Seguidores

Pesquisar este blog

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

QUARTA-FEIRA DE CINZAS: DIA DE JEJUM E ABSTINÊNCIA

 

A Quarta-feira de Cinzas é o dia em que a Igreja Católica dá início a Quaresma, porém, não é Dia Santo (Guarda ou Preceito); sendo bom o católico participar da Missa e receber as Cinzas, porém, não sendo obrigatório.

Para saber mais sobre esse assunto clique em:




Fonte: Foto Catecismo Brasil e Código de Direito Canônico 

São José, rogai por nós!

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

DIAS E TEMPOS PENITENCIAIS



OS DIAS E TEMPOS PENITENCIAIS, EM TODA A IGREJA, SÃO TODAS AS SEXTAS-FEIRAS DO ANO E O TEMPO DA QUARESMA.
 (CÂN 1250)


Fonte: Código de Direito Canônico

Nossa Senhora de Lourdes, rogai por nós!

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Elas não têm medo dos cabelos brancos (IV)!

 
Assumir os cabelos brancos expõe o corpo tal como é, encarando o que nos está a acontecer a todos: envelhecer. Falámos com mulheres que tomaram essa decisão e não querem voltar atrás. 

Nos últimos anos afirmou-se várias vezes que o cinzento é o novo preto. Os mais de 50 tons de cinzento estão na moda não só na roupa, mas também no cabelo. Rihanna, Cara Delevingne ou Lady Gaga adotaram a certa altura os cabelos brancos. Pela internet, a hashtag #grannyhair revela milhares de mulheres jovens que descoloraram ou pintaram o cabelos de branco, sem que isso tenha feito delas avozinhas.

É um paradoxo fácil de perceber que os únicos cabelos brancos que não estão na moda sejam os naturais, aqueles que aparecem com a idade (ou não), os que não se escolhem como e onde devem aparecer: o ideal é a juventude e, em alguns casos, o cabelo é o primeiro a lembrar-nos que o tempo continua a correr, o futuro e a velhice são inevitáveis. “E então?”, perguntam as quatro mulheres que se seguem, entre os 45 e os 64 anos. Todas elas assumem os seus cabelos brancos de olhos fixos no inegável cronómetro e desafiadores para a sociedade. Não são invisíveis, como diz o mito das mulheres de cabelos grisalhos; pelo contrário, toda a gente repara nelas.

Mantêm o cabelo assim porque é bonito, porque não têm tempo ou dinheiro para a manutenção de um cabelo bem pintado, porque querem levantar o queixo e dizer que estão presentes como são, sem pedirem desculpas. Para todas foi uma escolha que lhes libertou a cabeça de quaisquer pressões e que nos permitiu falar do que é estético, político e da velhice.

 
Kimberley Pearl, 64 anos, bailarina e atriz na Companhia Maior

Sempre gostou dos seus cabelos brancos?

Primeiro fiquei um bocado chateada quando começaram a aparecer — um não importa, mas depois começam a chegar muitos, muitos. Tinha colegas que diziam “com a tua idade não devias ter o cabelo assim, és tão jovem de espírito, devias ter o cabelo pintado”. Então pus henna. Já tinha pintado por causa de várias peças em que dançava, por exemplo — tive de ser cigana e pintei o cabelo com seis cores escuras diferentes para ficar escuro mas com reflexos. Durou seis ou oito meses e ficou de todas as cores até sair — gostei imenso, mudei o guarda-fato todo por causa das cores do cabelo. Fiz montes de coisas com o meu cabelo, cortei, deixei crescer, uma vez estava a pôr henna em casa e deixei demasiado tempo porque estava a falar com uma pessoa. Fiquei com uma coroa de laranja, não conseguia tirar. Decidi pedir [ajuda] a uma cabeleireira, fiquei lá quase o dia inteiro. Ela coloriu o cabelo todo e depois fez madeixas e no fim daquele tempo todo — estava marcado para as nove da manhã, fiquei até às cinco da tarde, e odiava estar lá dentro — vi uma senhora chegar com um cabelo natural, preto e branco, sal e pimenta, tão lindo aquele cabelo, e disse: “nunca mais”.

