terça-feira, 14 de junho de 2022

Não coloque Santo Antônio de cabeça para baixo!

77krc | Flickr CC BY-NC-ND 2.0


Esta superstição é uma prática não cristã, 
que deturpa a genuína devoção aos santos

Santo Antônio de cabeça para baixo: esta superstição é muito comum dentro de outra superstição que atribui “poderes casamenteiros” ao santo mais disputado entre portugueses e italianos.

De fato, há muita coisa “de cabeça para baixo” em torno a Santo Antônio de Pádua, que, para começo de conversa, nem era Antônio nem era de Pádua. É que o seu nome de batismo era Fernando de Bulhões e Taveira de Azevedo – ele só passou a se chamar Antônio aos 25 anos, quando se tornou frade franciscano. E ele não nasceu em Pádua, na Itália, mas sim em Lisboa, muito boa razão pela qual os portugueses o chamam de Santo Antônio de Lisboa. Saiba mais sobre isto acessando o artigo recomendado ao final desta matéria.

Mas e a fama de santo casamenteiro?

Já em vida, o frade era considerado santo pela população, mas, após a sua morte e canonização, as atribuições de milagres à sua intercessão aumentaram com grande intensidade. O próprio Papa Leão XII o chamou de “santo de todo o mundo”, devido à enorme extensão da devoção a ele. De fato, Santo Antônio é venerado como padroeiro dos pobres, dos viajantes, dos pedreiros e dos padeiros, entre muitos outros profissionais.

Justamente por conta da fama de grande intercessor, Santo Antônio também é muito “procurado” por quem lhe pede socorro para encontrar um bom marido ou uma boa esposa!

E é aí que surgem aqueles que até chegam a colocar a imagem do pobre santo de cabeça para baixo, como modo de “forçá-lo” a interceder por esse objetivo…

Mas esta superstição é uma prática não cristã, que deturpa a genuína devoção a Santo Antônio e o próprio sentido da intercessão dos santos segundo a fé católica.

O Catecismo da Igreja Católica nos alerta, em seu número 2.111, para o perigo da superstição: trata-se de “um desvio do sentimento religioso e das práticas que ele impõe”, podendo também “afetar o culto que prestamos ao verdadeiro Deus: por exemplo, quando atribuímos uma importância de algum modo mágica a certas práticas” – ainda que sejam práticas “legítimas ou necessárias”, como é o caso das orações.

Então nada de deixar Santo Antônio de cabeça para baixo!

Fonte: Aletéia

Santo Antônio de Pádua, rogai por nós!

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