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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO PARA A QUARESMA DE 2023

 

Ascese quaresmal, itinerário sinodal

 

Queridos irmãos e irmãs!

Os Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas coincidem em narrar o episódio da Transfiguração de Jesus. Neste acontecimento, vemos a resposta do Senhor a uma falta de compreensão manifestada pelos seus discípulos. De facto, pouco antes, registara-se uma verdadeira divergência entre o Mestre e Simão Pedro; este começara professando a sua fé em Jesus como Cristo, o Filho de Deus, mas em seguida rejeitara o seu anúncio da paixão e da cruz. E Jesus censurara-o asperamente: «Afasta-te, satanás! Tu és para Mim um estorvo, porque os teus pensamentos não são os de Deus, mas os dos homens» (Mt 16, 23). Por isso, «seis dias depois, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e seu irmão João, e levou-os, só a eles, a um alto monte» (Mt 17, 1).

O evangelho da Transfiguração é proclamado, cada ano, no II Domingo da Quaresma. Realmente, neste tempo litúrgico, o Senhor toma-nos consigo e conduz-nos à parte. Embora os nossos compromissos ordinários nos peçam para permanecer nos lugares habituais, transcorrendo uma vida quotidiana frequentemente repetitiva e por vezes enfadonha, na Quaresma somos convidados a subir «a um alto monte» juntamente com Jesus, para viver com o Povo santo de Deus uma particular experiência de ascese.

A ascese quaresmal é um empenho, sempre animado pela graça, no sentido de superar as nossas faltas de fé e as resistências em seguir Jesus pelo caminho da cruz. Aquilo precisamente de que Pedro e os outros discípulos tinham necessidade. Para aprofundar o nosso conhecimento do Mestre, para compreender e acolher profundamente o mistério da salvação divina, realizada no dom total de si mesmo por amor, é preciso deixar-se conduzir por Ele à parte e ao alto, rompendo com a mediocridade e as vaidades. É preciso pôr-se a caminho, um caminho em subida, que requer esforço, sacrifício e concentração, como uma excursão na montanha. Estes requisitos são importantes também para o caminho sinodal, que nos comprometemos, como Igreja, a realizar. Far-nos-á bem refletir sobre esta relação que existe entre a ascese quaresmal e a experiência sinodal.

Para o «retiro» no Monte Tabor, Jesus leva consigo três discípulos, escolhidos para serem testemunhas dum acontecimento singular; Ele deseja que aquela experiência de graça não seja vivida solitariamente, mas de forma compartilhada, como é aliás toda a nossa vida de fé. A Jesus, seguimo-Lo juntos; e juntos, como Igreja peregrina no tempo, vivemos o Ano Litúrgico e, nele, a Quaresma, caminhando com aqueles que o Senhor colocou ao nosso lado como companheiros de viagem. À semelhança da subida de Jesus e dos discípulos ao Monte Tabor, podemos dizer que o nosso caminho quaresmal é «sinodal», porque o percorremos juntos pelo mesmo caminho, discípulos do único Mestre. Mais ainda, sabemos que Ele próprio é o Caminho e, por conseguinte, tanto no itinerário litúrgico como no do Sínodo, a Igreja não faz outra coisa senão entrar cada vez mais profunda e plenamente no mistério de Cristo Salvador.

E chegamos ao momento culminante. O Evangelho narra que Jesus «Se transfigurou diante deles: o seu rosto resplandeceu como o sol, e as suas vestes tornaram-se brancas como a luz» (Mt 17, 2). Aqui aparece o «cimo», a meta do caminho. No final da subida e enquanto estão no alto do monte com Jesus, os três discípulos recebem a graça de O verem na sua glória, resplandecente de luz sobrenatural, que não vinha de fora, mas irradiava d’Ele mesmo. A beleza divina desta visão mostrou-se incomparavelmente superior a qualquer cansaço que os discípulos pudessem ter sentido quando subiam ao Tabor. Como toda a esforçada excursão de montanha, ao subir, é preciso manter os olhos bem fixos na vereda; mas o panorama que se deslumbra no final surpreende e compensa pela sua maravilha. Com frequência também o processo sinodal se apresenta árduo e por vezes podemos até desanimar; mas aquilo que nos espera no final é algo, sem dúvida, maravilhoso e surpreendente, que nos ajudará a compreender melhor a vontade de Deus e a nossa missão ao serviço do seu Reino.

