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sexta-feira, 28 de abril de 2023

Como São Luís Maria de Montfort inspirou 5 papas diferentes

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O dia 28 de abril marca o aniversário da morte deste santo aclamado por muitos como uma das pessoas mais influentes da história recente da Igreja

São Luís Maria Grignion de Montfort é particularmente conhecido por seu livro “Tratado da verdadeira devoção à Santíssima Virgem” e pela “consagração total a Cristo por meio de Maria”, que ele propõe nessa mesma obra.

O dia 28 de abril marca o aniversário da morte deste santo aclamado por muitos como uma das pessoas mais influentes da história recente da Igreja. De fato, a sua inspiração se manteve constante ao longo dos últimos três séculos e moldou o coração de muitos homens e mulheres santos.

Entre eles está São João Paulo II, que destacou essa “consagração total” no seu próprio lema papal: “Totus tuus”. A frase inteira de São Luís Maria de Montfort é “Totus tuus ego sum, et omnia mea tua sunt. Accipio te in mea omnia. Praebe mihi cor tuum, Maria” (“Eu pertenço inteiramente a ti, e tudo o que tenho é teu. Tomo-te como meu tudo. Ó Maria, dá-me o teu coração”).

Mas o papa polonês não foi o único papa nem o único santo a chamar a atenção para Montfort e seus escritos. Nos últimos 200 anos, pelo menos cinco papas expressaram sua gratidão a Montfort e incentivaram a Igreja a mergulhar fundo na sua espiritualidade mariana:

Papa Pio IX (1846-1878)

Promoveu-a como uma das melhores formas de devoção mariana. É dele o decreto que reconhece que “o Venerável Servo de Deus Luís Maria Grignion de Montfort praticou as virtudes da Fé, Esperança e Caridade para com Deus e próximo, as virtudes cardeais da Prudência, Justiça, Fortaleza e Temperança, e as virtudes morais relacionadas, em grau heroico”. Pio IX também foi o papa que definiu solenemente o dogma da Imaculada Conceição.

Papa Leão XIII (1878-1903)

Conhecido como o “Papa do Rosário”, escreveu nada menos que onze encíclicas sobre o rosário durante o seu pontificado. Foi ele quem beatificou Montfort em 1888. Profundamente influenciado pelo “Tratado da verdadeira devoção à Santíssima Virgem”, decretou uma indulgência plenária para aqueles que praticarem a consagração mariana de Montfort.

Papa São Pio X (1903-1914)

Adotou muito da linguagem mariana de Montfort em sua encíclica sobre a Imaculada Conceição, Ad diem illum, escrevendo que, por Maria, chegamos ao conhecimento de Cristo e, também por Maria, nos é mais fácil obter a vida da qual Cristo é a fonte e origem. Concedeu uma bênção apostólica para quem lê o “Tratado da verdadeira devoção à Santíssima Virgem”.

Papa Pio XII (1939-1958)

Canonizou São Luís Maria de Montfort em 20 de julho de 1947, elogiando muito o novo santo e considerando que o seu grande segredo para atrair e dar almas a Jesus era a sua devoção a Maria. Destacou que toda a sua atividade se baseava nela e toda a sua confiança repousava nela. Constatou que, em oposição à austeridade sem alegria, ao medo melancólico e ao orgulho deprimente do jansenismo, ele promoveu o amor filial, confiante, ardente e expansivo de um servo de Maria. No espírito da consagração total proposta por Montfort e em resposta a Nossa Senhora de Fátima, Pio XII também consagrou o mundo inteiro ao Imaculado Coração da Virgem Mãe de Deus, com particular atenção a “todos os povos da Rússia”, conforme pedido da própria Santíssima Virgem nas suas aparições em Fátima, quando alertou sobre os perigos do comunismo.

Papa São João Paulo II (1978-2005)

Altamente inspirado por Montfort, relatou que “leu e releu muitas vezes e com grande proveito espiritual” os seus escritos. Encorajou os fiéis a seguirem o exemplo de Montfort, afirmando que, “ao repetir todos os dias ‘totus tuus’ e ao viver em harmonia com ela, podemos chegar à experiência do Pai com confiança e amor sem limites, à docilidade ao Espírito Santo e à transformação pessoal conforme a imagem de Cristo”. O papa polonês destacou repetidas vezes os escritos de Montfort nos muitos documentos que escreveu sobre a Santíssima Virgem e chegou a pensar em proclamá-lo Doutor da Igreja.

