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segunda-feira, 31 de maio de 2021

Perguntas e Respostas sobre o Rosário(Terço)



O Santo Rosário (e o Terço) é uma das orações mais antigas, simples e fáceis que temos; no entanto, ainda existem pessoas que tem dúvidas sobre ele, como surgiu, não sabe rezar, não sabe se é obrigado ou não, que mistérios deve rezar e quais dias. Assim, resolvi aqui dirimir algumas dúvidas dos católicos e curiosos sobre essa devoção.

"A piedade medieval do Ocidente desenvolveu a oração do Rosário como alternativa popular à Oração das Horas."
(Catecismo, 2678)


1. Quando surgiu o Rosário?

O Rosário foi se formando gradualmente no Segundo Milênio.
Segundo a Tradição Católica, foi apenas no ano de 1214 que a Igreja recebeu o Rosário; uma dádiva oferecida à Igreja por São Domingos, que por sua vez o recebera da Santíssima Virgem, no fim do Séc XII.
O Rosário de São Domingos não era tal qual o temos hoje. Consistiria na pregação dos Mistérios principais da nossa salvação, o mais popular possível, sem deixar de ser bíblica, levando os ouvintes depois à recitação do Pai Nosso e da Ave Maria sem a "Santa Maria" que foi introduzida posteriormente. 
Foi São Pio V quem, no século XVI, estabeleceu o Rosário como o tínhamos até 2002 (com os 3 Mistérios).

"Que, pois, a própria Rainha do Céu haja ligado a esta oração uma grande eficácia, demonstra-o o fato de haver ela sido instituída e propagada pelo ínclito S. Domingos, por impulso e inspiração dela, em tempos especialmente tristes para a causa católica, e bem pouco diferentes dos nossos, e instituída como um instrumento de guerra eficacíssimo para combater os inimigos da fé.
Com efeito, a seita herética dos Albigenses, ora sorrateira, ora abertamente, invadira numerosas regiões; espantosa descendência dos Maniqueus, repetia ela os monstruosos erros destes, e renovava as suas hostilidades, as suas violências e o seu ódio profundo contra a Igreja. Contra essa turba tão perniciosa e arrogante, já agora pouco ou nada se podia contar com os auxílios humanos, quando o socorro veio manifestamente de Deus, por meio do Rosário de Maria.
Assim, graças à Virgem, gloriosa e debeladora de todas as heresias, as forças dos ímpios foram abatidas e quebradas, e a fé de muitíssimos ficou salva e intacta. E pede-se dizer que semelhantes fatos se verificaram no seio de todos os povos...."

2. O que é o Rosário?

O Rosário é uma "Oração evangélica, centrada sobre o mistério da Encarnação redentora, o Rosário é, por isso mesmo, uma prece de orientação profundamente cristológica" (EXORTAÇÃO APOSTÓLICA MARIALIS CULTUS)
Ele é instituído pelas seguintes orações: Credo, Pai-Nosso, Ave Maria, Glória ao Pai, Jaculatória final e Salve Rainha.

Recitar o Rosário nada mais é que contemplar com Maria o rosto de Cristo. 
(João Paulo II)

Passear/reviver/contemplar a vida de Jesus Cristo, desde o seu nascimento até a vinda de Pentecostes.

3. Qual a diferença entre o Rosário e o Terço?

O Terço é um instrumento tradicional na recitação do Rosário.
Na prática, ele é um meio para contar e registrar a sucessão da ave-marias; porém, também há um simbolismo que pode conferir uma profundidade à contemplação.
O Terço seria a oração de 1/3 do Rosário (quando ele só tinha 3 Mistérios).

4. Quantos Mistérios tem o Rosário?

Inicialmente o Rosário continha 3 Mistérios, porém, em 2002 ao convocar o Ano do Rosário (2002-2003), o Papa João Paulo II acresceu mais um Mistério ao Rosário (Carta Apostólica Rosarium Virginis Mariae), assim, atualmente o Rosário contem 4 Mistérios.

5. Quais os Mistérios do Rosário?

1. Mistérios Gozosos (da Alegria): Anunciação, Visitação de Maria a Sta Isabel, Nascimento de Jesus, Apresentação de Jesus no Templo e Purificação de Nossa Senhora e Perda e Reencontro do Menino Jesus no Templo;
2. Mistérios Luminosos (da Luz): Batismo de Jesus, Auto-Revelação nas Bodas de Caná, Anúncio do Reino de Deus, Transfiguração e Instituição da Eucaristia;
3. Mistérios Dolorosos (da Dor): Agonia de Jesus no Horto das Oliveiras, A Flagelação de Jesus, A Coroação de Espinhos, Jesus carregando a cruz para o Calvário e a Crucificação e Morte de Jesus;
4. Mistérios Gloriosos (da Glória): Ressurreição de Jesus, Ascensão, Pentecostes, Assunção de Maria e a Coroação de Maria.

6. Que dia devo rezar cada Mistério?

Você pode rezar o Rosário (com os 4 Mistérios) todos os dias, como também pode dividir a oração do Rosário durante a semana. A Igreja Católica orienta a divisão da seguinte forma:

- Mistérios Gozosos: Segunda e Sábado;
- Mistérios Luminosos: Quinta;
- Mistérios Dolorosos: Terça e Sexta; e
- Mistérios Gloriosos: Quarta e Domingo.

"Essa indicação, porém, não pretende limitar uma certa liberdade de opção na meditação pessoal e comunitária, segundo as exigências espirituais e pastorais e sobretudo as coincidências litúrgicas que possam sugerir oportunas adaptações."

7. Sou obrigada a rezar os Mistérios Luminosos?

Não.
O Papa João Paulo II ao inserir os Mistérios Luminosos no Rosário, por meio da Carta Apostólica Rosarium Virginis Mariae deixou claro que ficaria à livre valorização de cada pessoa e das comunidades abraçar os mistérios da vida pública de Cristo.

"Considero, no entanto, que, para reforçar o espessor cristológico do Rosário, seja oportuna uma inserção que, embora deixada à livre valorização de cada pessoa e das comunidades, lhes permita abraçar também os mistérios da vida pública de Cristo entre o Baptismo e a Paixão. Com efeito, é no âmbito destes mistérios que contemplamos aspectos importantes da pessoa de Cristo, como revelador definitivo de Deus. É Ele que, declarado Filho dilecto do Pai no Baptismo do Jordão, anuncia a vinda do Reino, testemunha-a com as obras e proclama as suas exigências. É nos anos da vida pública que o mistério de Cristo se mostra de forma especial como mistério de luz: « Enquanto estou no mundo, sou a Luz do mundo » (Jo 9, 5).

Mas, em seguida o nosso Santinho ensina que:

"Para que o Rosário possa considerar-se mais plenamente “compêndio do Evangelho”, é conveniente que, depois de recordar a encarnação e a vida oculta de Cristo (mistérios da alegria), e antes de se deter nos sofrimentos da paixão (mistérios da dor), e no triunfo da ressurreição (mistérios da glória), a meditação se concentre também sobre alguns momentos particularmente significativos da vida pública (mistérios da luz). Esta inserção de novos mistérios, sem prejudicar nenhum aspecto essencial do esquema tradicional desta oração, visa fazê-la viver com renovado interesse na espiritualidade cristã, como verdadeira introdução na profundidade do Coração de Cristo, abismo de alegria e de luz, de dor e de glória."

8. Sou obrigado a rezar o Rosário/Terço todo dia?

Vigiai e orai, para que não entreis em tentação...
Mt 26, 41

Como cristãos católicos nós somos obrigados a rezar/orar sempre, todos os dias e horas, sem cessar (1Ts 5,17).
O próprio Jesus nos ensinou como devemos rezar ao Pai, através da oração do Pai Nosso (Mt 6, 7-13) e, ainda, sobre a eficácia da oração: "Pedi e vos será dado; (...) pois todo o que pede, recebe..." (Mt 7, 7-11). Além disso, Ele mesmo se retirou para orar ao Pai, nos dando o exemplo.
Na Palavra de Deus há várias passagens, tanto no Antigo como no Novo Testamento sobre o poder da oração e como Deus se compadece e nos atende.
Ora, o Rosário/Terço nada mais é que uma oração, das mais simples e singelas, no entanto, das mais poderosas e exaltadas por tantos Santos e Papas da nossa Igreja.
Então sim! Devemos rezar o Rosário/Terço todos os dias. 
E também é isso que sempre nos pede Nossa Senhora em suas inúmeras aparições, mormente a de Fátima, onde Ela mesma se denominou: Senhora do Rosário; nos prometendo curas e milagres através dessa simples devoção.