A experiência dos discípulos no monte Tabor torna-se ainda mais enriquecedora quando, ao lado de Jesus transfigurado, aparecem Moisés e Elias, que personificam respetivamente a Lei e os Profetas (cf. Mt 17, 3). A novidade de Cristo é cumprimento da antiga Aliança e das promessas; é inseparável da história de Deus com o seu povo, e revela o seu sentido profundo. De forma análoga, o caminho sinodal está radicado na tradição da Igreja e, ao mesmo tempo, aberto para a novidade. A tradição é fonte de inspiração para procurar estradas novas, evitando as contrapostas tentações do imobilismo e da experimentação improvisada.

O caminho ascético quaresmal e, de modo semelhante, o sinodal, têm como meta uma transfiguração, pessoal e eclesial. Uma transformação que, em ambos os casos, encontra o seu modelo na de Jesus e realiza-se pela graça do seu mistério pascal. Para que, neste ano, se possa realizar em nós tal transfiguração, quero propor duas «veredas» que é necessário percorrer para subir juntamente com Jesus e chegar com Ele à meta.

A primeira diz respeito à ordem que Deus Pai dirige aos discípulos no Tabor, enquanto estão a contemplar Jesus transfigurado. A voz da nuvem diz: «Escutai-O» (Mt 17, 5). Assim a primeira indicação é muito clara: escutar Jesus. A Quaresma é tempo de graça na medida em que nos pusermos à escuta d’Ele, que nos fala. E como nos fala Ele? Antes de mais nada na Palavra de Deus, que a Igreja nos oferece na Liturgia: não a deixemos cair em saco roto; se não podermos participar sempre na Missa, ao menos leiamos as Leituras bíblicas de cada dia valendo-nos até da ajuda da internet. Além da Sagrada Escritura, o Senhor fala-nos nos irmãos, sobretudo nos rostos e vicissitudes daqueles que precisam de ajuda. Mas quero acrescentar ainda outro aspeto, muito importante no processo sinodal: a escuta de Cristo passa também através da escuta dos irmãos e irmãs na Igreja; nalgumas fases, esta escuta recíproca é o objetivo principal, mas permanece sempre indispensável no método e estilo duma Igreja sinodal.

Ao ouvir a voz do Pai, «os discípulos caíram com a face por terra, muito assustados. Aproximando-Se deles, Jesus tocou-lhes dizendo: “Levantai-vos e não tenhais medo”. Erguendo os olhos, os discípulos apenas viram Jesus e mais ninguém» (Mt 17, 6-8). E aqui temos a segunda indicação para esta Quaresma: não refugiar-se numa religiosidade feita de acontecimentos extraordinários, de sugestivas experiências, levados pelo medo de encarar a realidade com as suas fadigas diárias, as suas durezas e contradições. A luz que Jesus mostra aos seus discípulos é uma antecipação da glória pascal, e é rumo a esta que se torna necessário caminhar seguindo «apenas Jesus e mais ninguém». A Quaresma orienta-se para a Páscoa: o «retiro» não é um fim em si mesmo, mas prepara-nos para viver – com fé, esperança e amor – a paixão e a cruz, a fim de chegarmos à ressurreição. Também o percurso sinodal não nos deve iludir quanto ao termo de chegada, que não é quando Deus nos dá a graça de algumas experiências fortes de comunhão, pois aí o Senhor também nos repete: «Levantai-vos e não tenhais medo». Desçamos à planície e que a graça experimentada nos sustente para sermos artesãos de sinodalidade na vida ordinária das nossas comunidades.

Queridos irmãos e irmãs, que o Espírito Santo nos anime nesta Quaresma na subida com Jesus, para fazermos experiência do seu esplendor divino e assim, fortalecidos na fé, prosseguirmos o caminho com Ele, glória do seu povo e luz das nações.

Roma – São João de Latrão, na Festa da Conversão de São Paulo, 25 de janeiro de 2023.

FRANCISCO


Fonte: Vatican

Nossa Senhora das Dores, rogai por nós!

terça-feira, 21 de fevereiro de 2023

Um Católico pode ir ao carnaval?



Nossa Senhora de Lourdes, rogai por nós!

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023

Quando caem as principais celebrações da Quaresma em 2023?