Kimberley nasceu no Alabama e isso ainda se nota na sua pronúncia. Quando chegou à Europa, aos 21 anos, já se tinha formado como bailarina em Boston e ficou em Portugal porque “estava bom tempo”. Também porque entrou logo para a Companhia de Bailado Verde-Gaio, que mais tarde deu origem à Companhia Nacional de Bailado, de que também fez parte. À saída de uma aula de dança com vista para o Tejo diz que ainda gostava de voltar a fazer trabalhos de modelo, como o que fez em março de 2016 para Filipe Faísca na ModaLisboa. Era uma coleção que o designer dizia ser “sem idade” e foi Kim, de cabelo branco armado num rabo de cavalo despenteado que deu o tom ao abrir o desfile. “Curiosamente nunca fui modelo de cabelos”, diz, enquanto arranja uma justificação — “o meu cabelo é muito forte e eles têm medo”.

Decidiu assim, de um momento para o outro?

Assim. Eu vi que isto é natural, isto é que é bonito. Por mais que uma pessoa faça madeixas e por mais que tente fazer coisas para realçar, a cor é sempre a mesma, sempre o mesmo tom. E a cor natural tem montes de cores, ninguém tem só uma. Para fazer como deve ser tinha de ir ao cabeleireiro e eu não gosto de estar sentada no cabeleireiro. A manutenção é chata: uma pessoa olha para o espelho e está lindíssimo, mas depois vêm as raízes e é feio, tem de estar sempre a contar as semanas, é um frete. E aquele dia foi mesmo desastroso para mim, estar ali tantas horas. Quando vi aquela senhora vi que nunca mais ia pintar o meu cabelo.


Que idade tinha?

Tinha uns 57. Comecei a ter os primeiros cabelos brancos aos 50 e poucos, aos 54 já estava a experimentar coisas, como a henna e assim — tentei sempre coisas naturais, mas quando fui dessa vez ao cabeleireiro foi com os produtos deles. Depois demorou assim uns quatro ou cinco anos para crescer e depois cortei. Eu adoro o cabelo branco, sempre tive uma pancada com cabelo branco, até tive uma Barbie com cabelo branco, loiro platinado.

Sendo assim, porque é que demorou a abraçar os cabelos brancos?

O meu pai aos 65 já tinha o cabelo todo branquinho e eu pensava “ótimo, também vou ter assim”. Só que eu não me lembrava que o meu pai começou por ter só alguns cabelos brancos de lado, mas nos homens fica giro, nas mulheres vem alguém e diz “ah! isso não fica giro”. Além disso, pensei: se trato do cabelo distraio das rugas, mas não há nada a fazer, as rugas são o pior, não há nada que uma pessoa possa fazer. Mas demora muito tempo a tirar tudo. O mais difícil é não tocar, estar meio colorido e meio com as raízes. Essa parte foi dolorosa. Mas nós fazíamos tantos penteados na dança — eu ainda estava ativa — que não fazia mal, escondiam-se.

"A manutenção [de pintar o cabelo] é chata: uma pessoa olha para o espelho e está lindíssimo, mas depois vêm as raízes e é feio, tem de estar sempre a contar as semanas, é um frete."

Kimberley Pearl 
Teve uma carreira em que se é muito atento ao aspeto físico. Como é que foi estar a trabalhar nesse momento da transição?

Somos muito atentos à estética. Eu era muito desleixada com as raízes, não tinha o hábito de estar sempre a pintar durante o tempo em que andava em experimentações. Ou então cortava para disfarçar. Tinha duas ou três colegas que não gostavam muito disso, mas eu entendo: eu estava com eles todos os dias e não gostavam de ver-me envelhecer. Uma vez o meu filho disse-me “que triste, mãe, eu conheci-te assim com o cabelo escuro, agora tens o cabelo branco”. E eu disse-lhe “mas todos nós estamos a envelhecer”. Quando nos vemos todos os dias é diferente. Entretanto separei-me da Companhia, fui para Grândola dois anos e foi uma coisa estranha também.