E esta asserção aparece ainda mais evidente se se considerar a natureza do Rosário mariano. De feito, nada nos é mais recomendado pelos preceitos e pelos exemplos de Cristo e dos Apóstolos do que a obrigação de invocarmos a Deus e de suplicarmos o seu auxilio. Depois, os Padres e os Doutores da Igreja, por sua parte, nos ensinam que este dever é de tal importância, que quem o descurasse debalde confiaria em alcançar a eterna salvação. Mas, embora quem reza tenha, pela própria virtude da oração e pela promessa de Cristo, a possibilidade ímpar das graças divinas, todavia, como todos sabem, a oração tira a sua maior eficácia principalmente destas duas condições, a saber: da assídua perseverança, e da união de muitos corações na mesma oração.

"...exortamos calorosamente todos os cristãos a praticarem, sem se cansar, o piedoso exercício do Rosário, publicamente, ou em particular, nas suas casas e famílias..."

9. Quais as graças obtemos com a recita do Rosário/Terço?

Inúmeras são as graças/frutos que podemos obter, para nós e para os outros, pela recita do Santo Rosário. Dentre elas:

a) Paz

A dar maior actualidade ao relançamento do Rosário temos algumas circunstâncias históricas. A primeira delas é a urgência de invocar de Deus o dom da paz.(...)
O relançamento do Rosário nas famílias cristãs, no âmbito de uma pastoral mais ampla da família, propõe-se como ajuda eficaz para conter os efeitos devastantes desta crise da nossa época.
(João Paulo II)

b) Fé

Mas, como de outra vez lembramos, o Rosário produz outro fruto notável, adequado às necessidades dos nossos tempos. É este: que, numa época em que a virtude da fé em Deus está cada dia exposta a tão graves perigos e assaltos, o cristão acha no Rosário meios abundantes para alimentá-la e reforçá-la.
(Leão XIII)

c) Lições de Penitência

Ora, também para tal fim apraz-nos, em primeiro lugar, inculcar a prática do Rosário, que pode produzir "bons frutos de penitência", especialmente pela meditação dos sofrimentos de Jesus e de sua Mãe Santíssima.
(Leão XIII)

d) Promessas de Nossa Senhora ao Devoto do Rosário: 

Receberá uma graça particular; auxílio especial de Maria; extinguirá os vícios, dissipará o pecado e extirpará as heresias; hão de florescer virtudes e boas obras; a alma não perecerá; não morrerá repentinamente, conservar-se-á em graça, se justo, e merecerá a vida eterna; não morrerão sem os santos Sacramentos; a cada dia Nossa Senhora tira do Purgatório as almas dos devotos do Rosário; gozarão de grande glória no Céu; tudo que pedir pelo Rosário, alcançarão; socorrerá quem propaga o Rosário em suas necessidades; entre outras.

10. Posso rezar enquanto faço outra atividade?

Sim.
Nos ensina o Papa Leão XIII:

Aqueles, pois, que se esforçam por atingir o seu bem supremo, um admirável desígnio da Providência ofereceu o auxílio do Rosário: auxilio mais fácil e mais prático do que qualquer outro. Porque basta um conhecimento, mesmo modesto, da religião, para se aprender a rezar com fruto o Rosário; e, por outro lado, isso requer tão pouco tempo, que na realidade não pode acarretar prejuízo a outros afazeres. Além de que isto é confirmado por oportunos e luminosos exemplos da história da Igreja; onde se lê que em todos os tempos houve pessoas que, conquanto desempenhassem ofícios muito pesados, ou fossem absorvidas por fatigantes ocupações, todavia nem sequer por um só dia relaxaram este piedoso costume.

Mas é bom dedicar um tempo (20/30min) no dia para recitar o Rosário/Terço com tranquilidade e meditando os Mistérios.

11. Rezar o Rosário/Terço me confere Indulgências?

Sim!
A Oração do Rosário/Terço é uma Obra Indulgenciada.

Depois disto, não restava senão fazer conhecer aos fiéis o imenso valor e as grandíssimas vantagens ligadas ao Rosário mariano, pelos numerosos privilégios e direitos com que ele foi enriquecido, e sobretudo pelo tesouro de Indulgências de que goza. E certamente não é difícil compreender o quanto estas vantagens devam ser estimadas por aqueles que pensam seriamente na sua eterna salvação. Com efeito, aqui se trata de obter, total ou parcialmente, a remissão da pena temporal a pagar nesta ou na outra vida, mesmo depois de haver sido cancelada a culpa. Tesouro este, sem dúvida, preciosíssimo, porque constituído pelos méritos de Cristo, aos quais se juntaram os da Mãe de Deus e dos Santos. A tal tesouro, o Nosso Predecessor Clemente VI com razão referia aquelas palavras da Sabedoria: "Inexaurível tesouro é ela para os homens: aqueles que dela fazem uso proporcionam-se amizade junto a Deus" (Sab. 7, 14). Já os Romanos Pontífices, por força do seu supremo poder recebido de Deus, abriram largamente os mananciais de tais graças aos membros das Confrarias do Santo Rosário, e àqueles que rezam o Rosário com devoção.

a) Ao fiel que trazer consigo, piedosamente, o terço: indulgência parcial;
b) Rosário/Terço recitado na Igreja, oratório ou em família: indulgência plenária;
c) Rezar o Rosário/Terço em outras situações: indulgência parcial.

Observando-se as 3 Condições: confissão; comunhão e oração na intenção do Sto Papa.

12. Quais são as Festas do Rosário?

São consideradas festas do Rosário, as festas dos Mistérios, a saber:

a) A Anunciação de Nossa Senhora;
b) o Encontro de JESUS entre os Doutores, no Templo, em algumas liturgias;
c) duas Sextas-feiras da Quaresma à escolha dos fiéis;
d) A Páscoa;
e) a Ascensão;
f) a Assunção;
g) Nossa Senhora do Rosário (07/10): podem ser lucradas indulgências pelas Almas do Purgatório.
h) o dia de Todos os Santos;

13. Quando é o Mês do Rosário? 
Que exercícios fazer?

O Mês do Rosário é obrigatório para toda a Igreja Católica, vai de 01 de Outubro a 02 de Novembro.

Os exercícios do mês do Rosário se devem fazer em todas as igrejas paroquiais; constam da reza de cinco dezenas do Rosário/Terço, da Ladainha de Nossa Senhora e da Oração a São José, antes da Santa Missa ou, à tarde, perante o Santíssimo Sacramento exposto.

14. O que são os 15 Sábados do Rosário?

Consiste esta devoção, em comungar no decurso de 15 Sábados consecutivos, em memória dos quinze mistérios do Rosário, com a finalidade de honrar a Santíssima Virgem e por este meio obter alguma graça especial, quer na ordem espiritual, quer na temporal.
Nestes sábados meditam-se por ordem os quinze mistérios, um em cada sábado.

15. Como deve ser feito o Rosário/Terço material?

Deve ser quinze dezenas (agora 20) ou cinco.
Dá-se ao rosário ou coroa de 15 dezenas (agora 20) o de rosário propriamente dito; o de 5 dezenas é o terço.
O simples terço com suas cinco dezenas recebe as mesmas bênçãos e produz os mesmos frutos espirituais que o rosário e tanto faz rezar três vezes (agora 4) o terço, como uma vez o rosário.
É necessário que o rosário ou terço seja bento por um sacerdote para se lucrar as indulgências.
De qualquer maneira pode se fazer o rosário, contanto que tenha certa solidez.

16. Das Orações que compõe o Rosário/Terço

  • Pai Nosso

O Pai Nosso com que se separam as dezenas de Ave Maria é obra de JESUS que ensinou aos seus discípulos conforme se vê na sua Palavra em Mateus 6, 7-13.

Em cada um dos seus mistérios, Jesus leva-nos sempre até ao Pai, para Quem Ele Se volta continuamente porque repousa no seu “seio” (cf. Jo 1,18). Quer introduzir-nos na intimidade do Pai, para dizermos com Ele: « Abbá, Pai » (Rom 8, 5; Gal 4, 6). É em relação ao Pai que Ele nos torna irmãos seus e entre nós, ao comunicar-nos o Espírito que é conjuntamente d'Ele e do Pai. O “Pai nosso”, colocado quase como alicerce da meditação cristológico-mariana que se desenrola através da repetição da Avé Maria, torna a meditação do mistério, mesmo quando é feita a sós, uma experiência eclesial.
  • Ave Maria

Oração predominante do Rosário, é composta das palvras que o Anjo dirigiu à Santíssima Virgem no dia da Encarnação do Verbo, das que Santa Isabel pronunciou na visita de Nossa Senhora, enfim, de uma invocação acrescentada às precedentes palavras pela Santa Igreja, nossa Mãe.