Thoom | Shutterstock

Fique por dentro do calendário litúrgico

Você já sabe: a Quaresma lembra o tempo Jesus passou no deserto, rezando e meditando. Depois de um período de jejum e penitência, celebra-se a Páscoa. Por isso, esse tempo é um tempo de preparação para a Ressurreição do Senhor.

Mas quando caem as principais celebrações da Quaresma e do Tríduo Pascal em 2023? 
Fique por dentro do calendário litúrgico:

Quarta-feira de Cinzas: 22 de fevereiro

A Quarta-feira de Cinzas marca o início da Quaresma. Na celebração, o padre traça uma cruz com cinza na testa de cada fiel. Trata-se de uma simbologia para lembrarmos de nossa conversão, de que somos pó e ao pó voltaremos.


Nesse dia o Católico DEVE fazer:

1. Jejum E
2. Abstinencia de Carne

Domingo de Ramos: 2 de abril

No Domingo anterior à Páscoa – 2 de abril, neste ano – a Igreja celebra o Domingo de Ramos. Os fiéis se reúnem antes da Missa e levam um ramo verde. Depois da bênção, entram na igreja em procissão para ouvir o Evangelho da Paixão, lembrando a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém.

Quinta-feira Santa: 6 de abril

A Quinta-feira Santa lembra a “Última Ceia” que Jesus compartilhou com seus apóstolos. Ele tomou o pão e o vinho e deu graças, instituindo, assim, o sacramento da Eucaristia. Também há o ritual do “Lava-pés”, que lembra a passagem em que Cristo lavou o pé dos discípulos. A Quaresma termina na Quinta-feira Santa, na Missa da Santa Ceia (que acontece pela manhã). Na tarde deste dia, já tem início o Tríduo Pascal.

Sexta-feira Santa: 7 de abril

Jesus morre na cruz, traído por Judas e abandonado por Pedro. É arrastado e sobe ao Calvário carregando a cruz. É o dia mais triste e sombrio para os fiéis.

Nesse dia o Católico DEVE fazer:

1. Jejum E
2. Abstinencia de Carne

Sábado de Aleluia: 8 de abril

Jesus repousa na tumba. É um dia de silêncio e reconhecimento em que se medita sobre a morte de Cristo na cruz e seu sepultamento. À noite, começa a Vigília Pascal, em que é celebrada a passagem da escuridão para a luz, ou seja, a vitória de Jesus sobre a morte.

Domingo de Páscoa: 9 de abril

Cristo ressuscitou! É a concretização das promessas feitas por Deus a seu povo. Assim, a festa da Páscoa é o ápice do calendário litúrgico cristão. É um dia de alegria, celebrado com Missa solene. O clero se veste de branco ou dourado, símbolos de alegria e luz.

Confira os horários de Missas, procissões e celebrações de sua paróquia. 
Participe e viva intensamente este período.

Fonte: Aleteia

Nossa Senhora de Lourdes, rogai por nós!

sábado, 11 de fevereiro de 2023

Nossa Senhora de Lourdes: uma história de fé e amor

Pascal Deloche | GoDong

A Santíssima Virgem Maria manifestou seu amor profundo para conosco ao aparecer a uma menina de 14 anos


Em 11 de fevereiro de 1858, na vila francesa de Lourdes, às margens do rio Gave, Nossa Mãe, Santa Maria, manifestou de maneira direta e próxima seu profundo amor para conosco, aparecendo a uma menina de 14 anos, chamada Bernadete (Bernardita) Soubirous.

Simples, humilde, mal sabendo ler e escrever direito, Bernadete saiu com sua irmã e uma vizinha para recolher lenha, mas no caminho deparou-se com uma enxurrada. Estava descalça e, como sofria de asma, hesitou colocar o pé na água fria, até que ouviu um barulho entre as árvores. Olhando mais atentamente, avistou uma senhora com as faces radiantes, sorridente, vestida de branco, com um cinto azul, um rosário entre os dedos e uma rosa dourada em cada pé. Bernadete recitou o terço, fazendo uso do rosário que trazia sempre consigo.

Nossa Senhora, então, disse-lhe:

 “Não te prometo, Bernadete, a felicidade deste mundo, mas no outro.”

As aparições

A partir desse momento, Bernadete presenciou diversas aparições, nas quais Nossa Senhora sempre pedia para que rezasse pelos pecadores, convidando os fiéis à penitência.