Vai mantê-lo assim, branco?

Queria que fosse todo branquinho como o do meu pai. E ainda não está, chateia-me que não esteja, uma pessoa nunca está satisfeita com aquilo que tem. A pessoa com a idade começa a perceber o que gostava de ter, mas também percebe que não tem ainda e tem paciência para esperar. Em jovem não tem, pinta logo, ou então faz madeixas. Mas [no manter ou não manter entra] sempre a questão da manutenção. Não tenho dinheiro para isso, é muito difícil ficar sempre com o cabelo bonito sem uma manutenção pelo menos mensal. Nos Estados Unidos nunca tive esse hábito de ir ao cabeleireiro, isso é mais europeu. As pessoas gostam de estar bem, de se sentirem bem consigo próprias. E às vezes quando uma pessoa já não trabalha, as crianças já cresceram e não existe uma ocupação, olha para si e a única coisa que resta é ir ao cabeleireiro tratar do cabelo, das unhas, arranjar-se e ir jantar fora. E vejo que há mulheres que têm o cabelo natural porque não têm dinheiro para o ter pintado. Se houvesse alguém que lhes dissesse “ficas bem assim”, que lhe fizesse um elogio, talvez já se preocupassem mais com a saúde e a cabeça e não tanto com o cabelo branco.

"Vejo que há mulheres que têm o cabelo natural porque não têm dinheiro para o ter pintado. Se houvesse alguém que lhes dissesse 'ficas bem assim', que lhe fizesse um elogio, talvez já se preocupassem mais com a saúde e a cabeça e não tanto com o cabelo branco."

Kimberley Pearl 
Viu o cabelo como um sinal de que estava a envelhecer?

Não. O corpo também está sempre contra nós, no geral. Já não consigo levantar a perna — penso que ela está aqui [aponta para a altura da sua orelha], olho ao espelho e está aqui [aponta para a altura do ombro]. Doem-me as costas, não tenho musculatura. Pesa um bocadinho ver pessoas com 18 e 19 anos que conseguem fazer isso. Mas por outro lado ganham-se outras coisas. Ganho a capacidade de pôr um estilo que eu não tinha com 21 anos como tinha com 40. E mesmo agora, faço muito mais braços e consigo mexer-me muito mais com estabilidade do que quando tinha 23 anos. Para nós mulheres há sempre alguma coisa que não está bem. Com o cabelo, por exemplo, eu percebi que não podia andar a brincar e experimentar — cortava e crescia como um arbusto, fazia permanente, parecia uma leoa. Não somos iguais aos outros, temos de aceitar aquilo que temos e trabalhar com isso.

Fonte: Observador

Maria Santíssima, rogai por nós!

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

RESPOSTA: Meu horário de trabalho me impede de fazer a catequse, o que fazer?

Salve Maria!!

Não sou batizado e infelizmente meu horário de trabalho me impede de fazer a catequese na paroquia. Há possibilidade de fazer a catequese de outra forma?

 O Código de Direito Canônico (CDC) diz:

Cân 851. A celebração do batismo deve ser devidamente preparada; assim:
Parágrafo 1. o adulto que pretende receber o batismo seja admitido ao catecumenato e, enquanto possível, percorra os vários graus até a iniciação sacramental, de acordo com o ritual de iniciação, adaptado pela Conferência dos Bispos, e segundo normas especiais dadas por ela.

E, ainda:

Cân 865. Parágrafo 1. Para que o adulto possa ser batizado, requer-se que tenha manifestado a vontade de receber o batismo, que esteja suficientemente instruído sobre as verdades da fé e as obrigações cristãs e que tenha sido provado, por meio do catecumenato, na vida cristã; seja também admoestado para que se arrependa de seus pecados.

