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São José orienta-nos a viver intensamente a Quaresma - tempo que a Igreja nos propõe uma mudança de vida
É fato e notório a todos os cristãos, sejam católicos ou não, que os Evangelhos sinóticos são Cristocêntricos, isto é, foram escritos com o objetivo de a anunciar a vinda, morte e ressurreição de Jesus. Por esta razão, tudo mais que ocorre ao longo destes textos sagrados ficam em “segundo plano”, são relatos que acrescentam as ações de Nosso Senhor, mas não as sobrepõem. Isto se nota, por exemplo, quando São João Batista diz: “Importa que Ele (Jesus) cresça e que eu diminua” (Jo 3,30). Neste sentido vê-se que há um silêncio total de São José. Não há um versículo sequer em que ele diz uma palavra.
Ora, o que se pode aprender de um homem que nada fala?
Quando nos silenciamos, abrimo-nos à possiblidade da auto-escuta, da reflexão. E, nas correrias do dia a dia, infelizmente não dispomos de muito tempo pra isto, né?
Daí a importância de reservamos um tempo para o silêncio e aprendermos com São José que, no seu silêncio, orienta-nos a viver intensamente o período da Quaresma, tempo que a Igreja nos propõe para mudança de vida.
A Santa Igreja, Mãe educadora, inicia a Quaresma na quarta-feira de Cinzas com o Evangelho de São Mateus (Mt 6,1-6;16-18), orientando-nos como bem viver este período: esmola, oração e jejum.
Virtudes de São José
Mas, o que estas orientações da Igreja têm a ver com as virtudes de São José?
Vejamos.
Dar esmola é um ato de bondade. É capaz de reconhecer no pobre o próprio Jesus: “Em verdade eu vos declaro: todas as vezes que fizestes isso a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes”. (Mt 25,40) É, sobretudo, um ato de caridade. Qual foi a esmola de São José? Sua própria vida. Deu-se inteiramente a Maria e a Jesus.
Para a oração é necessária a fé, “fundamento da esperança, uma certeza a respeito do que não se vê” (Hb 11,1). É fazer a coisa certa, sempre andar na vontade de Deus. Como o justo é aquele que dá a Deus o que devido, cumpre os preceitos e a vontade de Deus, São Tiago nos recorda que “a oração do justo tem grande eficácia” (Tg 5,16). São José era íntimo de Deus ao ponto de lhe aparecer um anjo em sonhos (Mt 1,20) enquanto pensava na gravidez de Nossa Senhora. Veja bem, ele apenas pensava, e não julgava. Portanto, um homem justo, de fé, de oração
Para se fazer o Jejum é necessário ter Fortaleza, a capacidade de manter-se firme diante de dificuldades. E, sejamos sinceros: jejuar nem sempre é fácil. Afinal, o corpo reclama a falta de alimentos. Por isto ela é acompanhada da Prudência, a capacidade de escolher bem e decidir pelo bem em qualquer circunstância. E aqui faz-se importante notar que o jejum pode não ser apenas do alimento, mas também das ações como, por exemplo, o jejum da língua, pois “a língua, porém, nenhum homem a pode domar. É um mal irrequieto, cheia de veneno mortífero.” (Tg 3,8). Foi graças a Prudência de São José que ele não difamou Maria. Manteve sua fortaleza inabalável, uma vez que não duvidou, mas acreditou.
São José e a Quaresma
Nessa Quaresma, convido você a meditar com os mistérios da vida de São José. Na rede social de oração Hozana, você encontrará o Terço Abençoado de São José. Ele é um complemento harmonioso à devoção mariana e contribui para nossa maior compreensão acerca do grande mistério que é o plano da salvação do povo de Deus. O Terço Abençoado de São José é fruto da oração e do grande amor do padre Luiz Roberto Di Lascio para com São José.
Clique aqui para rezar o Terço de São José!