Em 25 de fevereiro, guiada por Nossa Senhora, Bernadete cavou a terra e, daquele pequeno buraco, começou a jorrar água, tornando-se uma fonte milagrosa. A Virgem, por sua vez, manifestou o desejo de que ali fosse edificada uma igreja, mas quando consultou o pároco, Bernadete ouviu dele a resposta incrédula: “Peça à senhora que diga o seu nome.”

A menina obedeceu e a Virgem revelou: “Eu sou a Imaculada Conceição.” Surpreendentemente, fazia apenas quatro anos que o Papa Pio IX proclamara o dogma da Imaculada Conceição.

Como sempre, a princípio, as autoridades se mostraram descrentes e proibiram a realização de peregrinações. Algum tempo depois, Napoleão III permitiu o acesso à gruta.

Entre 11 de fevereiro e 16 de julho de 1858, ocorreram ao todo 18 aparições, caracterizadas pela sobriedade das palavras da Virgem e pelo aparecimento da fonte de água. Desde então, o lugar é referência de inúmeros milagres comprovados cientificamente.

Não perca a Missa internacional por aqueles que precisam de cura. 
Levaremos suas intenções até o altar - de graça. Clique neste botão para enviar a sua intenção


Fonte: Aletéia

Nosa Senhora de Lourdes, rogai por nós!

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2023

Quem não fez a Primeira Comunhão pode ser padrinho de Batismo?

sweet marshmallow | Shutterstock

"Ser padrinho é muito mais do que testemunhar um ato religioso: é assumir uma paternidade espiritual"


Na sua coluna de perguntas e respostas no portal O São Paulo, o pe. Cido Pereira recebeu a dúvida de uma leitora que relatou o seguinte cenário:

“Tenho um bebê e gostaria que meu irmão fosse o padrinho do meu filho. 
No entanto, ele tem apenas 17 anos e ainda não fez a Primeira Eucaristia. 
Isto seria um empecilho para o Batismo?”

O pe. Cido então explicou:

“Maria, de todo o coração, eu vou responder a você. Eu entendo e tenho a certeza de que você quer o melhor para o seu filho. Tanto que escolheu o seu irmão como padrinho do bebê. Mas, minha irmã: ser padrinho de Batismo não é apenas uma homenagem que você está fazendo a uma pessoa! 
Dar uma criança a alguém para batizar é muito mais que uma homenagem, é uma responsabilidade que você passa para alguém e que este alguém recebe.

Quando alguém assume ser padrinho de Batismo, assume ser pai na fé e acompanhar o crescimento espiritual do afilhado, assume o compromisso de dar testemunho de fé e orar por seu afilhado. Se é grande essa responsabilidade, Maria, como é que seu irmão poderá assumi-la se nem a Primeira Eucaristia ele fez?”.

O sacerdote prosseguiu:

O padrinho, como os pais, têm que ser espelho para o filho e o afilhado. Eu penso que seu irmão, como um sinal de carinho para com você que o convidou para padrinho de seu filho, deve procurar a sua paróquia e se preparar para a Primeira Comunhão e viver com mais intensidade a fé.

Eu não estou dizendo para ele não ser padrinho. Estou dizendo para ele que acerte seus passos com Deus para acompanhar o afilhadinho com amor e respeito. Se ele se recusa a isto, ele até poderá batizar seu filho, minha irmã, mas será uma mera testemunha de que o batizado aconteceu. 
Ser padrinho, porém, é muito mais do que testemunhar um ato religioso. 
É assumir uma paternidade espiritual. 
Explique isso ao seu irmão, viu?”.

Fonte: Aletéia

Nossa Senhora de Lourdes, rogai por nós!

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023

Nossa Senhora permanece de pé em meio aos escombros do terremoto na Turquia e Síria

Facebook I Antuan Ilgıt SJ
Catedral da Anunciação, Turquia, 6 de fevereiro de 2023

A catedral ficou destruída, mas a estátua de Maria intacta em meio aos escombros é uma imagem de fé


“Tu permaneceste fiel, mãe, ao pé da cruz”, cantam frequentemente os fiéis em honra a Nossa Senhora.