    Este elemento é o mais encorpado do Rosário e também o que faz dele uma oração mariana por excelência. Mas à luz da própria Avé Maria, bem entendida, nota-se claramente que o carácter mariano não só não se opõe ao cristológico como até o sublinha e exalta. De facto, a primeira parte da Avé Maria, tirada das palavras dirigidas a Maria pelo Anjo Gabriel e por Santa Isabel, é contemplação adoradora do mistério que se realiza na Virgem de Nazaré. Exprimem, por assim dizer, a admiração do céu e da terra, e deixam de certo modo transparecer o encanto do próprio Deus ao contemplar a sua obra-prima –a encarnação do Filho no ventre virginal de Maria – na linha daquele olhar contente do Génesis (cf. Gen 1, 31), daquele primordial « pathos com que Deus, na aurora da criação, contemplou a obra das suas mãos ». A repetição da Avé Maria no Rosário sintoniza-nos com este encanto de Deus: é júbilo, admiração, reconhecimento do maior milagre da história. É o cumprimento da profecia de Maria: « Desde agora, todas as gerações Me hão-de chamar ditosa » (Lc 1, 48).
    O baricentro da Avé Maria, uma espécie de charneira entre a primeira parte e a segunda, é o nome de Jesus. 

  • Glória ao Pai

A doxologia trinitária é a meta da contemplação cristã. De facto, Cristo é o caminho que nos conduz ao Pai no Espírito. Se percorrermos em profundidade este caminho, achamo-nos continuamente na presença do mistério das três Pessoas divinas para As louvar, adorar, agradecer. É importante que o Glória, apogeu da contemplação, seja posto em grande evidência no Rosário. Na recitação pública, poder-se-ia cantar para dar a devida ênfase a esta perspectiva estrutural e qualificadora de toda a oração cristã.
  • Jaculatória

Oração pedida e ensinada por Nossa Senhora em Fátima:

Ó Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo do inferno, levai as almas todas para o Céu, e socorrei principalmente as que mais precisarem e abençoai o Santo Papa.

"Na prática corrente do Rosário, depois da doxologia trinitária diz-se uma jaculatória, que varia segundo os costumes. Sem diminuir em nada o valor de tais invocações, parece oportuno assinalar que a contemplação dos mistérios poderá manifestar melhor toda a sua fecundidade, se se tiver o cuidado de terminar cada um dos mistérios com uma oração para obter os frutos específicos da meditação desse mistério."

  • Credo

    "Segundo a praxe comum, são vários os modos de introduzir o Rosário nos distintos contextos eclesiais. Em algumas regiões, costuma-se iniciar com a invocação do Salmo 69/70: « Ó Deus, vinde em nosso auxílio; Senhor, socorrei-nos e salvai-nos », para de certo modo alimentar, na pessoa orante, a humilde certeza da sua própria indigência; ao contrário, noutros lugares começa-se com a recitação do Creio em Deus Pai, querendo de certo modo colocar a profissão de fé como fundamento do caminho contemplativo que se inicia."

  • Salve Rainha

Assim vivido, o Rosário torna-se verdadeiramente um caminho espiritual, onde Maria faz de mãe, mestra e guia, e apoia o fiel com a sua poderosa intercessão. Como admirar-se de que o espírito, no final desta oração em que teve a experiência íntima da maternidade de Maria, sinta a necessidade de se expandir em louvores à Virgem Santa, quer com a oração esplêndida da Salve Rainha, quer através das invocações da Ladainha Lauretana? É o remate dum caminho interior que levou o fiel ao contacto vivo com o mistério de Cristo e da sua Mãe Santíssima.



"DEPOIS DA SANTA MISSA, 
O ROSÁRIO É O EXERCÍCIO DE PIEDADE QUE MAIS ME AGRADA..."
(Nossa Senhora ao Beato Alano de LaRoche)

Fontes:
1. Catecismo da Igreja Católica
6. Livro O Segredo Admirável do Santíssimo Rosário;
9) Livro Sacratíssimo Rosário e as "Três Novenas" do Rosário de Pompéia "Devoção do Padre Pio"

TOTUS TUUS EGO SUM, MARIAE
ET OMNIA MEA TUA SUNT
                  
Nossa Senhora do Rosário de Fátima, rogai por nós!

sábado, 29 de maio de 2021

29 de maio: dia de São Paulo VI, o Santo da Cura dos Bebês em Gestação


Public Domain


Kathleen Hattrup

Milagres atribuídos ao santo pontífice indicam curas de bebês desenganados pelos médicos durante as gestações

“O Papa Francisco, concordando com as petições e desejos do Povo de Deus, decretou que a celebração do Papa São Paulo VI deveria ser inserida no Calendário Romano em 29 de maio com a categoria de memorial opcional”, diz uma declaração do Congregação da liturgia do Vaticano.

A data reconhece, assim, o aniversário da ordenação sacerdotal deste pontífice (1897-1978), eleito Papa em 1963.

Os dias de festa geralmente correspondem ao nascimento do santo para a vida eterna (o dia da sua morte), mas há algumas exceções.

Algumas delas são a festa de São João Paulo II, em 22 de outubro, aniversário de sua eleição como Papa. A Igreja também celebra a festa de Santa Zélia e São Luís Martin na data do aniversário de casamento deles (12 de julho). Enfim, são várias as razões que podem entrar em jogo para a escolha de um dia de festa, incluindo o período litúrgico.

São Paulo VI: um amante da vida

Francisco canonizou Paulo VI em outubro de 2018.

Paulo VI é foi o Papa que concluiu o Concílio Vaticano II. Entre outros documentos, escreveu, em 1698, a encíclica Humane Vitae, que fala sobre a contracepção artificial.

Parece que o santo pontífice tem um carinho especial pela vida, já que os milagres que levaram à sua canonização envolveram bebês em gestação.

Em fevereiro de 2018, a Santa Sé reconheceu o milagre atribuído às orações de Paulo VI, abrindo caminho para a canonização do pontífice. Um bebê no quinto mês de gravidez carregado por uma mãe que tinha uma doença que colocava em risco a vida de ambos nasceu com boa saúde e agora é uma menina saudável em crescimento.

Outro milagre aprovado no processo de beatificação do Papa Paulo VI (Giovanni Battista Montini) também diz respeito a uma gravidez difícil. Os médicos incentivaram uma mulher a abortar seu filho porque o bebê era deficiente . Ela recusou o aborto e confiou o bebê à intercessão de Paulo VI, por causa de sua encíclica Humanae Vitae . A criança sobreviveu sem quaisquer problemas de saúde.

Paulo VI foi beatificado em 19 de outubro de 2014, na conclusão do primeiro Sínodo sobre a Família.

Amante da igreja

O documento do Vaticano para sua canonização o descreve assim:

Paulo VI brilha como aquele que uniu em si a fé pura de São Pedro e o zelo missionário de São Paulo. Sua consciência de ser o Sucessor de Pedro fica evidente quando lembramos que em 10 de junho de 1969, durante uma visita ao Conselho Mundial de Igrejas em Genebra, ele se apresentou dizendo “Meu nome é Pedro”. …

A Igreja sempre foi, de fato, seu amor constante, sua preocupação principal, objeto de reflexão constante, o fio primeiro e mais fundamental de todo o seu pontificado.

Nada mais desejava do que um maior conhecimento Igreja para ser cada vez mais eficaz no anúncio do Evangelho.

Fonte: Aletéia

São Paulo VI, rogai pelas gestantes, pelos bebês em gestação e pelas mulheres que desejam engravidar.

quinta-feira, 27 de maio de 2021

Como identificar um templo católico?

Massimo Todaro | Shutterstock

Julio De la Vega Hazas 

Tem uma estratégia que é infalível

Às vezes, quando você está procurando um templo católico, pode cometer o erro de cair em um de outra religião. Mas como saber se uma igreja é realmente católica? Vou te dar algumas dicas.

A primeira delas é fazer uma pesquisa na internet. As igrejas costumam ter sites e, neles, deixam claro a que grupo cristão pertencem.

A segunda dica é analisar o exterior da igreja. Em países em que há grande variedade de religiões e templos (Estados Unidos, por exemplo), as igrejas costumam ter plaquinhas que dizem algo do tipo: “Bem-vindos à Igreja Batista de…”.

Outra pista pode estar no quadro de horários das celebrações, que costuma ficar na entrada do templo. Se lá não estiver anunciada a “Santa Missa”, o templo não é católico.