Como podemos ver pelo exemplo destes cinco papas, a espiritualidade mariana de São Luís Maria Grignion de Montfort não perdeu a sua potência ao longo dos anos; pelo contrário, continua sendo para todos nós um caminho rumo à união mais profunda com Cristo por meio de Maria.

Fonte: Aletéia

São Luís Maria Grigion de Montfort e Nossa Senhora, rogai por nós!

quarta-feira, 26 de abril de 2023

É pecado ouvir músicas do mundo?



Nossa Senhora de Fátima, rogai por nós!

sábado, 8 de abril de 2023

Na aparente derrota, a vitória de Cristo

Fr. Lawrence OP | Flickr | CC BY-NC-ND 2.0
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Semana Santa: cada evento que vivenciamos, por mais que pareça repetitivo ou rotineiro não o é. 
Traz sempre algo de novo para o nosso viver. 
Entenda:

Chegamos à Semana Santa ou, como preferem alguns, à “Semana Maior”, pois nela celebramos os grandes eventos finais da vida de Cristo nesta terra e que estão ligados mais diretamente à nossa salvação pelos atos do Senhor chamados de redenção propiciatória. Nela, vemos, por uma aparente derrota a verdadeira vitória de Cristo. Reflitamos!

Cremos ser importante expor o que se entende por redenção em seu duplo aspecto, ou seja, o físico místico e o propiciatório. Mostra-nos a Sagrada Escritura, que foi por insídia do diabo que o pecado e a morte entraram no mundo, por isso o Senhor Jesus, a vida por excelência (Jo 14,6), veio até nós para derrotar o pecado, a morte e o demônio com seu sacrifício de cruz.

Redenção

Toda a Sua vida e Sua obra são redentoras – redenção é a recuperação de um objeto precioso mediante pagamento, o que supõe um regime de escravidão a ser superado – e podem ser entendidas em dois aspectos: a redenção físico-mística ou, como enfatizavam os antigos teólogos orientais, a redenção por contato. Ela significa que, desde a Sua concepção no seio materno de Maria, passando pela sua comparação identificadora com objetos diversos (pão, luz, porta, videira, cordeiro etc.), seu batismo, pregação, milagres etc., está em curso o processo de redenção do mundo. Tudo o que tem contato com o homem é transfigurado para uma realidade nova, a realidade recriada por Cristo.

Daí também tudo o que é humano interessar, de algum modo, à Igreja, conforme lemos, logo no início da Gaudium et Spes: 

“As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo; e não há realidade alguma verdadeiramente humana que não encontre eco no seu coração. Porque a sua comunidade é formada por homens, que, reunidos em Cristo, são guiados pelo Espírito Santo na sua peregrinação em demanda do reino do Pai, e receberam a mensagem da salvação para a comunicar a todos. Por este motivo, a Igreja sente-se real e intimamente ligada ao gênero humano e à sua história” (n. 1).

Amor de Deus

“Por isso, o Concílio Vaticano II, tendo investigado mais profundamente o mistério da Igreja, não hesita agora em dirigir a sua palavra, não já apenas aos filhos da Igreja e a quantos invocam o nome de Cristo, mas a todos os homens. Deseja expor-lhes o seu modo de conceber a presença e atividade da Igreja no mundo de hoje. Tem, portanto, diante dos olhos o mundo dos homens, ou seja a inteira família humana, com todas as realidades no meio das quais vive; esse mundo que é teatro da história da humanidade, marcado pelo seu engenho, pelas suas derrotas e vitórias; mundo, que os cristãos acreditam ser criado e conservado pelo amor do Criador; caído, sem dúvida, sob a escravidão do pecado, mas libertado pela cruz e ressurreição de Cristo, vencedor do poder do maligno; mundo, finalmente, destinado, segundo o desígnio de Deus, a ser transformado e alcançar a própria realização” (n. 2).

É na morte e ressurreição do Senhor que a redenção propiciatória se dá. É nesses eventos que se manifesta o imenso amor puramente benevolente de Deus por nós (cf. Jo 4,10; 2Cor 5,18), cujo Filho se entrega, como sacerdote, altar e cordeiro em expiação (cf. 1Jo 2,2) para derrotar o pecado, a morte e o diabo, realidades reinantes neste mundo até àquela hora. Se a carne foi o instrumento com o qual o velho homem, Adão, pecou, a carne do novo homem, Cristo, nos trouxe a salvação. Isso é a recapitulação (usar o mesmo instrumento do mal para o bem, cf. Rm 8,3). Desse modo, o ser humano pecador torna-se, no sacrifício de Cristo, ser humano redimido e, por isso, aberto à graça de Deus.