Em Alexandreta, na Turquia, Maria está mais uma vez de pé. E fiel. O país e a vizinha Síria, foram duramente atingidos na segunda-feira, 6 de fevereiro, por um terremoto de magnitude 7,8, matando mais de 5.000 pessoas e deixando milhares de feridos. Paisagens desoladas, edifícios destruídos… Sob o olhar impotente dos habitantes, cenas apocalípticas.

A Catedral da Anunciação, principal igreja do Vicariato Apostólico da Anatólia, em Alexandreta, foi totalmente destruída pelo terremoto. Mas como um fragmento de esperança, uma estátua da Virgem Maria permaneceu entre os escombros. “Agora as pedras vivas que precisam de atenção estão aqui, e com a ajuda de Deus podemos reconstruir tudo”, disse o padre Antuan Ilgit, sacerdote jesuíta turco, que compartilhou a foto em sua conta no Facebook.

Fonte: Aletéia

Nossa Senhora, rogai por nós!

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2023

A oração pública da Igreja e a oração privada



Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. Amém.


Ave Maria…

“Em verdade, em verdade vos digo que, se pedirdes a meu Pai alguma coisa em meu nome, Ele vo-la dará.”

Nosso Senhor nos fala hoje, no Evangelho, da oração e da necessidade dela para podermos alcançar as graças de que precisamos, para podermos ser, como nos diz São Thiago na Epístola, realizadores da Palavra de Deus, para podermos praticar a religião pura e sem mácula.

De modo geral, podemos afirmar que existem dois tipos de oração. A oração litúrgica, ou oração pública da Igreja, e a oração privada ou particular. A oração litúrgica ou oração pública da Igreja é a oração oficial da Igreja, é a oração em que intervém todo o corpo místico de Cristo com a sua divina Cabeça, isto é, com Jesus Cristo como chefe. Ela é realizada pelo ministro da Igreja, constituído para isso. Essa oração litúrgica será considerada pública ainda que o sacerdote a realize sozinho, pois ele o faz enquanto ministro da Igreja e representando os seus membros. A oração privada é aquela que faz o simples fiel, ainda que seja na Igreja e acompanhando de outras pessoas, e também a oração que faz o sacerdote quando reza em nome próprio ou quando faz suas devoções particulares.

Na oração pública da Igreja, se destaca, em primeiro lugar, o Santo Sacrifício da Missa, que Jesus realiza sobre os nossos altares por meio dos padres. Destacam-se, também, os outros sacramentos, que operam a nossa redenção. Merece particular destaque também a recitação do Breviário pelos sacerdotes e religiosos. Como já tivemos oportunidade de mencionar, no Breviário se recitam os 150 salmos na semana, além de inúmeras outras orações em honra de Deus e dos santos. Tradicionalmente, inclusive, o sacerdote tem a obrigação de rezar quotidianamente o Breviário, mas não a Missa, embora todo padre consciente de seus deveres deva celebrar quotidianamente a Missa.

Objetivamente, nenhuma outra oração tem a força e a eficácia santificadora da oração litúrgica. Para julgar o valor objetivo de uma coisa devemos considerar o quanto de glória ela dá a Deus, já que Deus criou todas as coisas para a sua glória, para manifestar as suas perfeições, para ser mais conhecido, amado e servido. Assim, quanto mais uma coisa manifestar a glória de Deus, quanto mais uma coisa fizer Deus conhecido, amado e servido, melhor ela será. E esse é o único critério realmente verdadeiro para se julgar a bondade de uma coisa: o quanto de glória ela dá a Deus.

A partir desse critério podemos afirmar que a oração litúrgica, a oração pública da Igreja é a mais agradável a Deus, a mais perfeita, a mais eficaz. Primeiro, porque é a Igreja que reza, Igreja que é santa, que é a Esposa Imaculada Cristo. Segundo, pela excelência das próprias fórmulas litúrgicas, formadas ao longo dos séculos sob a guia do Espírito Santo, compondo um verdadeiro tesouro de espiritualidade e de doutrina. Terceiro, porque a oração da Igreja sobe sempre a Deus Pai por meio de Jesus Cristo, ainda que implicitamente. E finalmente, mas não menos importante, é o próprio Cristo que reza na oração litúrgica, na oração pública da Igreja, já que a Igreja é o corpo místico de Cristo. Assim, a pessoa que reza é a mais perfeita e as orações são as mais perfeitas. Está claro, então, que a oração litúrgica agrada imensamente a Deus e que ela é extremamente eficaz.