Vou dar o exemplo da Inglaterra, que é muito complexo. A Igreja da Inglaterra (anglicana) não tem uma fé única. Só se sabe mais ou menos a que setor pertence cada templo vendo o que ele anuncia a este respeito. Se no quadro há horários do Sunday Service, a igreja é de fé protestante. Por outro lado, se houver a expressão Holy Communion, o templo pertence à chamada Broad Church (“igreja ampla”) e também não é católico.

O peculiar aqui é que existe uma parte do anglicanismo que pertence à chamada High Church (“alta igreja”), que compartilha com os católicos a fé eucarística e, portanto, anuncia a Santa Missa. Eles são chamados de católicos, mas são anglicanos (“anglocatólicos”).

Os templos católicos são identificados como Roman Catholic. É a única maneira de distingui-los dos outros.

Dentro do templo, o elemento fundamental para saber se ele é católico é a presença do sacrário. Se no templo estiverem as espécies eucarísticas, a igreja pertence ao catolicismo.

A coisa fica mais complicada quando tratamos das igrejas orientais, como os ortodoxos, armênio, coptas do Egito etc. Por quê? Porque há templos que seguem quase que o mesmo rito católico. A diferença é que, na Missa, alguns fazem menção ao Papa e outros não. Mas para saber, só assistindo à Missa.

Agora, suponhamos que você esteja em Moscou. Lá há igrejas católicas, mas uma boa parte é de rito grego, o mesmo da Igreja Ortodoxa Russa.

À primeira vista, não é possível distinguir essas igrejas. Então, a melhor estratégia é perguntar. Mas pode ser que você esteja em algum lugar da Rússia em que só há uma igreja. O mais provável é que ela seja ortodoxa. Mais uma vez, convém perguntar. Em todo caso, se é a única, vá à Missa do domingo lá – mesmo que a igreja seja ortodoxa, pois é uma autêntica Missa (e a Igreja Católica permite isso).

Fonte: Aletéia

Nossa Senhora de Fátima, rogai por nós!

terça-feira, 25 de maio de 2021

Homilia do Papa sobre PENTECOSTES

 SANTA MISSA NA SOLENIDADE DE PENTECOSTES

HOMILIA DO PAPA FRANCISCO

Basílica de São Pedro
Domingo, 23 de maio de 2021

[Multimídia]


 

«Virá o Paráclito, que Eu vos hei de enviar da parte do Pai» (cf. Jo 15, 26). Com estas palavras, Jesus promete aos discípulos o Espírito Santo, o dom supremo, o dom dos dons; e fala do Espírito, usando uma palavra particular, misteriosa: Paráclito. Debrucemo-nos hoje sobre esta palavra, que não é fácil de traduzir pois encerra vários significados. Substancialmente, Paráclito significa duas coisas: Consolador e Advogado.

1. O Paráclito é o Consolador. Todos nós, especialmente em momentos difíceis como este que estamos a atravessar devido à pandemia, procuramos consolações. Muitas vezes, porém, recorremos só a consolações terrenas, que depressa se extinguem, são consolações momentâneas. Hoje Jesus oferece-nos a consolação do Céu, o Espírito, o «Consolador perfeito» (Sequência). Qual é a diferença? As consolações do mundo são como os anestésicos: oferecem um alívio momentâneo, mas não curam o mal profundo que temos dentro. Insensibilizam, distraem, mas não curam pela raiz. Agem à superfície, ao nível dos sentidos, dificilmente ao nível do coração. Com efeito, só dá paz ao coração quem nos faz sentir amados tal como somos. E o Espírito Santo, o amor de Deus, faz isso: como Espírito que é, age no nosso espírito, desce ao mais íntimo de nós mesmos. visita «o íntimo do coração», pois é «das almas hóspede amável» (ibid.). É a ternura de Deus em pessoa, que não nos deixa sozinhos; e o facto de estar com quem vive sozinho, já é consolar.

Irmã, irmão, se sentes o negrume da solidão, se trazes dentro um peso que sufoca a esperança, se tens no coração uma ferida que queima, se não encontras a via de saída, abre-te ao Espírito. Como dizia São Boaventura, «onde houver maior tribulação, Ele leva maior consolação. Não faz como o mundo, que na prosperidade consola e adula, mas na adversidade troça e condena» (Sermão na Oitava da Ascensão). Assim faz o mundo, assim faz sobretudo o espírito maligno, o diabo: primeiro, lisonjeia-nos e faz-nos sentir invencíveis – as lisonjas do diabo, que fazem crescer a vaidade –, depois atira-nos ao chão e faz-nos sentir errados: joga conosco. Faz todo o possível por nos derrubar, enquanto o Espírito do Ressuscitado nos quer levantar. Olhemos os Apóstolos: estavam sozinhos naquela manhã, estavam sozinhos e perdidos, com as portas fechadas pelo medo; viviam no temor, tendo diante dos olhos todas as suas fragilidades e fracassos, os seus pecados: tinham renegado Jesus Cristo. Os anos transcorridos com Jesus não conseguiram mudá-los, continuavam a ser os mesmos. Depois, recebem o Espírito e tudo muda: os problemas e defeitos permanecem os mesmos, mas eles já não os temem porque não temem sequer quem pretende fazer-lhes mal. Sentem-se intimamente consolados, e querem fazer transbordar a consolação de Deus. Antes eram medrosos, agora só têm medo de não testemunhar o amor recebido. Jesus profetizara-o: o Espírito «dará testemunho a meu favor. E vós também haveis de dar testemunho» (Jo 15, 26-27).

Avancemos um passo. Também nós somos chamados a dar testemunho no Espírito Santo, a tornar-nos paráclitos, isto é consoladores. Sim, o Espírito pede-nos para darmos corpo à sua consolação. E como podemos fazê-lo? Não fazendo grandes discursos, mas aproximando-nos das pessoas; não com palavras empoladas, mas com a oração e a proximidade. Lembremo-nos de que a proximidade, a compaixão e a ternura são o estilo de Deus, sempre. O Paráclito diz à Igreja que hoje é o tempo da consolação. É o tempo do anúncio feliz do Evangelho, mais do que do combate ao paganismo. É o tempo para levar a alegria do Ressuscitado, não para nos lamentarmos do drama da secularização. É o tempo para derramar amor sobre o mundo, sem abraçar o mundanismo. É o tempo para testemunhar a misericórdia, mais do que para inculcar regras e normas. É o tempo do Paráclito! É o tempo da liberdade do coração, no Paráclito.

2. Depois, o Paráclito é o Advogado. No contexto histórico de Jesus, o advogado não exercia as suas funções como hoje: em vez de falar pelo acusado, costumava ficar junto dele sugerindo-lhe ao ouvido os argumentos para se defender. Assim faz o Paráclito, «o Espírito da verdade» (Jo 15, 26), que não nos substitui, mas defende-nos das falsidades do mal, inspirando-nos pensamentos e sentimentos. Fá-lo com delicadeza, sem nos forçar: propõe, não Se impõe. O espírito da falsidade, o maligno, faz o contrário: procura constranger-nos, quer fazer-nos acreditar que somos sempre obrigados a ceder às más sugestões e aos impulsos dos vícios. Esforcemo-nos então por acolher três sugestões típicas do Paráclito, do nosso Advogado. São três antídotos basilares contra três tentações atualmente muito difusas.

O primeiro conselho do Espírito Santo é: «Vive no presente»; no presente, não no passado nem no futuro. O Paráclito afirma o primado do hoje, contra a tentação de fazer-se paralisar pelas amarguras e nostalgias do passado, ou de focar-se nas incertezas do amanhã e deixar-se obcecar pelos temores do futuro. O Espírito lembra-nos a graça do presente. Não há tempo melhor para nós: agora e aqui onde estamos é o único e irrepetível momento para fazer bem, fazer da vida uma dádiva. Vivamos no presente!

Depois o Paráclito aconselha: «Procura o todo». O todo, não a parte. O Espírito não molda indivíduos fechados, mas funde-nos como Igreja na multiforme variedade dos carismas, numa unidade que nunca é uniformidade. O Paráclito afirma o primado do todo. É no todo, na comunidade que o Espírito gosta de agir e inovar. Olhemos para os Apóstolos. Eram muito diferentes entre eles: por exemplo, havia Mateus, um publicano que colaborara com os Romanos, e Simão, chamado o Zelote, que a eles se opunha. Tinham ideias políticas opostas, visões do mundo diferentes. Mas, quando recebem o Espírito, aprendem a dar o primado não aos seus pontos de vista humanos, mas ao todo de Deus. Hoje, se dermos ouvidos ao Espírito, deixaremos de nos focar em conservadores e progressistas, tradicionalistas e inovadores, de direita e de esquerda; se fossem estes os critérios, significava que na Igreja se esquecia o Espírito. O Paráclito impele à unidade, à concórdia, à harmonia das diversidades. Faz-nos sentir parte do mesmo Corpo, irmãos e irmãs entre nós. Procuremos o todo! E o inimigo quer que a diversidade se transforme em oposição e por isso faz com que se torne ideologia. Devemos dizer «não» às ideologias, «sim» ao todo.