O mal

O demônio foi despojado de seu poder (cf. Jo 12,31; Cl 2,13-15), embora, desde o início, ele quisesse dominar o Senhor Jesus tentando-O diretamente (cf. Mt 4,1-11; Lc 22,3.53) ou instigando os homens contra Cristo (cf. Jo 13,2; 1Cor 2,8). Todas as suas tentativas, diretas ou indiretas, foram, no entanto, frustradas, pois o Senhor Jesus é igual a nós em tudo, menos no pecado. Sua carne humana escondia a Divindade capaz de enfrentar e derrotar todo mal. Também a morte foi vencida, pois Cristo, inocente como era, nada devia à morte (cf. Jo 12,31; 14,30); por isso; ela não pôde detê-lo no cárcere, como tinha feito até aquele momento com os demais homens. Ao contrário, sua aparente derrota imposta ao Senhor serviu-Lhe de ponte para a Sua grandiosa vitória na Ressurreição corporal, centro da mensagem cristã (1Cor 15,14). Assim se dá até hoje: os homens e mulheres continuam, sem exceção, a morrer, mas essa aparente dominação serve de passagem para a vida definitiva em Deus. No dia da consumação final, será a morte totalmente destruída (cf. 1Cor 15,16), embora já esteja derrotada desde a morte e ressurreição do Senhor Jesus, o centro da História.

Desequilíbrio

Daí, a mãe Igreja O apresenta, na mesma Gaudium et Spes como a resposta e a solução de toda problemática humana: “Na verdade, os desequilíbrios de que sofre o mundo atual estão ligados com aquele desequilíbrio fundamental que se radica no coração do homem. Porque no íntimo do próprio homem muitos elementos se combatem. Enquanto, por uma parte, ele se experimenta, como criatura que é, multiplamente limitado, por outra sente-se ilimitado nos seus desejos, e chamado a uma vida superior. Atraído por muitas solicitações, vê-se obrigado a escolher entre elas e a renunciar a algumas. Mais ainda, fraco e pecador, faz, muitas vezes, aquilo que não quer e não realiza o que desejaria fazer (Rm 7,14-15). Sofre, assim, em si mesmo a divisão, da qual tantas e tão grandes discórdias se originam para a sociedade. Muitos, sem dúvida, que levam uma vida impregnada de materialismo prático, não podem ter uma clara percepção desta situação dramática; ou, oprimidos pela miséria, não lhe podem prestar atenção. Outros pensam encontrar a paz nas diversas interpretações da realidade que lhes são propostas. Alguns só do esforço humano esperam a verdadeira e plena libertação do gênero humano, e estão convencidos que o futuro império do homem sobre a terra satisfará todas as aspirações do seu coração. E não faltam os que, desesperando de poder encontrar um sentido para a vida, louvam a coragem daqueles que, julgando a existência humana vazia de qualquer significado, se esforçam por lhe conferir, por si mesmos, todo o seu valor. Todavia, perante a evolução atual do mundo, cada dia são mais numerosos os que põem ou sentem com nova acuidade as questões fundamentais: Que é o homem? Qual o sentido da dor, do mal, e da morte, que, apesar do enorme progresso alcançado, continuam a existir? Para que servem essas vitórias, ganhas a tão grande preço? Que pode o homem dar à sociedade, e que coisas pode dela receber? Que há para além desta vida terrena?”

Kairós

“A Igreja, por sua parte, acredita que Jesus Cristo, morto e ressuscitado por todos (2Cor 5,15), oferece aos homens pelo seu Espírito a luz e a força para poderem corresponder à sua altíssima vocação; nem foi dado aos homens sob o céu outro nome, no qual devam ser salvos (At 4,12). Acredita também que a chave, o centro e o fim de toda a história humana se encontram no seu Senhor e mestre. E afirma, além disso, que, subjacentes a todas as transformações, há muitas coisas que não mudam, cujo último fundamento é Cristo, o mesmo ontem, hoje, e para sempre (7)” (n. 10; cf. n. 22).

É com este importante pano de fundo, que iniciamos a Semana Santa de 2023. Ela não deve ser vista como outra de nossa vida, mas, sim, como “a Semana Santa”, pois cada evento que vivenciamos, por mais que pareça repetitivo ou rotineiro não o é. Traz sempre algo de novo para o nosso viver. É sempre um kairós ou um tempo favorável da graça divina a todos nós. Que vivenciando a aparente derrota do Senhor, na Sexta-Feira Santa, e a Sua verdadeira vitória, na Vigília Pascal, nos sintamos novas criaturas em Deus, o Alfa e o Ômega da História (cf. Ap 22,13) e, com Ele, por Ele e n’Ele, agentes de transformação da humanidade do pecado à graça divina. Amém.