Bem, não são todas as paróquias em que há o neocatecumenato; mas, em todas há a Catequese de Adultos.

Normalmente, percebo que essas catequeses ocorrem aos finais de semana - sábado e/ou domingo -, no entanto, há paróquias onde elas ocorrem durante a semana, no período noturno.

Vislumbro duas possíveis soluções:

1) Se tiver mais de uma paróquia na sua cidade ou uma paróquia com capelas, você pode ver se em algumas delas a catequese ocorre em horário compatível com o seu;

2) Conversar com o Pároco da sua Paróquia e relatar a situação. Ele poderá indicar uma pessoa, se ele mesmo não puder, para lhe acompanhar, lhe orientar, para que você conheça a Igreja e possa ser recebido nela através do Sacramento do Batismo (já vi isso acontecer)

Fonte: Codigo de Direito Canônico

Que Nossa Senhora interceda por você, juntamente com toda a corte celeste, seu Anjo da Guarda e o Anjo da Guarda do seu Pároco.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Elas não têm medo dos cabelos brancos (III)!

 
Assumir os cabelos brancos expõe o corpo tal como é, encarando o que nos está a acontecer a todos: envelhecer. Falámos com mulheres que tomaram essa decisão e não querem voltar atrás. 

Nos últimos anos afirmou-se várias vezes que o cinzento é o novo preto. Os mais de 50 tons de cinzento estão na moda não só na roupa, mas também no cabelo. Rihanna, Cara Delevingne ou Lady Gaga adotaram a certa altura os cabelos brancos. Pela internet, a hashtag #grannyhair revela milhares de mulheres jovens que descoloraram ou pintaram o cabelos de branco, sem que isso tenha feito delas avozinhas.

É um paradoxo fácil de perceber que os únicos cabelos brancos que não estão na moda sejam os naturais, aqueles que aparecem com a idade (ou não), os que não se escolhem como e onde devem aparecer: o ideal é a juventude e, em alguns casos, o cabelo é o primeiro a lembrar-nos que o tempo continua a correr, o futuro e a velhice são inevitáveis. “E então?”, perguntam as quatro mulheres que se seguem, entre os 45 e os 64 anos. Todas elas assumem os seus cabelos brancos de olhos fixos no inegável cronómetro e desafiadores para a sociedade. Não são invisíveis, como diz o mito das mulheres de cabelos grisalhos; pelo contrário, toda a gente repara nelas.

Mantêm o cabelo assim porque é bonito, porque não têm tempo ou dinheiro para a manutenção de um cabelo bem pintado, porque querem levantar o queixo e dizer que estão presentes como são, sem pedirem desculpas. Para todas foi uma escolha que lhes libertou a cabeça de quaisquer pressões e que nos permitiu falar do que é estético, político e da velhice.
 Ana Perez-Quiroga, 56 anos, artista plástica

Manter os cabelos brancos foi sempre uma escolha política?

Sempre foi. Há cerca de dois anos li uma entrevista da Mary Beard [historiadora e apresentadora de programas na BBC], que tem o cabelo branco e comprido, e dizia que sempre tinha sido uma questão política não pintar os cabelos mas que era profundamente criticada, que lhe mandavam e-mails a insultá-la. As pessoas sentiam-se ofendidas e agredidas por ela manter os cabelos brancos, não só homens mas também mulheres — “como é que você se atreve a ter os cabelos brancos?”. Eu venho de gerações de mulheres como a Susan Sontag que sempre tornaram isso um marco, não só de personalidade mas de confronto que afirma “eu estou aqui e eu sou assim”. De repente eu estou a reivindicar um espaço social.

Ana Pérez-Quiroga faz questão que a tratemos sempre por tu, fica assente assim que entramos em sua casa, esse lugar que para além de ser aquele que habita, é também o objeto da sua tese de doutoramento concluída há pouco, mas em constante (e quase viciante) crescimento. Fotografou todos os objetos que lá estão e por objeto entende-se tudo, com exceção dos perecíveis ou do que se vai gastando — o arroz, a fruta, o papel higiénico, os sabonetes. De resto, o privado tornou-se público no site onde exibe tudo o que há na sua casa. “Até a roupa interior, é a mesma coisa que a estender à janela”, resume. Como a casa se tornou simultaneamente espaço íntimo e público, também entende que o seu corpo vive nesta fronteira e o cabelo ajuda-nos a compreender isso.