Por fim, o terceiro grande conselho: «Coloca Deus antes do teu eu». Está aqui o passo decisivo da vida espiritual, que não é uma coleção de méritos e obras nossas, mas humilde acolhimento de Deus. O Paráclito afirma o primado da graça. Só deixaremos espaço ao Senhor, se nos esvaziarmos de nós mesmos; só nos encontramos a nós mesmos, se nos entregamos a Ele; só como pobres em espírito é que nos tornamos ricos de Espírito Santo. Isto vale também para a Igreja. Com as nossas forças, não salvamos ninguém, nem sequer a nós mesmos. Se estiverem em primeiro lugar os nossos projetos, as nossas estruturas e os nossos planos de reforma, então decairemos no funcionalismo, no pragmatismo, no horizontalismo e não produziremos fruto. Os «ismos» são ideologias que dividem, que separam. A Igreja não é uma organização humana – é humana, mas não é apenas uma organização humana –, a Igreja é o templo do Espírito Santo. Jesus trouxe o fogo do Espírito à terra, e a Igreja reforma-se com a unção, a gratuidade da unção da graça, com a força da oração, com a alegria da missão, com a beleza desarmante da pobreza. Coloquemos Deus em primeiro lugar!

Espírito Santo, Espírito Paráclito, consolai os nossos corações. Fazei-nos missionários da vossa consolação, paráclitos de misericórdia para o mundo. Ó nosso Advogado, suave Sugeridor da alma, tornai-nos testemunhas do hoje de Deus, profetas de unidade para a Igreja e a humanidade, apóstolos apoiados na vossa graça, que tudo cria e tudo renova. Amen.

Fonte: Santa Sé

Espírito Santo Paráclito, Vinde sobre Nós!

segunda-feira, 24 de maio de 2021

É verdade que meu Anjo da Guarda termina de rezar o Rosário se eu pegar no sono?


Pascal Deloche | Godong

Philip Kosloski 

Ele faria isso de bom grado. Mas...

Uma tradição popular afirma que: “Se você adormecer rezando o Rosário, seu Anjo da Guarda o terminará para você.”

Mas será que isso é verdade?

Os Anjos da Guarda são servos e mensageiros de Deus que nos são designados no início de nossa vida para nos proteger e nos guardar, levando-nos à vida eterna. Sua missão principal é garantir que escolhemos o caminho que leva ao céu.

O Rosário é uma poderosa oração devocional, que pode nos ajudar nesse caminho. Quando rezado com fé e amor, o Rosário pode transformar nossas vidas. No entanto, algumas vezes começaremos a rezá-lo (especialmente na hora de dormir) e adormeceremos. Nosso Anjo da Guarda continuará de onde paramos?

Embora seja verdade que os Anjos da Guarda farão o que for necessário para nos levar para o Céu, eles ainda são criaturas espirituais e desconhecem nossos pensamentos, a menos que os revelemos intencionalmente. Eles não receberam acesso especial a nossos pensamentos. Somente Deus é capaz de saber exatamente o que está acontecendo em nossa mente, pois ele é o criador e sustentador de todos nós. Como resultado, se queremos que nosso Anjo da Guarda termine nosso Rosário, precisamos pedir que eles o façam.

Os anjos passam a existência louvando a Deus e desfrutando da visão beatífica e, portanto, adicionar o Rosário às suas orações não é um fardo. De fato, eles poderiam rezar o Rosário muito melhor do que jamais poderíamos fazer na Terra!

Ao mesmo tempo, isso não é algo de que devemos abusar, desistindo inteiramente do Rosário, porque queremos que nosso Anjo da Guarda ore por nós. O ato de rezar o Rosário é, frequentemente, o que nos transforma e conforma nossa vontade à vontade de Deus. É uma disciplina que tem muitos benefícios, por isso não devemos abandoná-la apenas porque somos preguiçosos.

Então, na próxima vez que você se deitar para rezar o Rosário, lembre-se de que seu Anjo da Guarda pode terminar por você (e terá prazer em fazê-lo), mas você precisa revelar esse desejo a ele e pedir ajuda (ah, e não se acostumar com essa ajudinha extra).

Fonte: Aletéia

Nossa Senhora do Rosário de Fátima, rogai por nós!

domingo, 23 de maio de 2021

Honre N. S. de Fátima com estas 4 formas de rezar o Terço

Immaculate | Shutterstock


Theresa Civantos Barber - Reportagem local


Arranjar tempo para essa devoção é mais difícil quando você tem filhos pequenos. 
Mas estas dicas irão ajudar

Já se passaram mais de 100 anos desde que Nossa Senhora apareceu em Fátima com este pedido sobre o Terço:

“Rezem o Rosário todos os dias para obter a paz para o mundo e o fim da guerra.”

Certamente, a necessidade de paz no mundo é tão importante agora quanto era antes. Mas por que o Rosário (ou o Terço)?

Lúcia, uma das três crianças que viram a Santíssima Virgem, pensou que era porque esta é uma oração acessível:

“Rezar o Rosário é algo que todos podem fazer, ricos e pobres, sábios e ignorantes, grandes e pequenos.”

Embora o Rosário seja, de fato, acessível e Nossa Senhora nos tenha pedido para rezá-lo diariamente, nem sempre é fácil de fazer isso. Arranjar tempo para essa devoção é ainda mais difícil com crianças correndo por aí!

Mas, se você quer fazer do Rosário parte de sua rotina diária, tente uma destas sugestões que se concentram em maneiras de envolver as crianças. A oração desta devoção tradicional homenageia Nossa Senhora, não apenas no dia da sua festa de Fátima, mas todos os dias do ano.

1 – Inclua o terço na sua rotina de dormir

Muitos católicos gostam de rezar o Terço enquanto se preparam para dormir. Alguns pais acham que orar em voz alta é uma maneira reconfortante de ajudar os pequenos a adormecerem. E se você dormir rezando o Terço, seu anjo da guarda pode terminá-lo para você.


2 – Reze no carro

A oração do Rosário leva cerca de 15 minutos. Portanto, sempre que você tiver uma viagem mais longa do que isso, pode rezar um Rosário! Mantenha alguns tercinhos no carro para que você esteja pronto a qualquer momento ou baixe um aplicativo do Terço em seu celular.

3 – Utilize um Terço ilustrado

Saboreie a rica beleza da arte católica com um livro que combine imagens sagradas com os mistérios do Rosário. Será especialmente útil para rezar com os pequenos, pois as ilustrações vão chamar a atenção deles em cada mistério. Clique aqui e veja algumas opções.

4 – Livro para colorir

Para o pequeno que não consegue ficar parado, um livro para colorir pode ser uma ferramenta útil para ocupar as mãos. O livro alimenta a mente e a alma também, à medida que as crianças aprendem sobre cada mistério do Rosário à medida que avançam nas atividades. Clique aqui para ver algumas opções de livros infantis.

Fonte: Aletéia

Nossa Senhora do Rosário de Fátima, rogai por nós!

sábado, 22 de maio de 2021

Rosário: A distribuição no tempo



O Rosário pode ser recitado integralmente todos os dias, não faltando quem louvavelmente o faça. Acaba assim por encher de oração as jornadas de tantos contemplativos, ou servir de companhia a doentes e idosos que dispõem de tempo em abundância. Mas é óbvio – e isto vale com mais forte razão ao acrescentar-se o novo ciclo dos mysteria lucis – que muitos poderão recitar apenas uma parte, segundo uma determinada ordem semanal. Esta distribuição pela semana acaba por dar às sucessivas jornadas desta uma certa “cor” espiritual, de modo análogo ao que faz a Liturgia com as várias fases do ano litúrgico.

Segundo a prática corrente, a segunda e a quinta-feira são dedicadas aos “mistérios da alegria”, a terça e a sexta-feira aos “mistérios da dor”, a quarta-feira, o sábado e o domingo aos “mistérios da glória”. Onde se podem inserir os “mistérios da luz”? Atendendo a que os mistérios gloriosos são propostos em dois dias seguidos –sábado e domingo – e que o sábado é tradicionalmente um dia de intenso carácter mariano, parece recomendável deslocar para ele a segunda meditação semanal dos mistérios gozosos, nos quais está mais acentuada a presença de Maria. E assim fica livre a quinta-feira precisamente para a meditação dos mistérios da luz.