São José: pai na ternura, obediência, coragem e no acolhimento
Aprendamos com o Sumo Pontífice, o Papa Francisco, sobre este silencioso São José, pai adotivo de Jesus e nosso:
“Em São José temos a figura do PAI AMADO, sempre amado pelos cristãos, como esposo de Maria e pai de Jesus, grande homem a quem podemos recorrer nos tempos de aflição, como acorreram àquele José, filho de Jacó e governador no Egito, abaixo apenas do Faraó (Gn 41, 55).
Temos nele, pai de Jesus, o “cardo” ou dobradiça que divide Antigo e Novo Testamento”.
São José e o Menino Jesus
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São José também é PAI NA TERNURA e o menino Deus pôde ver naquele homem bondoso os primeiros traços da ternura de Deus, um Deus que é terno, amoroso, generoso, que compreende nossas fraquezas e nos convida a caminhar em seu amor, deixando-nos conduzir por Ele, que sempre está a esperar por nós, como o pai misericordioso do filho pródigo (Lc 15, 11-32), enquanto muitas vezes nos deixamos contagiar pela dureza do filho mais velho.
Foi PAI NA OBEDIÊNCIA, dispondo-se a aceitar as orientações divinas e a difícil missão – por amor a Deus, a Maria e ao nascituro menino – de tornar-se chefe da Sagrada Família e guardião dos maiores tesouros da humanidade. Com coragem e solicitude, ele, cuja bondade impediu de condenar Nossa Senhora, angustiado pela gravidez incompreensível, a toma por esposa ao saber donde provinha a criança que estava para nascer, e assim também foge para o Egito e depois vai a Nazaré, na Galileia. Enquanto servo submisso ao Pai do Céu, também lhe coube ensinar ao menino Deus a importância de serem os filhos submissos e respeitosos, honrando seus pais, observando as leis de Deus e dos homens e exercendo a paternidade de forma exemplar.
São José também foi PAI NO ACOLHIMENTO. Ciente de que a criança gestada por Nossa Senhora era o filho de Deus e de todas as responsabilidades que enfrentaria, inclusive em seu Santo Matrimônio, vivido em plena castidade, como antecipação daquele amor que existe plenamente no Céu, onde as pessoas não se casam nem se dão em casamento, acolhe sua amada sem impor condições e acolhe como seu aquele filho que lhe foi confiado. Não age como alguém resignado, mas assume a missão com maestria, exemplar como pai e como esposo.
Coragem e trabalho
Ainda temos em São José um PAI COM CORAGEM CRIATIVA, com constantes iniciativas para superar as dores e adversidades, como vemos em muitos pais sofridos em nossos tempos, que com dignidade e empenho, “tiram leite de pedras” para que suas famílias sobrevivam, como fez esse grande santo, para em meio a tantas viagens, à Belém por ordem imperial, ao Egito para fugir da perversidade de Herodes ou a Nazaré para se estabelecer, empenhar sua vida e seu labor de carpinteiro no sustento dos seus.
Daí concluímos que também no esposo de Maria temos um PAI TRABALHADOR, carpinteiro honesto e dedicado que ensinou ao Nosso Senhor sua profissão e a dignidade do trabalho honrado, que deve tirar o suor do rosto e colocar o pão à mesa, dar paz, conforto e segurança à família. Quantos em nossos dias não tem um trabalho ou o tem de forma indigna e imoral para custear injusta opulência de poucos. Mesmo assim, não podem desanimar os trabalhadores que encontram no operário São José, um patrono fiel e intercessor dedicado.
Por último, mas não menos importante, vemos em São José um PAI NA SOMBRA, exercendo seu papel dignamente e propiciando o crescimento do Menino Deus para Sua própria Missão: o sustentou, o amou, o ensinou, esteve com ele até seu último instante. Essa paternidade que não é um exercício de posse, mas sinal daquela paternidade suprema encontrada em Deus que também nos dá a liberdade de filhos e filhas, mas espera que, em tributo ao Seu Amor, trilhemos o caminho correto.
Wellington de Almeida Alkmin, pelo Hozana
São José, rogai por nós!