Porque é que mantens os cabelos brancos?

A sociedade de alguma forma empurra-nos para pintarmos os cabelos. Estamos a falar das mulheres, que são altamente penalizadas pela idade que têm e quanto mais anos passam sobre elas… está associada às mulheres uma eterna juventude. É mais fácil ser um homem com mais idade do que uma mulher com mais idade — em termos de sociabilidade, no trabalho também há penalizações. E ter cabelos brancos também incorpora um discurso político — bom, qualquer ação que façamos é política. Se eu me permito ter os cabelos brancos é evidente que é um statement: eu reivindico para mim um papel que não joga o mesmo jogo social que nos é de alguma forma imposto. Em primeiro lugar sou feminista e interessa-me que este seja um espaço de liberdade: tomarmos a liberdade para o nosso corpo. É claro que sabemos perfeitamente que os cabelos brancos pesam mais, tornam a pessoa com mais idade, mas isso é uma coisa com que também vou jogando. 98% das minhas amigas que tenham a minha idade têm os cabelos pintados. As minhas amigas que pintam o cabelo não parecem ter 56 anos, eu já pareço que tenho essa idade. Depois, pelo cabelo, pela maneira como tem o cabelo arranjado e pintado, tu podes ver a classe social, porque não é uma cabeleireira qualquer que pinta bem.

"A sociedade empurra-nos para pintarmos os cabelos. Estamos a falar das mulheres, que são altamente penalizadas pela idade que têm. Está associada às mulheres uma eterna juventude. É mais fácil ser um homem com mais idade do que uma mulher com mais idade."

Ana Perez-Quiroga 
Porque o objetivo é sempre que pareça natural.

Exatamente. Então o que tu vês são os amarelos muito mal pintados, ou os castanhos e os pretos. E o cabelo está sempre a crescer, tens de pintar o cabelo quase semanalmente. É uma renda. Não quer dizer que eu tenha poupado muito dinheiro, mas de repente, quando não se joga esse jogo, começas a pensar que a quantidade de coisas que precisas para manter um cabelo saudável e bonito custam dinheiro. É uma reflexão também económica, porque se eu tivesse o cabelo pintado, também não o quereria ter mal pintado. Tive uma vez o cabelo pintado de castanho durante uns quatro meses — acabei por o cortar todo ainda mais para tirar a cor — mas durante esse tempo a manutenção dessa cor foi uma coisa super cuidada porque depois tens de ter umas máscaras e uns cremes especiais.

Com que idade começaste a ter os primeiros cabelos brancos?

Aos 18 tinha duas grandes madeixas brancas e mantive-as sempre. Só pintei o cabelo uma vez, já tinha uns 38 anos — foi para um trabalho fotográfico. Mas durante muitos anos, talvez mais de 20, usei o cabelo todo com gel para trás e apanhado com um rabo de cavalo pequenino e isso tapava um bocado esses brancos — durante muitos anos não se notava. Depois em 1998, quando foi a Expo, estava a fazer uma produção no teatro Maria Matos com o João Pedro Vale e o Nuno Alexandre Ferreira e um dia decidimos que íamos os três rapar o cabelo. Aí quando deixei de o usar apanhado e passei a usá-lo solto, apercebi-me de que estava realmente muito mais grisalho e de que todos os anos fica mais grisalho.

Qual é que foi a tua reação a esse confronto com os cabelos brancos?