Esta indicação, porém, não pretende limitar uma certa liberdade de opção na meditação pessoal e comunitária, segundo as exigências espirituais e pastorais e sobretudo as coincidências litúrgicas que possam sugerir oportunas adaptações. Verdadeiramente importante é que o Rosário seja cada vez mais visto e sentido como itinerário contemplativo. Através dele, de modo complementar ao que se realiza na Liturgia, a semana do cristão, tendo o domingo – dia da ressurreição – por charneira, torna-se uma caminhada através dos mistérios da vida de Cristo, para que Ele Se afirme, na vida dos seus discípulos, como Senhor do tempo e da história.


Nossa Senhora do Rosário de Fátima, rogai por nós!

sexta-feira, 21 de maio de 2021

Rosário: Mistérios da Glória

Papa Francisco rezando o terço

“A contemplação do rosto de Cristo não pode deter-se na imagem do crucificado. Ele é o Ressuscitado!”.(29) O Rosário sempre expressou esta certeza da fé, convidando o crente a ultrapassar as trevas da Paixão, para fixar o olhar na glória de Cristo com a Ressurreição e a Ascensão. Contemplando o Ressuscitado, o cristão descobre novamente as razões da própria fé (cf. 1 Cor 15, 14), e revive não só a alegria daqueles a quem Cristo Se manifestou – os Apóstolos, a Madalena, os discípulos de Emaús –, mas também a alegria de Maria, que deverá ter tido uma experiência não menos intensa da nova existência do Filho glorificado. A esta glória, onde com a Ascensão Cristo Se senta à direita do Pai, Ela mesma será elevada com a Assunção, chegando, por especialíssimo privilégio, a antecipar o destino reservado a todos os justos com a ressurreição da carne. Enfim, coroada de glória – como aparece no último mistério glorioso – Ela resplandece como Rainha dos Anjos e dos Santos, antecipação e ponto culminante da condição escatológica da Igreja.

No centro deste itinerário de glória do Filho e da Mãe, o Rosário põe, no terceiro mistério glorioso, o Pentecostes, que mostra o rosto da Igreja como família reunida com Maria, fortalecida pela poderosa efusão do Espírito, pronta para a missão evangelizadora. No âmbito da realidade da Igreja, a contemplação deste, como dos outros mistérios gloriosos, deve levar os crentes a tomarem uma consciência cada vez mais viva da sua nova existência em Cristo, uma existência de que o Pentecostes constitui o grande “ícone”. Desta forma, os mistérios gloriosos alimentam nos crentes a esperança da meta escatológica, para onde caminham como membros do Povo de Deus peregrino na história. Isto não pode deixar de impeli-los a um corajoso testemunho daquela « grande alegria » que dá sentido a toda a sua vida.


Nossa Senhora do Rosário de Fátima, rogai por nós!

quinta-feira, 20 de maio de 2021

Rosário: Mistérios da Dor



Os Evangelhos dão grande relevo aos mistérios da dor de Cristo. A piedade cristã desde sempre, especialmente na Quaresma, através do exercício da Via Sacra, deteve-se em cada um dos momentos da Paixão, intuindo que aqui está o ápice da revelação do amor e a fonte da nossa salvação. O Rosário escolhe alguns momentos da Paixão, induzindo o orante a fixar neles o olhar do coração e a revivê-los. O itinerário meditativo abre-se com o Getsémani, onde Cristo vive um momento de particular angústia perante a vontade do Pai, contra a qual a debilidade da carne seria tentada a revoltar-se. Ali Cristo põe-Se no lugar de todas as tentações da humanidade, e diante de todos os seus pecados, para dizer ao Pai: « Não se faça a minha vontade, mas a Tua » (Lc 22, 42 e par). Este seu “sim” muda o “não” dos pais no Éden. E o quanto Lhe deverá custar esta adesão à vontade do Pai, emerge dos mistérios seguintes, nos quais, com a flagelação, a coroação de espinhos, a subida ao Calvário, a morte na cruz, Ele é lançado no maior desprezo: Ecce homo!

Neste desprezo, revela-se não somente o amor Deus, mas o mesmo sentido do homem. Ecce homo: quem quiser conhecer o homem, deve saber reconhecer o seu sentido, a sua raiz e o seu cumprimento em Cristo, Deus que Se rebaixa por amor « até à morte, e morte de cruz » (Fil 2, 8). Os mistérios da dor levam o crente a reviver a morte de Jesus pondo-se aos pés da cruz junto de Maria, para com Ela penetrar no abismo do amor de Deus pelo homem e sentir toda a sua força regeneradora.


Nossa Senhora do Rosário de Fátima, rogai por nós!

quarta-feira, 19 de maio de 2021

Rosário: Mistérios da Luz

Papa João Paulo II rezando o terço

Passando da infância e da vida de Nazaré à vida pública de Jesus, a contemplação leva-nos aos mistérios que se podem chamar, por especial título, “mistérios da luz”. Na verdade, todo o mistério de Cristo é luz. Ele é a « luz do mundo » (Jo8, 12). Mas esta dimensão emerge particularmente nos anos da vida pública, quando Ele anuncia o evangelho do Reino. Querendo indicar à comunidade cristã cinco momentos significativos – mistérios luminosos – desta fase da vida de Cristo, considero que se podem justamente individuar: 1o no seu Baptismo no Jordão, 2o na sua auto-revelação nas bodas de Caná, 3o no seu anúncio do Reino de Deus com o convite à conversão, 4o na sua Transfiguração e, enfim, 5o na instituição da Eucaristia, expressão sacramental do mistério pascal.

Cada um destes mistérios é revelação do Reino divino já personificado no mesmo Jesus. Primeiramente é mistério de luz o Batismo no Jordão. Aqui, enquanto Cristo desce à água do rio, como inocente que Se faz pecado por nós (cf. 2 Cor 5, 21), o céu abre-se e a voz do Pai proclama-O Filho dileto (cf. Mt 3, 17 par), ao mesmo tempo que o Espírito vem sobre Ele para investi-Lo na missão que O espera. Mistério de luz é o início dos sinais em Caná (cf. Jo 2, 1-12), quando Cristo, transformando a água em vinho, abre à fé o coração dos discípulos graças à intervenção de Maria, a primeira entre os crentes. Mistério de luz é a pregação com a qual Jesus anuncia o advento do Reino de Deus e convida à conversão (cf. Mc 1, 15), perdoando os pecados de quem a Ele se dirige com humilde confiança (cf. Mc 2, 3-13; Lc 7, 47-48), início do ministério de misericórdia que Ele prosseguirá exercendo até ao fim do mundo, especialmente através do sacramento da Reconciliação confiado à sua Igreja (cf. Jo 20, 22-23). Mistério de luz por excelência é a Transfiguração que, segundo a tradição, se deu no Monte Tabor. A glória da Divindade reluz no rosto de Cristo, enquanto o Pai O acredita aos Apóstolos extasiados para que O « escutem » (cf. Lc 9, 35 par) e se disponham a viver com Ele o momento doloroso da Paixão, a fim de chegarem com Ele à glória da Ressurreição e a uma vida transfigurada pelo Espírito Santo. Mistério de luz é, enfim, a instituição da Eucaristia, na qual Cristo Se faz alimento com o seu Corpo e o seu Sangue sob os sinais do pão e do vinho, testemunhando « até ao extremo » o seu amor pela humanidade (Jo 13, 1), por cuja salvação Se oferecerá em sacrifício.

Nestes mistérios, à exceção de Caná, a presença de Maria fica em segundo plano. Os Evangelhos mencionam apenas alguma presença ocasional d'Ela no tempo da pregação de Jesus (cf. Mc 3, 31-35; Jo 2, 12) e nada dizem de uma eventual presença no Cenáculo durante a instituição da Eucaristia. Mas, a função que desempenha em Caná acompanha, de algum modo, todo o caminho de Cristo. A revelação, que no Baptismo do Jordão é oferecida diretamente pelo Pai e confirmada pelo Batista, está na sua boca em Caná, e torna-se a grande advertência materna que Ela dirige à Igreja de todos os tempos: « Fazei o que Ele vos disser » (Jo 2, 5). Advertência esta que introduz bem as palavras e os sinais de Cristo durante a vida pública, constituindo o fundo mariano de todos os “mistérios da luz”.


