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La dernière communion de sainte Lucie par Véronèse.
Conheça a história desta santa, que preferiu ficar sem os próprios olhos a renegar a fé em Cristo
Um dos fatos que considero incontestes na Igreja Católica Apostólica Romana é a riqueza espiritual que ela nos oferece. É uma Igreja fundada na Bíblia, que professa a fé apostólica. Assim é que se pode dizer que o católico de verdade precisa ser crente e evangélico. Aonde iremos, se aqui, temos o Cristo eucarístico? Se, aqui, honramos a Mãe de Jesus, no seu verdadeiro papel bíblico, qual seja o de nos trazer o Salvador, o qual no-La deu por Mãe?
Quer ver outro fato maravilhoso da “sã doutrina”? Contamos com uma infinidade de intercessores no Céu: os anjos; e os santos e santas, a maioria destes provada no sangue do Cordeiro. Histórias de vida, com ricos e belos testemunhos — é o caso de Santa Luzia, sobre a qual pretendemos discorrer, neste texto.
Luzia nasceu na cidade italiana de Siracusa, no ano de 280. Seus pais, Lúcio e Eutíquia, eram nobres e ricos. Como cristãos, a educaram nessa fé, no amor ao próximo e temor de Deus. Perdeu o pai quando tinha apenas 5 anos. Ainda adolescente, sua mãe quis casá-la com um jovem nobre, de família pagã. Ela, porém, já se decidira ter por esposo a Jesus Cristo. Ao ser formalizado o pedido de casamento, foi concedido um tempo, por sua solicitação. Foi então que teve a inspiração de chamar a mãe para irem, juntas, à cidade de Catânia, visitar o túmulo de Santa Águeda (ou Ágata).
Milagre
Eutíquia sofria de uma hemorragia crônica. Já havia consultado muitos médicos em vão. Luzia havia meditado sobre o Evangelho da missa do dia (a cura da mulher hemorroíssa), e firmara a convicção: se sua mãe tocasse o túmulo de Santa Águeda, também seria curada; por intercessão desta santa. Sem dúvida, uma atitude de quem já vivia mergulhada em profunda oração. E, lá em Catânia, um fato ainda mais forte, extraordinário mesmo, daquela vida prometida inteiramente a Cristo. Deixando a mãe junto ao túmulo, vai orar. Santa Águeda lhe aparece (em êxtase) e lhe diz:
Luzia, minha irmã, porque pedes a mim o que tu mesma podes conseguir para tua mãe? Ela já foi curada pela tua fé.
O milagre aconteceu. Eutíquia, então, entendeu, aceitou o sinal vindo dos Céus: Luzia poderia dizer ‘não’ ao pretendente. Estava livre para oferecer sua virgindade a Jesus Cristo e doar seus dotes aos pobres. E a estes a jovem distribuiu toda a sua pequena fortuna.
Martírio
Vendo aquilo, o inconformado pretendente de Luzia a denunciou às autoridades pagãs que ela era cristã. Conforme um decreto do imperador romano Diocleciano, os cristãos deveriam ser castigados exemplarmente. Foi julgada e condenada. Nem o próprio imperador a convenceu de renegar a fé cristã. Não quis prestar sacrifícios aos deuses pagãos, nem romper seu voto de virgindade. Então, tem início o seu cruel martírio. Primeiro tentaram levá-la a um prostíbulo. (Seria uma desonra cristã, e o pior dos infortúnios para Luzia). O que fez? Suplicou a Deus, em simples e confiante oração:
Quem vive casta e santamente, é templo do Espírito Santo,
sem a minha vontade, a virtude nada sofrerá.
Prece ouvida: nem a força de vários homens, nem juntas de bois, nada a moveu de onde estava. Os carrascos, então lançaram resina e azeite fervente sobre ela, sem que a virgem, mártir e santa, nada sofresse. Resistiu até mesmo a chamas de fogo, para a fúria do governador, que, então, ordena a decapitação. Isto ocorre no momento em que ela deixava mais uma pérola de santidade, ao dizer:
Adoro a um só Deus verdadeiro, a quem prometi amor e fidelidade.
Protetora da visão
Santa Luzia é hoje conhecida como padroeira dos oftalmologistas, e protetora da visão. Segundo alguns, a partir do nome: Luzia, do italiano Luce (que se traduz por luz, daí, também, o nome Lúcia). Mas há outra consideração a respeito; foram-lhe arrancados os olhos, depois de lhe ceifarem a vida. Por isso, numa de suas imagens, veem-se os olhos num prato. Esta perversidade provocou outro favor divino à santa: nasceram-lhe outros olhos mais belos ainda.