Não sei… tu és confrontada com a tua idade. Depende do momento da vida em que tu estás — se estás mais débil na tua auto-estima ou não. Esse confronto pela primeira vez não me custou absolutamente nada. É claro que às vezes uma pessoa está com a auto-estima ligeiramente mais baixa porque teve algum problema emocional ou outra coisa qualquer e talvez isso seja motivo para perceber “ah! estou muito mais velha”. Penso que só se começa a dar por isso a partir dos 40. Eu tinha uma visão perfeita para o longe e para o perto e a partir dos 41 anos o músculo dos olhos perde esta elasticidade e começas a ter de usar óculos. É nesse momento em que começas a confrontar-te com o teu corpo que aos poucos já não está a acompanhar a tua cabeça que dispara. Aos 41, quando tive de pôr óculos parecia-me tudo banal, mas agora, a partir dos 54, 55, começa a notar-se que há pequeninas falhas no corpo — já não corro os quilómetros que corria, antigamente trazia duas bilhas de gás pelas escadas. Há uma falência desta vitalidade. O cabelo é um bocadinho o resultado.

Na altura em que te apercebeste do cabelo branco ponderaste pintá-lo?

Não, nunca ponderei.

No teu dia-a-dia tens a experiência da Mary Beard?

Não, diretamente eu não sinto que me tratam pior, nunca fui julgada. Mas penso que mais uns anos e posso vir a ser.

Porquê daqui a mais alguns anos?

Porque de repente temos mais rugas, parecemos mais velhas e o cabelo branco marca sempre ainda mais a idade. Vêm sempre as perguntas: pões o botox ou não pões o botox, pintas o cabelo ou não pintas o cabelo?

No fundo a pergunta é o que fazemos à velhice.

Sim, e é isso que combato. Cada vez mais estamos a esconder os idosos, cada vez há menos respeito por alguém mais velho. Eu passo meses na China e lá tens um grande respeito pelas pessoas que são os teus avós ou que são de uma outra faixa etária e que detêm o saber. Como é que nós, de repente, vivemos nessa ideia um bocadinho americana de que a experiência destas pessoas não é validada. No Oriente ainda se valoriza a experiência que é de uma vida, da sua compreensão, mas também de um gesto: para o mestre de sushi de 97 anos o que importa é o gesto. Ele repete o mesmo gesto há 80 anos, é um gesto perfeito.
 
Como é que te sentes ao lado das pessoas da tua idade que pintam o cabelo?

É evidente que destoo.

E gostas disso?

É a minha personalidade, mas isso também se paga.

Como?

O olhar social é um olhar diferente, não te sei explicar muito bem. Especialmente em outros meios mais pequenos, fora daqui de Lisboa.

"Sabemos perfeitamente que os cabelos brancos pesam mais, tornam a pessoa com mais idade, mas isso é uma coisa com que também vou jogando. 98% das minhas amigas que tenham a minha idade têm os cabelos pintados. As minhas amigas que pintam o cabelo não parecem ter 56 anos, eu já pareço que tenho essa idade."

Ana Perez-Quiroga 
Sendo a questão política tão importante para ti, se não te achasses bonita com o cabelo assim, pintarias?

Não sei como responder-te… é uma coisa que vem de um bem-estar interior. Se a minha auto-estima estiver um bocadinho mais em baixo, é claro que me sinto menos forte. E nesse dia se calhar penso: “se eu não tivesse o cabelo branco se calhar sentia-me melhor, ou mais nova, com mais vitalidade”. Mas não sei muito bem responder.

Nunca pensas em voltar a pintar?

Quando pintei não achei nada de especial. Achei que prefiro o cabelo como está. Acho mais interessante, mais forte. Acho bonito. Acho que as mulheres quando pintam o cabelo, por muito bem pintado que esteja, de alguma forma tornam-se mais iguais. Assim tem mais carácter, mais power.
Fonte: Observador
Maria Santíssima, rogai por nós!

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

RESPOSTA: Adultos precisa de padrinho para ser batizado? Uma pessoa q não é batizada, como deve fazer para ser padrinho de um bebê?

 Isabella Fiorentino recebendo o Sacramento do Crisma (ou Confirmação) ao lado da madrinha

Salve Maria!!!

