, oferecendo um tipo específico de penitência.
Na história da Igreja, a carne sempre foi apontada como um sacrifício digno, devido à sua associação com festas e celebrações.
Na maioria das culturas antigas, a carne era considerada uma iguaria e o “bezerro engordado” não era abatido a menos que houvesse algo para comemorar. Como as sextas-feiras passaram a ser consideradas um dia de penitência e mortificação, comer carne nesse dia para “celebrar” algo não parecia certo.
Mas por que o peixe não é considerado “carne”?
As leis da Igreja classificam a abstinência de “animais terrestres”.
As leis de abstinência consideram que a carne vem apenas de animais como galinhas, vacas, ovelhas ou porcos – todos eles vivem em terra. As aves também são consideradas carne. Peixes, por outro lado, não estão nessa mesma classificação.
Os peixes são uma categoria diferente de animal. Sal e espécies de peixes de água doce, anfíbios, répteis (animais de sangue frio) e mariscos são permitidos.
Em latim, a palavra usada para descrever que tipo de “carne” não é permitida às sextas-feiras é carnis, e se refere especificamente a “carne animal”, nunca incluindo peixe como parte da definição. Além disso, o peixe nessas culturas não era considerado uma refeição “comemorativa”.
Nossa cultura atual é muito diferente, já que a carne em muitos países pode ser considerada a opção mais barata do cardápio e não tem mais a conexão cultural com as celebrações. É por isso que muitas pessoas estão confusas sobre os regulamentos, especialmente aquelas que apreciam muito comer peixe e não consideram uma penitência ficar sem carne.
A intenção da Igreja é encorajar os fiéis a oferecer um sacrifício a Deus que venha do coração e una o sofrimento de alguém ao de Cristo na cruz.
A carne é considerada a penitência básica, mas o sentido da regra deve ser sempre recordado. Por exemplo, não dá necessariamente a uma pessoa a licença para comer um jantar de lagosta toda sexta-feira na Quaresma. O ponto principal é fazer um sacrifício que atraia uma pessoa para mais perto de Cristo, que por amor a nós fez o sacrifício supremo.
Fonte: Aletéia
São José, rogai por nós!
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