Todavia, para que ela seja eficaz para nós, devemos participar da liturgia em verdadeira união com Nosso Senhor Jesus Cristo e em união com toda a Igreja militante (nós aqui na terra), triunfante (anjos e santos no céu) e padecente (almas do purgatório). Devemos participar dignamente, com atenção e devoção. E devemos nos preparar bem para a liturgia da Igreja, em particular para a Santa Missa, buscando o arrependimento de nossos pecados, fazendo atos de fé, de esperança e de caridade. Para isso, convém chegar um pouco antes à Igreja, para se preparar devidamente. A verdadeira participação ativa na liturgia não é uma participação meramente física, de falar, de gesticular, de balançar folheto. A verdadeira participação na liturgia é unir-se a ela procurando ter as mesmas disposições de Jesus Cristo. Assim, na Missa, a participação mais profunda é aquela em que a pessoa se une realmente ao sacrifício de Cristo renovado pelo sacerdote, para oferecê-lo à Santíssima Trindade em união com a sua própria vida. Junto com o sacrifício de Cristo, devemos oferecer o sacrifício da nossa própria vida, entregando-a inteiramente a Ele, com todas as nossas alegrias e consolos, com todas as nossas angústias e cruzes. A participação verdadeiramente ativa na Missa é uma participação espiritual. E mesmo os pais que devem cuidar dos filhos durante a Missa e que aparentemente não conseguem se concentrar tanto nela, podem ter uma participação frutuosa, oferecendo a Deus, justamente, esses cuidados, unidos ao sacrifício de Cristo.

A liturgia da Igreja é a fonte de onde corre a água viva que alimenta a nossa vida espiritual. Se a água não é perfeitamente límpida, haverá prejuízo para a vida espiritual dos homens. Daí a importância de uma liturgia límpida, na espiritualidade e na doutrina. E se a fonte é límpida, mas não vamos até ela ou vamos até ela com um recipiente muito pequeno, também não avançaremos no amor a Deus. Devemos, então, amar a liturgia católica e devemos nos dispor bem – do modo que já mencionamos – para receber bem as graças abundantes que ela nos proporciona. Mesmo a nossa vida de oração particular deve encontrar a sua raiz, a sua fonte, na liturgia da Igreja. Se não encontrar na liturgia a sua fonte, nossa vida de oração tende a secar rapidamente. Isto é, se não nos unimos bem à liturgia da Igreja, é toda a nossa vida espiritual que começará a desmoronar.

Dada a excelência da oração litúrgica, alguns poderiam ser tentados a menosprezar a importância da oração privada. Seria um erro grave. Não existe oposição entre oração litúrgica e oração privada, mas necessária complementaridade. As duas procedem de Deus. Não pode haver, portanto, oposição. Elas devem andar lado a lado, a fim de influenciarem-se mutuamente e aumentar o grau de eficácia que cada uma delas tem. Como vimos, a oração litúrgica alimenta a nossa oração individual e a oração privada nos dispõe bem para a oração litúrgica. Muitas vezes recebemos com certa frequência os sacramentos, recebemos com frequência a eucaristia e a confissão, mas não avançamos como era de se esperar no amor a Deus. Por que não avançamos? Porque muitas vezes nos falta a oração individual que nos dispõe melhor para as graças dos sacramentos e nos falta a oração individual para prolongar os frutos do sacramento, por exemplo, com a devida ação de graças após a Santa Missa. Muitas vezes, a família vem junta para a Missa, mas não reza unida em casa, impedindo também frutos mais abundantes. Rezem em família. De quase nada adiantará a liturgia, se não fazemos nossas orações individuais. Não nos deixemos esmagar pelas atividades do dia-a-dia, por mais importantes que sejam.

E essas orações privadas, ainda que ditas na maior solidão, são úteis não só para a alma que as reza, mas são úteis para todo a Igreja, em virtude da comunhão dos santos.

Portanto, caros católicos, devemos rezar e rezar muito, unindo a oração da Igreja às nossas orações individuais, deixando que elas se complementem e aumentem a eficácia uma da outra. Como tão bem nos diz Santo Afonso: quem reza se salva, quem não reza se condena.

Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. Amém.


Nossa Senhora, rogai por nós!
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