Assim, há sinais extraordinários, testemunhos claros da presença do amor divino. na curta trajetória da santa de Siracusa, antes, durante, e mesmo após o seu martírio.
Muitas são as igrejas que a têm como padroeira, espalhadas mundo afora. A partir de sua cidade natal. Devoção que se estende generosamente pelo Nordeste do Brasil. E muitas são as gravações de vídeos e áudios mostrando as graças obtidas, com a intercessão de Santa Luzia: problemas nos olhos, ou apertos de vida e situações embaraçosa, até mesmo a perda da fé.
Testemunho
E, eu, também, deixo o meu testemunho. No ano de 2018, sofri um descolamento total de retina (olho direito, o único de que dispunha, já em porcentagem diminuta), Imaginem o drama… Minha esposa já aprendera a acionar a santa, de vez que este não foi o primeiro. Mas o impressionante, no caso, foi o processo, que tentarei resumir.
Viagem marcada, eu, minha esposa, e uma família amiga, numa espécie de retiro espiritual, Serra do Estêvão, aqui no Ceará, num antigo convento, com capela, inclusive assistida pela Comunidade Shalom. Pouco aproveitei… Estava há algum tempo percebendo a diminuição da minha visão. O oculista, após um exame de mapeamento, prescreveu-me um suplemento vitamínico e um colírio. No dia da viagem, (quinta-feira da Paixão) já tinha dificuldade de ler as mensagens do celular (em letra ampliada). Lá, dia seguinte, acordei, percebendo parte do olho coberto por uma espécie de véu; e, no sábado, à noite, não divisava as faces das pessoas. No domingo, andei e me alimentei monitorado. Contudo, sentimos a mão divina mover-se, na minha família, e a meu favor, mais uma vez.
Outro casal participou do “retiro”. Ele, colega de trabalho do amigo que nos levou, aceitou também o convite, de véspera. Sua esposa, ao ver nossa aflição, nos acalmou, citando um centro oftalmológico avançado, em Fortaleza, que já resolvera problemas semelhantes, inclusive num familiar seu. Retornamos no domingo; e, na segunda, nova consulta ao meu oculista, que não só confirmou a informação de nossa amiga, como também me encaminhou ao referido centro.
O poder da oração
Como geralmente ocorre, pelo menos por aqui, não havia vaga, mas por se tratar de encaminhamento, fui atendido, logo no dia seguinte; e dois dias depois, fui operado, e retornei a casa com mil e uma recomendações. Oh que bom! Eu já estava deixando aquela cegueira temporária, quando, outra vez, me vem o escuro véu. Na Clínica, constatou-se que a colagem estava perfeita, mas outra parte da frágil retina também resolvera desgrudar-se. Outra cirurgia, outro repouso, em posição nada confortável. Evidentemente, familiares e amigos estavam em oração desde o início, inclusive na França. Orações a Jesus das Santas Chagas, pedidos de intercessão de Nossa Senhora e de Santa Luzia.
Seguem-se os retornos à Clínica, para os necessários acompanhamentos. Até que, alguns meses depois… “Graças a Deus! Isto aqui não descola mais não!…” — bradou eufórico o cirurgião. Isto se deu na semana da novena de nossa santinha. Cremos que ela, amiga da Virgem Santíssima, intercedeu. Telefonamos para os dois casais parceiros da viagem, e nos encontramos na igrejinha de Santa Luzia, aqui na nossa bela Praia de Iracema, para uma missa de celebração e agradecimentos pela milagrosa intercessão.
Novena de Santa Luzia
E, se você foi tocado, se conhece alguém (talvez você mesmo) que esteja precisando desta poderosa intercessão, participe da Novena de Santa Luzia pela saúde dos olhos do corpo e da alma disponível no Hozana (
clique aqui para se inscrever).
Reze uma das orações dedicadas à Santa Luzia, disponíveis em livros e sites, ou uma oração espontânea, vinda do fundo seu coração. Neste momento, você pode repetir comigo:
Luzia. Santa antes, durante e após cruel martírio, roga por todos nós, fracos de fé e impotentes ante tanta maldade e miséria, nossas e dos outros! Amém!
Prof. Olímpio Araújo, membro das academias AMLEF, ACLP e ALL, pelo Hozana
Santa Luzia, rogai para que Deus nos conceda a visão física e espiritual.