Pe. Duarte Lara
Foto: Wesley Almeida/Cancaonova.com
Deus
muda o nosso coração com a oração. Ontem falei um pouco sobre a virtude
da religião, que é como a justiça aplicada a Deus. Jesus nos disse:
“Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus” (Mt 22). “E o
que é de Deus, padre?” É dar a Ele o que Lhe é devido: a honra, a
glória, a adoração. Isso também é uma virtude, uma disposição interior,
de dar a Deus o que pertence a Ele.
Como toda virtude, ela [a
virtude da religião] cresce com o exercício. Uma pessoa que quer andar
de bicicleta, por exemplo, tem que treinar. Da mesma forma, quem quer
tocar violão, deve tocar um dia, dois dias, três dias; ninguém nasce
aprendendo a tocar violão. Quem me ensinou a rezar? Minha mãe. A
religião é uma virtude que se aprende; e a Igreja é esta grande família
que nos ensina a rezar, é só olhar a vida dos santos.
De duas
grandes formas se pode pecar contra essa virtude: sendo omisso, ou seja,
não dando a Deus o que Lhe é devido, ou fazendo aquilo que é contrário a
Ele. Deste último temos o pecado da irreligião e o de superstição.
O pecado de irreligião é não ter respeito ou aversão ao que é sagrado.
Por exemplo: jogar futebol é uma coisa boa? Sim. E jogar futebol dentro
da igreja? Claro que não, isso seria um sacrilégio. Jesus, por exemplo,
ficou irado e expulsou os vendilhões do templo quando viu que faziam
comércio na casa de Deus, no templo de Jerusalém.
Mas, hoje,
gostaria de falar de um pecado que está crescendo muito no mundo, o da
superstição. Por este pecado o demônio adquire um domínio maior sobre
nós do que por intermédio de outros pecados. A superstição é divinizar o
que, na realidade, não é divino. E existem três grandes formas de
superstição: a idolatria, a adivinhação e a magia.
Na
adivinhação você coloca verdade e confiança em algo que não vem de Deus,
como, por exemplo, nos búzios, nas cartas, nos adivinhos, entre outros.
Na magia, você faz algo muito
parecido, mas não em termos de conhecimento, mas sim de poder, ou seja,
você busca uma força que não é a de Deus, é oculta, não vem de Jesus de
Nazaré. Você vai a um bruxo, vai a um curandeiro ou cartomante para
buscar algo que só Deus pode lhe dar. O povo de Israel chamava esta
prática de adultério para com Deus. Tem gente que vai à Missa num dia e
no outro vai ao terreiro [de práticas ocultas].
Cuidado,
meu irmão, isso é muito perigoso! Isso é um pecado de irreligião, ou
seja, é como se você estivesse dizendo para Deus: "Olha, aquilo que só o
Senhor poderia me dar eu estou buscando em outro lugar, pois eu não
confio no Seu poder".
"O demônio engana muita gente!", alerta padre Duarte Lara.
Foto: Wesley Almeida/Cancaonova.com
Nós perdemos esta sensibilidade espiritual, e ainda dizemos: "Ah! Mas
isso não vai fazer mal a ninguém!". A Palavra de Deus diz que estas
práticas [ocultas] são abomináveis! (cf. Dt 10, 12). Ao praticá-las você
estará traindo o seu Deus! O Catecismo da Igreja Católica afirma que
toda forma de adivinhação deve ser rejeitada.
O demônio
engana muita gente, dizendo que não tem problema frequentar estes
lugares, buscar um bruxo, etc., mas depois ele lança o veneno, divide os
casais, faz a pessoa pecar contras as coisas sagradas.
Santo Tomás de Aquino ensina que “toda adivinhação é obra de demônio",
e Santo Agostinho escreveu um livro inteiro condenando a prática da
adivinhação, afirmando que recorrer a estas práticas é fazer pactos com o
demônio. Estes cultos de adivinhação trazem implícito um pacto com o
demônio, e para ser liberto desse pacto é preciso uma renúncia
explícita. Adivinhação é quando você pede ajuda ao demônio para conhecer
coisas futuras ou coisas escondidas. “O demônio sabe das coisas
futuras, padre?” Não, ele age como um meteorologista, ele faz cálculos
para dizer o que vai acontecer.
Santo Afonso Maria de Ligório,
bispo e doutor da Igreja, alerta que quem busca adivinhos ou invocação
dos mortos (necromancia) faz um pacto explícito com os demônios. Esse
santo afirma que os supostos espíritos que falam nos médiuns são, na
verdade, os demônios. As pessoas ficam espantadas porque os médiuns
falam com a voz do pai, da mãe, de um ente querido que morreu, porque o
demônio também conhece os nossos entes queridos. Abra o olho porque
aquele que fala ali não é a pessoa que já morreu, mas sim o demônio!
Todo tipo de adivinhação ou invocação de mortos é pecado grave e deve ser confessado, nos ensina a Igreja. São
estes pactos que abrem as portas para a ação do demônio em nossas
vidas. Daí começam a acontecer coisas em você, no seu corpo, doenças que
não têm explicação, desmaios, etc. Isso porque você foi mexer com fogo,
foi buscar solução em lugares que não vêm de Deus.
Transcrição e adaptação: Daniel Machado (@dancaonova)
Nossa Senhora das Graças da Medalha Milagrosa, rogai por nós!