A Igreja Católica não permite qualquer método de fecundação que não seja o tradicional, homem e mulher.
Embora a Igreja reconheça a importância da Ciência, ela entende que a fecundação artificial (heteróloga ou homóloga) e a inseminação são ações que vão contra o Sexto Mandamento (Não Cometer Adultério).
Assim, o Catecismo da Igreja Católica ensina:
2375. As pesquisas que se destinam a reduzir a esterilidade humana devem ser encorajadas, com a condição de serem colocadas «ao serviço da pessoa humana, dos seus direitos inalienáveis e do seu bem verdadeiro e integral, em conformidade com o projecto e a vontade de Deus» (126).
2376. As técnicas que provocam a dissociação dos progenitores pela intervenção duma pessoa estranha ao casal (dádiva de esperma ou ovócito, empréstimo de útero) são gravemente desonestas. Estas técnicas (inseminação e fecundação artificial heteróloga) lesam o direito do filho a nascer dum pai e duma mãe seus conhecidos e unidos entre si pelo casamento. E atraiçoam «o direito exclusivo a não serem nem pai nem mãe senão um pelo outro» (127).
2377. Praticadas no seio do casal, estas técnicas (inseminação e fecundação artificial homóloga) são talvez menos prejudiciais, mas continuam moralmente inaceitáveis. Dissociam o acto sexual do acto procriador. O acto fundador da existência do filho deixa de ser um acto pelo qual duas pessoas se dão uma à outra, e «remete a vida e a identidade do embrião para o poder dos médicos e biólogos. Instaurando o domínio da técnica sobre a origem e destino da pessoa humana. Tal relação de domínio é, de si, contrária à dignidade e à igualdade que devem ser comuns aos pais e aos filhos» (128). «A procriação é moralmente privada da sua perfeição própria, quando não é querida como fruto do acto conjugal, isto é, do gesto específico da união dos esposos. [...] Só o respeito pelo laço que existe entre os significados do acto conjugal e o respeito pela unidade do ser humano permite uma procriação conforme à dignidade da pessoa» (129).
Nesse vídeo o pe. Paulo Ricardo responde a uma questão de um pai que, em discordância com a Igreja, fez a fecundação in vitro e agora não mais quer os óvulos já fecundados. E agora, o que fazer?
O Catecismo ainda ensina:
2379. O Evangelho mostra que a esterilidade física não é um mal absoluto. Os esposos que, depois de esgotados os recursos médicos legítimos, sofrem de infertilidade, associar-se-ão à cruz do Senhor, fonte de toda a fecundidade espiritual. Podem mostrar a sua generosidade adoptando crianças abandonadas ou realizando serviços significativos em favor do próximo.
Veja também: Por que a Igreja Católica aceita o Método Billings?
Sagrado Coração de Jesus, fazei o nosso coração semelhante ao Vosso!
Entendo a posição do video, mas gostaria de dizer que como portadora da endometriose tenho uma experiência bem diferente.
ResponderExcluirA endometriose é uma doença sem cura para grande parte das mulheres, além de não ter causa conhecida. A endometriose é uma doença muito complexa em que os médicos usam cirurgia, bloqueios hormonais, medicação para dor e inflamação e muitas outras coisas para tentar ajudar a paciente.
Outra coisa para ser levada em conta, é que a endometriose não causa só a infertilidade, mas dor, muita, muita dor. No meu caso, uma dor tão intensa que nem ir ao hospital e tomar remédio na veia resolve. Só quem tem endometriose sabe o que é se entupir de dezenas de remédios diferentes e mesmo assim não parar de sentir dor. E não é só a dor pélvica, é a dor de cabeça, a dor nas costas, a dor no intestino, a dor no estômago… Sem contar os enjôos, vômitos, desmaios e a febre… Além de tudo isso, existe aquela ansiedade de acordar todos os dias e pensar: Será que esse troço está crescendo aí dentro de mim e eu vou perder o outro ovário? Será que hoje eu vou passar mal?