Nossa Senhora do Rosário de Fátima, rogai por nós!

terça-feira, 18 de maio de 2021

Rosário: Mistérios da Alegria

Papa Bento XVI rezando o terço

O primeiro ciclo, o dos “mistérios gozosos”, caracteriza-se de fato pela alegria que irradia do acontecimento da Encarnação. Isto é evidente desde a Anunciação, quando a saudação de Gabriel à Virgem de Nazaré se liga ao convite da alegria messiânica: « Alegra-te, Maria ». Para este anúncio se encaminha a história da salvação, e até, de certo modo, a história do mundo. De fato, se o desígnio do Pai é recapitular em Cristo todas as coisas (cf. Ef 1, 10), então todo o universo de algum modo é alcançado pelo favor divino, com o qual o Pai se inclina sobre Maria para torná-La Mãe do seu Filho. Por sua vez, toda a humanidade está como que incluída no fiat com que Ela corresponde prontamente à vontade de Deus.

Sob o signo da exultação, aparece depois a cena do encontro com Isabel, onde a mesma voz de Maria e a presença de Cristo no seu ventre fazem « saltar de alegria » João (cf. Lc 1, 44). Inundada de alegria é a cena de Belém, onde o nascimento do Deus-Menino, o Salvador do mundo, é cantado pelos anjos e anunciado aos pastores precisamente como « uma grande alegria » (Lc 2, 10).

Os dois últimos mistérios, porém, mesmo conservando o sabor da alegria antecipam já os sinais do drama. A apresentação no templo, de fato, enquanto exprime a alegria da consagração e extasia o velho Simeão, regista também a profecia do « sinal de contradição » que o Menino será para Israel e da espada que trespassará a alma da Mãe (cf. Lc 2, 34-35). Gozoso e ao mesmo tempo dramático é também o episódio de Jesus, aos doze anos, no templo. Vemo-Lo aqui na sua divina sabedoria, enquanto escuta e interroga, e substancialmente no papel d'Aquele que “ensina”. A revelação do seu mistério de Filho totalmente dedicado às coisas do Pai é anúncio daquela radicalidade evangélica que põe inclusive em crise os laços mais caros do homem, diante das exigências absolutas do Reino. Até José e Maria, aflitos e angustiados, « não entenderam » as suas palavras (Lc 2, 50).

Por isso, meditar os mistérios gozosos significa entrar nas motivações últimas e no significado profundo da alegria cristã. Significa fixar o olhar sobre a realidade concreta do mistério da Encarnação e sobre o obscuro prenúncio do mistério do sofrimento salvífico. Maria leva-nos a aprender o segredo da alegria cristã, lembrando-nos que o cristianismo é, antes de mais, euangelion, “boa nova”, que tem o seu centro, antes, o seu mesmo conteúdo, na pessoa de Cristo, o Verbo feito carne, único Salvador do mundo.


Nossa Senhora do Rosário de Fátima, rogai por nós!

segunda-feira, 17 de maio de 2021

Mistérios de Cristo, Mistérios da Mãe



O Rosário, "compêndio do Evangelho"

À contemplação do rosto de Cristo só podemos introduzir-nos escutando, no Espírito, a voz do Pai, porque "ninguém conhece o Filho senão o Pai" (Mt 11,27). Nas proximidades de Cesaréia de Filipe, perante a confissão de Pedro, Jesus especificará a fonte de uma tão clara intuição da sua identidade: "Não foram a carne nem o sangue quem te revelou, mas o meu Pai que está nos céus" (Mt 16,17). É, pois, necessária a revelação do alto. Mas, para acolhê-la, é indispensável colocar-se à escuta: "Só a experiência do silêncio e da oração oferece o ambiente adequado para maturar e desenvolver-se um conhecimento mais verdadeiro, aderente e coerente daquele mistério" (JPII).

O Rosário é um dos percursos tradicionais da oração cristã aplicada à contemplação do rosto de Cristo. Paulo VI assim o descreveu:

"Oração evangélica, centralizada sobre o mistério da Encarnação redentora, o Rosário é, por isso mesmo, uma prece de orientação profundamente cristológica. Na verdade, o seu elemento mais característico - a repetição litânica do "Alegra-te, Maria" - torna-se também ele louvor incessante a Cristo, objetivo último do anúncio do Anjo e da saudação da mãe do Batista: "Bendito o fruto do teu ventre" (Lc 1,42). Diremos ainda mais: a repetição da ave-maria constitui a urdidura sobre a qual se desenrola a contemplação dos mistérios; aquele Jesus que cada ave-maria relembra é o mesmo que a sucessão dos mistérios propõe, uma e outra vez, como Filho de Deus e da Virgem Santíssima"
(Exort. ap. Marialis cultus)

Uma inserção oportuna

De tantos mistérios da vida de Cristo, o Rosário, tal como se consolidou na prática mais comum confirmada pela autoridade eclesial, aponta só alguns. Tal seleção foi ditada pela estruturação originária desta oração, que adotou o número de 150 como o dos salmos.

Considero, no entanto, que, para reforçar o espessor cristológico do Rosário, seja oportuna uma inserção que, embora deixada à livre valorização de cada pessoa e das comunidades, lhes permita abraçar também os mistérios da vida pública de Cristo entre batismo e a Paixão. Com efeito, é no âmbito desses mistérios que contemplamos aspectos importantes da pessoa de Cristo, como revelador definitivo de Deus. É ele que, declarado Filho direto do Pai no Batismo do Jordão, anuncia a vinda do Reino, testemunha-a com as obras e proclama as suas exigências. É nos anos da vida pública que o mistério de Cristo se mostra de forma especial como mistério de luz: "Enquanto estou no mundo, sou a Luz do mundo" (Jo 9,5).

Para que o Rosário possa considerar-se mais plenamente "compêndio do Evangelho", é conveniente que, depois de recordar a encarnação e a vida oculta de Cristo (mistérios da alegria), e antes de se deter nos sofrimentos da Paixão (mistérios da dor), e no triunfo da ressurreição (mistérios da glória), a meditação se concentre também sobre alguns momentos particularmente significativos da vida pública (mistérios da luz). Essa inserção de novos mistérios, sem prejudicar nenhum aspecto essencial do esquema tradicional desta oração, visa fazê-la viver com renovado interesse na espiritualidade cristã, como verdadeira introdução na profundidade do Coração de Cristo, abismo de alegria e de luz, de dor e de glória.

cont....

Fonte: Rosarium Virginis Mariae

Nossa Senhora do Rosário de Fátima, rogai por nós que recorremos a Vós!

domingo, 16 de maio de 2021

Poderosa Ladainha ao Anjo da Guarda

fewerton | Shutterstock



Esta ladainha resume perfeitamente as diferentes funções que nosso Anjo da Guarda tem em nossa vida

Mesmo sabendo que Deus designou o Anjo da Guarda para cuidar de nós, a missão particular desse anjo nem sempre é evidente. A oração pede que ele nos proteja, nos guarde, e nos ilumine. Mas o que isso significa?

O Catecismo da Igreja Católica resume a função do nosso Anjo da Guarda, explicando: 

”Desde o seu começo até à morte, a vida humana é acompanhada pela sua assistência e intercessão. Cada fiel tem a seu lado um anjo como protetor e pastor para o guiar na vida. Desde este mundo, a vida cristã participa, pela fé, na sociedade bem-aventurada dos anjos e dos homens, unidos em Deus”
(CIC 336).

Este papel duplo de protetor e pastor é mais explorado na Ladainha do Anjo da Guarda. É uma oração antiga, transmitida pelas gerações e que expande a definição da Igreja, dando ao nosso Anjo da Guarda mais títulos particulares. A ladainha é uma ótima ajuda para estreitar o relacionamento de uma pessoa com o seu Anjo da Guarda e abrir as portas para uma amizade com o ser espiritual que nos acompanha aonde quer que vamos.