Fonte: Aletéia

Nossa Senhora das Dores, rogai por nós!

domingo, 2 de abril de 2023

Como a Semana Santa converteu radicalmente a antes medíocre Santa Teresa de Jesus

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Êxtase de Santa Teresa de Jesus, por Peter Paul Rubens


A contemplação dos sofrimentos de Jesus na Sua Paixão mudou radicalmente a vida de Teresa de Ávila: de uma freira medíocre, ela passou a uma união íntima com Cristo que transformaria a sua existência e a própria Igreja. 
Saiba como aconteceu e como você pode viver essa experiência.


Você quer viver uma Semana Santa diferente? Está cansado de uma vida monótona, de um cristianismo medíocre e enfadonho?

É difícil imaginar hoje em dia, mas Teresa Sánchez de Cepeda Dávila y Ahumada era como você. Em 1554, aos 39 anos, uma idade já de plena maturidade para a época, ela era freira carmelita já fazia vinte anos no Mosteiro de La Encarnación, onde vivia com uma comunidade de mais de cem monjas.

Teresa admitiria mais tarde que, na realidade, levava uma vida dupla: em certos momentos, queria entrar numa intensa vida de oração; em outros, a sua vida se mostrava anódina, sem sentido, afogada na rotina do cotidiano. “Como a maioria”, diz ela própria.

A conversão

No seu autobiográfico “Livro da Vida“, escrito dez ou onze anos depois, ela registra (capítulo 8, 12):

 “Procurava remédio; fazia diligências; mas não entendia que tudo é de pouca utilidade se, tirando por inteiro a confiança de nós próprios, não a colocamos em Deus. 
Desejava viver, porque bem compreendia que não vivia, mas lutava com uma sombra de morte, e não havia quem me desse a vida”.

É quando eclode a conversão de Teresa. Ela experimenta o encontro pessoal com Cristo. O que o desperta é a contemplação da Paixão de Jesus e a consciência da dor e do sacrifício que Ele enfrentou por nosso amor. Nesta contemplação, uma imagem de Jesus após a flagelação a ajuda: o “Ecce Homo”. Todo o ser de Teresa se viu impactado. Não foi apenas uma experiência sentimental, mas um encontro íntimo, intenso, cativante e muito real com Cristo.

Ela o conta assim: “Entrando um dia no oratório, vi uma imagem que haviam ali colocado para certa festa que fazíamos em casa. Era de Cristo muito chagado e de tamanha piedade que, ao olhá-la, fiquei turbada de todo ao vê-la assim, porque representava bem o que Ele passou por nós. Foi tanto o que senti pelo pouco e mal que havia agradecido por aquelas chagas que o meu coração pareceu partir-se, e me lancei sobre Ele com grande derramamento de lágrimas, implorando-Lhe que me fortalecesse de uma vez por todas para não O ofender” (Livro da Vida, capítulo 9, 1).

É assim que sua conversão se desencadeia. Ao contemplar a Paixão de Jesus, ela descobre o amor de Deus total, sem filtros. A sua vida muda totalmente. Agora ela não quer mais amar a Deus para ganhar o céu ou para se salvar do inferno. Está totalmente transformada. Encontrou pela primeira vez o verdadeiro amor de Cristo, que deu a vida por ela.

A verdadeira razão de ser cristão

Cristo se torna a única razão da sua existência: já não é um elemento a mais na sua vida, mas o seu único amor e o seu motor. Surge daí a “determinada determinação” que a levaria à sua mudança de vida. Se Teresa deixa de ser uma freira medíocre e insossa, é porque o deve a esse encontro com Cristo. A sua relação com Jesus vai de meramente teórica a profundamente experiencial. Ele mudou a vida dela.

Por isso, no relato autobiográfico do Livro da Vida, logo após o capítulo da conversão, irrompe imediatamente a experiência mística de Teresa: ela agora ama a Deus pelo amor explícito que Ele demonstrou primeiro. Não há segundas intenções no seu amor por Cristo. A vida cristã não consiste mais em apenas seguir regras. Esta é a sua verdadeira conversão: amar a Deus unicamente pelo tanto que Ele me ama e pelo que Ele é: puro amor.

Agora, convertida, Teresa de Ávila muda até de nome: agora ela é Teresa de Jesus.

Fonte: Aletéia

Nossa Senhora das Dores e Santa Teresa de Jesus d´Avila, rogai por nós!
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