quarta-feira, 5 de março de 2014, 10h05
CATEQUESE
Praça São Pedro
Quarta-feira, 5 de março de 2014
Praça São Pedro
Quarta-feira, 5 de março de 2014
Boletim da Santa Sé
Tradução: Jéssica Marçal
Queridos irmãos e irmãs, bom dia
Começa hoje, Quarta-Feira de Cinzas, o
itinerário quaresmal de quarenta dias que nos conduzirá ao Tríduo
pascal, memória da paixão, morte e ressurreição do Senhor, coração do
mistério da nossa salvação. A Quaresma nos prepara para este momento tão
importante, por isto é um tempo “forte”, um ponto de reviravolta que
pode favorecer em cada um de nós a mudança, a conversão. Todos nós temos
necessidade de melhorar, de mudar para melhor. A Quaresma nos ajuda e
assim saímos dos hábitos cansados e do preguiçoso costume ao mal que nos
engana. No tempo quaresmal, a Igreja nos dirige dois importantes
convites: adotar uma consciência mais viva da obra redentora de Cristo;
viver com mais empenho o próprio Batismo.
A consciência das maravilhas que o
Senhor fez para a nossa salvação dispõe a nossa mente e o nosso coração a
uma atitude de gratidão para Deus, por quanto Ele nos deu, por tudo
aquilo que realiza em favor do seu povo e de toda a humanidade. Daqui
parte a nossa conversão: essa é a resposta grata ao mistério maravilhoso
do amor de Deus. Quando nós vemos este amor que Deus tem por nós,
sentimos a vontade de nos aproximarmos Dele: esta é a conversão.
Viver a fundo o Batismo – eis o segundo
convite – significa também não se habituar às situações de degradação e
de miséria que encontramos caminhando pelos caminhos das nossas cidades e
dos nossos países. Há o risco de aceitar passivamente certos
comportamentos e de não se surpreender diante das tristes realidades que
nos cercam. Nós nos acostumamos com a violência, como se fosse uma
notícia cotidiana deduzida; habituamo-nos aos irmãos e irmãs que dormem
pelas ruas, que não têm um teto para abrigar-se. Habituamo-nos aos
refugiados em busca de liberdade e dignidade, que não são acolhidos como
se deveria. Habituamo-nos a viver em uma sociedade que pretende fazer
pouco de Deus, na qual os pais não ensinam mais aos filhos rezar nem
fazer o sinal da cruz. Eu pergunto a vocês: os vossos filhos, as vossas
crianças sabem fazer o sinal da cruz? Pensem. Os vossos netos sabem
fazer o sinal da cruz? Vocês ensinaram a eles? Pensem e respondam no
vosso coração. Sabem rezar o Pai Nosso? Sabem rezar à Nossa Senhora com a
Ave Maria? Pensem e respondam. Este costume a comportamentos não
cristãos e de comodismo narcotiza o nosso coração!
A Quaresma vem a nós como tempo
providencial para mudar a rota, para recuperar a capacidade de reagir
diante da realidade do mal que sempre nos desafia. A Quaresma seja
vivida como tempo de conversão, de renovação pessoal e comunitária
mediante a aproximação a Deus e a adesão confiante ao Evangelho. Deste
modo, permite-nos também olhar com olhos novos para os irmãos e as suas
necessidades. Por isto a Quaresma é um momento favorável para se
converter ao amor para com Deus e para com o próximo; um amor que saiba
fazer propriamente a atitude de gratuidade e de misericórdia do Senhor,
que “fez-se pobre para enriquecer-nos com a sua pobreza” (cfr 2 Cor 8,
9). Meditando sobre os mistérios centrais da fé, a paixão, a cruz e a
ressurreição de Cristo, perceberemos que o dom sem medida da Redenção
nos foi dado por iniciativa gratuita de Deus.
Dar graças a Deus pelo mistério do seu
amor crucificado; fé autêntica, conversão e abertura de coração aos
irmãos: estes são elementos essenciais para viver o tempo da Quaresma.
Neste caminho, queremos invocar com particular confiança a proteção e a
ajuda da Virgem Maria: seja Ela, primeira crente em Cristo, a nos
acompanhar nos dias de oração intensa e de penitência, para chegar a
celebrar, purificados e renovados no espírito, o grande mistério da
Páscoa do seu Filho.
Fonte: Canção Nova
Nossa Senhora da Anunciação, rogai por nós!
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