No cenário exuberante e poético da Galiléia, num pequeno promontório sobre o Mar Mediterrâneo destaca-se o Monte Carmelo, refúgio de muitos varões santos que, no Antigo Testamento, se retiravam àquele lugar isolado para rezar pela vinda do Divino Salvador.
Mas nenhum destes santos impregnou de tanta virtude aquelas rochas abençoadas quanto Santo Elias.
Quando este profeta de zelo ardente para aí se retirou, por volta do século IX antes da Encarnação do Filho de Deus, havia três anos que uma implacável estiagem encerrava os céus da Palestina, punindo a infidelidade dos hebreus para com Deus. Enquanto rezava com fervor, pedindo que o castigo fosse aliviado pelos méritos dAquele Redentor que haveria de vir, Elias enviou o seu servo ao cume do monte, ordenando-lhe: "Vai, e olha para o lado do mar"... Mas o servo nada viu. E, descendo, disse: "Não há nada". Confiante, o Profeta fê-lo retomar sete vezes a infrutuosa escalada. Por fim, o servo retornou, dizendo: "Vejo uma nuvenzinha do tamanho da pegada de um homem". De fato, a nuvem era tão pequena e diáfana que parecia destinada a desaparecer ao primeiro sopro dos abrasados ventos do deserto. Mas não, pouco a pouco cresceu, alargou-se no céu até cobrir todo o horizonte e fez precipitar-se sobre a terra uma abundante chuva. Foi, naquele momento, a salvação do povo de Deus.
Em sua contemplação, Elias entendeu que aquela pequena nuvem era uma figura da humilde Maria, cujos méritos e virtudes excederiam os de todo o gênero humano, atraindo para os pecadores o perdão e a Redenção. Com 700 anos de antedecência, o Profeta havia vislumbrado o papel mediador da Mãe do Messias esperado. E tornou-se, por assim dizer, o seu primeiro devoto sobre a terra.
O fervor mariano de Santo Elias não desapareceu quando este foi arrebatado ao céu por um carro de fogo. Uma bela tradição diz-nos que sempre houve no Monte Carmelo eremitas que ali viveram, rezando e pregando aos peregrinos. Mas viviam isolados, sem qualquer regra fixa.
Por volta do Século IV houve uma transformação. Quando começaram a aparecer os primeiros cenobitas, alguns acorreram para as encostas do Monte Carmelo com o desejo de viver em comunidade, buscando conservar o espírito de Santo Elias e transmiti-lo de geração em geração até o fim do mundo. Ainda hoje se vê nas encostas rochosas as ruínas de uma pequena ermida que ali edificaram.
Por volta do Século XII, um grupo de novas vocações, desta vez vindas do Ocidente no grande movimento das Cruzadas, acrescentou renovado fervor à antiga família de almas. Logo se edificou uma pequena igreja onde a comunidade se entregava à vida de oração, e em torno dela viviam tendo tudo em comum. Pode-se dizer que simbolicamente a pequena "nuvenzinha" já havia crescido e fazia chover sobre a terra abundantes graças.
Com esse florescimento, porém, tornava-se necessária uma vida mais disciplinada. Em 1225, uma delegação da Ordem dirigiu-se a Roma para pedir à Santa Sé a aprovação de uma Regra, que foi efetivamente concedida pelo Papa Onório III em 1226.
O Carmelo é cantado na Bíblia por sua beleza. Sobre este monte o profeta Elias defendera a pureza da fé israelítica no Deus vivo. A "Memória" de hoje foi instituída para recordar a data em que, segundo as tradições carmelitas, o primeiro geral da Ordem, são Simão Stock, recebeu das mãos de Maria o "escapulário" com a promessa de eterna salvação. Maria Imaculada, em Lourdes, escolheu o dia 16 de julho para a última saudação a Bernadete. Maria é o ideal puríssimo da vida religiosa.
Liturgia
I Leitura Zc 2, 14-17
Leitura da Profecia de Zacarias
"Rejubila, alegra-te, cidade de Sião, eis que venho para habitar no meio de ti, diz o Senhor. Muitas nações se aproximarão do Senhor, naquele dia, e serão o seu povo. Habitarei no meio de ti, e saberás que o Senhor dos exércitos me enviou a ti. O Senhor entrará em posse de Judá, como sua porção na terra santa, e escolherá de novo Jerusalém. Emudeça todo o mortal diante do Senhor, ele acaba de levantar-se de sua santa habitação".
Palavra do Senhor.
Graças a Deus.
Salmo Lc 1, 46-47
R. O Senhor fez por mim maravilhas,
e Santo é o seu nome.
- A minh'alma engrandece ao Senhor,
e se alegrou o meu espírito em Deus, meu Salvador,
pois, ele viu a pequenez de sua serva,
desde agora as gerações hão de chamar-me bendita. R
- O Poderoso fez por mim maravilhas
e Santo é o seu nome!
Seu amor, de geração em geração,
chega a todos que o respeitam. R.
- Demonstrou o poder de seu braço,
dispersou os orgulhosos.
Derrubou os poderosos de seus tronos
e os humildes exaltou.
De bens saciou os famintos
e despediu, sem nada, os ricos. R
- Acolheu Israel, seu servidor,
fiel ao seu amor,
como havia prometido aos nossos pais,
em favor de Abraão e de seus filhos para sempre. R.
Evangelho Mt 12, 46-50
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus
Naquele tempo, enquanto Jesus estava falando às multidões, sua mãe e seus irmãos ficaram do lado de fora, procurando falar com ele. Alguém disse a Jesus: "Olha! Tua mãe e teus irmãos estão aí fora, e querem falar contigo". Jesus perguntou àquele que tinha falado: "Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?" E, estendendo a mão para os discípulos, Jesus disse: "Eis minha mãe e meus irmãos. Pois todo aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe."
Palavra da Salvação.
Glória a vós, Senhor.
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Fonte: O Escapulário de Nossa Senhora do Carmo (TFP) e Missal Cotidiano
Nossa Senhora do Carmo, rogai por nós!