A endometriose diminui drasticamente a qualidade de vida de uma pessoa. Faz com que ela tenha que faltar às atividades diárias. E com isso fica difícil ter um emprego, fazer uma faculdade… E assim como eu, várias outras mulheres tem sua sanidade mental abalada. Não é fácil passar uma semana se contorcendo de dor. E isso pode acontecer uma vez por mês, como em um intervalo de 3 meses ou de apenas 3 dias.
O congelamento de óvulos não é só uma alternativa para quem quer engravidar. É uma alternativa para se ter uma vida “normal”. É uma alternativa para parar de sentir dor, para parar de chorar de cansaço físico e mental. É uma alternativa para poder trabalhar sem ser demitida, para estudar sem ter que faltar às provas. É uma alternativa para marcar o seu casamento com segurança de que no dia você não irá parar no hospital e deixar os convidados esperando.
Uma coisa é você ter 30 anos, estar casada e descobrir que você não pode ter filhos. Outra coisa é você ter 20 anos e ver o seu corpo se deteriorar por uma doença incurável (em muitos casos) e não fazer nada para conservar a sua “chance”. No meu caso ela não é só incurável como é incontrolável, apesar dos remédios, ela continua progredindo.
Concordo que muitos médicos possam sugerir a FIV sem muito critério, mas para muita gente, essa realmente é a única opção, não só para ter um filho, mas para poder ter uma vida normal!
Chega uma hora que não é questão de boa vontade ou de fazer outras tentativas. Não é questão de tentar outro médico, pois eu já fui em 6 ginecologistas diferentes. Não é questão de fazer outro exame, eu já fiz todos disponíveis. Não é questão tentar outro tratamento, já tomei diversas medicações, fiz tratamento com medicina chinesa, floral, tratamento espiritual e nada funcionou de maneira significativa…
Quanto ao lado religioso. Chega uma hora que você se questiona se rezar/fazer promessa/novena realmente resolve. Você passa a se perguntar por que um Deus tão bom te deixa sofrer tanto. Você se pergunta quais pecados tão graves cometeu para receber esse castigo tão severo. Você perde a fé não só em uma religião, mas em tudo, inclusive nos médicos e nos tratamentos. E isso não acontece porque você é uma pessoa sem fé ou fraca, mas porque você perdeu as forças para lutar, pois não é um ano de batalha, são 10 anos de dor, e os últimos anos tem sido os mais difíceis… Além disso, não existe previsão para melhora, muito pelo contrário, o prognóstico não é favorável. Nos dias de tanta dor você não consegue ver a vida como uma dádiva, mas você deseja que Deus seja piedoso de alguma forma e te leve daqui. Se ele é tão bom, tão compreensivo, mas por algum motivo ele não pode me curar, só resta acreditar que ele vai entender a minha dor, os meus motivos e vai me perdoar.
Tudo isso pode parecer exagero, mas é aquela coisa. Só quem passa é que sabe.
http://revistacrescer.globo.com/Gravidez/Planejando-a-gravidez/noticia/2016/10/metodo-billings-nova-tabelinha.html
Excluirhttps://www.youtube.com/watch?v=YZq3Pz5xgu0
ExcluirQue desabafo... Me emocionei. Sou portadora de endometriose e tenho 37 anos... Nao sinto dores fisicas,minhsd dores sao espirituais. Sonho em ser mae e nunca consegui. So te digo uma coisa: Ainda nao desisti. Sou teimosa e pessistente. Minha fe ainda ta viva,mais confesso q as vzs cansa essa espera. Nao desanima!!!! Forca!!
ResponderExcluirAssunto muito delicado. Muitas pessoas opinam sobre o que desconhecem. Em mim foi diagnosticado " azospermia". Na época, confesso não pesquisei posição da igreja, nem imaginei que "seria" pecado, querer ter filhos, criá-los, amá-los, morrer por eles. Fizemos a fertilização, espermatozoides meus, colhidos em punção do epidídimo, óvulos da minha esposa. Nasceram crianças, trouxeram alegria a nós, nossos país, nossos imãos e outros que nos amam. Todos os embriões foram introduzidos no útero da minha esposa, nem todos foram gerados, nenhum ficou congelado. Agradeço e louvo ao Senhor Jesus Cristo por ter permitido que estas crianças fossem geradas. Ele conhece nossos corações, ele irá nos julgar.
ResponderExcluir