LADAINHA AO ANJO DA GUARDA:

Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, tende piedade de nós.
Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, ouvi-nos.
Jesus Cristo, atendei-nos.
Pai Celeste, que sois Deus, tende piedade de nós.
Filho, redentor do mundo, que sois Deus.
Espírito Santo, que sois Deus.
Santíssima Trindade, que sois um só Deus.
Santa Maria, rainha dos anjos, rogai por nós
Anjo da Guarda, meu príncipe, rogai por nós
Anjo da Guarda, meu conselheiro, rogai por nós
Anjo da Guarda, meu defensor, rogai por nós
Anjo da Guarda, meu administrador, rogai por nós
Anjo da Guarda, meu amigo, rogai por nós
Anjo da Guarda, meu intercessor, rogai por nós
Anjo da Guarda, meu patrão, rogai por nós
Anjo da Guarda, meu diretor, rogai por nós
Anjo da Guarda, meu governante, rogai por nós
Anjo da Guarda, meu protetor, rogai por nós
Anjo da Guarda, meu consolador, rogai por nós
Anjo da Guarda, meu irmão, rogai por nós
Anjo da Guarda, meu pastor, rogai por nós
Anjo da Guarda, minha testemunha, rogai por nós

Anjo da Guarda, meu ajudante, rogai por nós
Anjo da Guarda, meu vigilante, rogai por nós
Anjo da Guarda, meu condutor, rogai por nós
Anjo da Guarda, meu conservador, rogai por nós
Anjo da Guarda, meu iluminador, rogai por nós
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, ouvi-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós, Senhor.
Jesus Cristo, ouvi-nos.
Jesus Cristo, atendei-nos.

Rogai por nós, Oh santo Anjo da Guarda! 
Para que sejamos dignos de alcançar as promessas de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Oremos: 

Deus Todo-poderoso e eterno que mediante o conselho da Tua inefável bondade, designaste para cada crente, desde o ventre da mãe, um Anjo da Guarda especial, protetor do nosso corpo e da nossa alma; concede-nos que o amemos e honremos, a ele a quem Tu nos deste tão misericordiosamente e protegidos pela generosidade da Tua Graça e pela sua assistência, mereçamos contemplar com ele e com todos os coros angelicais a glória do Teu rosto na pátria celestial. Tu que vives e reinas, pelos séculos dos séculos. Amém!

Pai Nosso – Ave Maria – Glória – Santo Anjo

Fonte: Aletéia

Nossa Senhora do Rosário de Fátima e Santo Anjo da Guarda do Brasil, rogai por nós!

sexta-feira, 14 de maio de 2021

Por que entrarei para um mosteiro em 2021?

Vivemos numa “época sem precedentes”. É por isso que, seguindo o precedente de São Bento, Santa Catarina e Santa Teresinha, entrarei para um mosteiro em 2021. Porque às vezes precisamos abandonar o mundo para amá-lo. 

Vivemos numa “época sem precedentes”. Esta frase, repetida com tanta frequência, não apenas tomou as manchetes dos jornais e adornou os lábios de muitos apresentadores, mas também se tornou um mantra sempre presente em nossos encontros cotidianos. “Época sem precedentes” descreve o desconcertante conglomerado de caos político, tensões religiosas e uma sociedade conduzida por uma pandemia.

Porém, são precisamente épocas como esta que estabelecem um precedente para vocações à vida contemplativa: o Império Romano desmoronava, enquanto S. Bento compunha sua regra monástica. O Grande Cisma do Ocidente atormentava o papado, enquanto S. Catarina de Siena fazia penitência pela regeneração da Igreja. As religiosas do Carmelo de Lisieux morriam de gripe asiática, enquanto S. Teresinha rezava pela saúde e regeneração da Europa.

Em poucos meses, seguirei esse precedente, deixando para trás a vida que conheço a fim de entrar como postulante entre as irmãs dominicanas contemplativas do Mosteiro de Nossa Senhora das Graças, em North Guilford, Connecticut. Para mim, essa parece ser a melhor resposta que posso dar ao nosso atual contexto social e à vida, em sentido mais amplo.

Mas talvez essa ideia não seja tão bem compreendida quanto eu esperava. Ao compartilhar essa intenção com outras pessoas, tenho recebido de amigos, familiares, conhecidos e estranhos um número cada vez maior de perguntas em tom de perplexidade, todas elas questionando minha decisão de entrar para um mosteiro. — Por que eu faria isso justamente agora? Por que eu gostaria que minha última experiência do “mundo” fosse a de uma sociedade conduzida por uma pandemia? Por que, em meio ao caos do ambiente político e religioso desta época, eu me trancaria num claustro? Alguns sugerem que uma pessoa só faria tal escolha com o objetivo de fugir dos problemas do mundo. Outros veem nisso uma negação heróica das coisas “mundanas”. Essas respostas erram o alvo.

É justamente o desejo de me dedicar a esta “época sem precedentes” que fortalece minha determinação de buscar uma vida como religiosa dominicana contemplativa. Não entrarei num mosteiro para fugir do mundo nem para mostrar uma falsa piedade. Entrarei na vida religiosa a fim de seguir a minha vocação particular, através da qual poderei realizar mais perfeitamente minha missão como membro cristã da sociedade humana. Ao renunciar às coisas do mundo, uma religiosa afirma de modo radical a realidade do bem e do mal no mundo. Ao entrar para o claustro, ela se torna livre para penetrar com mais profundidade o sofrimento de um mundo que sofre. E, ao fechar os olhos na oração, ela é capaz de abrir seu coração para um mundo desesperadamente carente.

Um dos lemas da Ordem dos Pregadores é contemplare et contemplata aliis tradere (“contemplar e transmitir aos outros as coisas contempladas”). Depois de discernir pela primeira vez a respeito da vida contemplativa, não sabia ao certo como esse lema se manifestaria na vida de uma irmã de clausura. Hoje, compreendo que é por meio de uma vida contemplativa que me comprometerei de modo pleno e frutífero com um mundo sofredor. Por meio de uma vida de oração e penitência e afastada do mundo, uma irmã contemplativa está intimamente unida em solidariedade àqueles que sofrem no mundo. Esta solidariedade é definida pela oferta plena de si em prol de um bem muito maior do que ela mesma; é um derramamento de sua vida de oração e penitência pelo bem comum do mundo ao redor dela. É por meio desta solidariedade que ela cumpre sua vocação: contemplare et contemplata aliis tradere.

O Papa S. João Paulo II afirma exatamente isso em sua carta apostólica Salvifici doloris:

É necessário, portanto, cultivar em si próprio esta sensibilidade do coração, que se demonstra na compaixão por quem sofre. Por vezes esta compaixão acaba por ser a única ou a principal expressão do nosso amor e da nossa solidariedade com o homem que sofre (...) Pode-se dizer mesmo que se dá a si próprio, o seu próprio “eu”, ao outro. Tocamos aqui um dos pontos-chave de toda a antropologia cristã. O homem “não pode encontrar a sua própria plenitude a não ser no dom sincero de si mesmo”. Bom Samaritano é o homem capaz, exatamente, de um tal dom de si mesmo (n. 28).

Toda pessoa é chamada a viver uma manifestação específica desse “sincero dom de si” por meio de sua vocação pessoal: os pais sacrificam o próprio conforto em prol dos filhos; os profissionais da saúde põem as próprias vidas na linha de frente em prol da saúde e do bem-estar dos outros; os membros do clero são obrigados a viver à altura do desafio de viver e pregar a verdade, não importa a que custo. Eu, junto com minhas futuras irmãs, sou chamada a participar de todos esses sofrimentos de modo sobrenatural, por meio do dom da vida contemplativa.

Religiosas contemplativas são chamadas a oferecer orações pela mãe exausta que não consegue rezar após uma noite em claro com seu filho; a fazer penitência pelo homem que está morrendo sozinho e precisa da graça da conversão; a ajoelhar-se diante do Santíssimo Sacramento e implorar pela paz em nossa nação e pela fertilidade da Igreja. Como religiosa, usarei minha vida para unir todos esses sofrimentos ao sofrimento de Cristo na cruz. Cristo fez-se homem e sacrificou sua vida humana pela salvação da humanidade. Dentro das muralhas do mosteiro, religiosas sacrificam suas próprias vidas humanas e as unem à de Cristo, levando assim toda a humanidade para Ele, e Ele para toda a humanidade.

Assim que eu entrar no mosteiro, minha “janela” para o mundo consistirá numa pequena abertura na grade da capela onde está o ostensório com o Santíssimo Sacramento. Literalmente, verei o mundo exterior através de Cristo. Que expressão perfeita da vida religiosa que eu desejo buscar! G. K. Chesterton escreveu o seguinte: “O voto é para o homem o que o canto é para o pássaro ou o latido para o cão; é a voz pela qual ele é conhecido” (The Barbarism of Berlin). É na busca por uma vida com os votos de pobreza, castidade e obediência no interior das silenciosas muralhas do claustro que desejo ser escutada.

Por isso, estou seguindo o precedente de S. Bento, S. Catarina e S. Teresinha nesta “época sem precedentes” e entrarei para um mosteiro em 2021. Porque às vezes precisamos abandonar o mundo para amá-lo.


Nossa Senhora de Fátima, rogai por nós!
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