Hoje vou responder a duas perguntas, feitas de uma única vez.

Adultos precisa de padrinho para ser batizado?? É uma pessoa q é católica praticante, mais não é batizada, como ela deve fazer para ser padrinho de um bebê?? 

Vamos a resposta da primeira:

Adultos precisa de padrinho para ser batizado??

Precisa!
O adulto não batizado ao final da catequese receberá todos os Sacramentos da Iniciação Cristã, ou seja:
1) Será batizado (precisa de padrinho e/ou madrinha);
2) Fará a Primeira Comunhão (sacramento da eucaristia);
3) Receberá o Crisma ou a Confirmação do Batismo (precisa de um padrinho OU uma madrinha).

Assim, ele tanto vai precisar de padrinhos para ser batizado, como para ser crismado.

O Código de Direito Canônico determina que:

"Cân 872. Ao batizando, enquanto possível, seja dado um padrinho, a quem cabe acompanhar o batizando adulto na iniciação cristã... Cabe também a ele ajudar que o batizado leve uma vida de acordo com o batismo e cumpra com fidelidade as obrigações inerentes."

"Cân 892. Enquanto possível, assista ao confirmando um padrinho, a quem cabe cuidar que o confirmado se comporte como verdadeira testemunha de Cristo e cumpra com fidelidade as obrigações inerentes a esse sacramento."
(...)
Parágrafo 2. É conveniente que se assuma como padrinho o mesmo que assumiu esse encargo no batismo"

Detalhe: O padrinho/madrinha devem ser católicos CRISMADOS!

Vamos a segunda pergunta:

É uma pessoa q é católica praticante, mais não é batizada, como ela deve fazer para ser padrinho de um bebê??

Inicialmente, faz-se necessário esclarecer algo.

Conforme o Código de Direito Canônico:

Cân 849.O batismo, porta dos sacramentos, em realidade ou ao menos em desejo necessário para a salvação, pelo qual os homens se libertam dos pecados, são de novo gerados como filhos de Deus e se incorporam à Igreja, configurados com Cristo por caráter indelével, só se administra validamente pela ablução com água verdadeira, juntamente com a devida forma verbal."

Assim, pessoa que não é batizada na Igreja Católica, mesmo que frequente as missas, não é AINDA cristã-católica. 

"O Batismo incorpora à Igreja. (...)
Incorporados à Igreja pelo Batismo, os fiéis receberam o caráter sacramental que os consagra para o culto religioso cristão" 
(Catecismo da Igreja Católica n. 1267 e 1273)

O católico praticante é aquele que, além de ser batizado e de frequentar as Santas Missas, se aproxima também dos outros sacramentos (Comunhão, Crisma, Penitência).

No caso relatado, essa pessoa, no máximo, recebeu o batismo de desejo, mas não pode receber nenhum outro sacramento (não pode comungar, não pode confessar, não pode crismar).

"Suponhamos que uma pessoa que ainda não tenha podido ser batizada (um converso, talvez, que ainda não tenha completado a sua instrução cristã) faz um ato perfeito de amor a Deus. Todos os pecados, incluído o pecado original, são perdoados imediatamente. É o que chamamos de batismo de desejo. Mas essa pessoa não pode receber ainda nenhum outro sacramento." 
(A Fé Explicada, Leo J. Trese)

Como ela deve fazer para ser padrinho?

Ela deve procurar, imediatamente, a Paróquia que frequenta e se inscrever na Catequese de Adultos.
(Normalmente nessa época as inscrições estão abertas ou acabou de iniciar a catequese, que ocorre no inicio de cada ano)

A Catequese de Adultos dura, no geral, um ano (pode ser em menor tempo em algumas paroquias).
Ao final desse ano, ela será batizada, fará a primeira comunhão e receberá o crisma.
Assim, poderá ser padrinho/madrinha de batismo e de crisma.

Para ser Padrinho/Madrinha a pessoa deve ter mais de 16 anos, ser CRISMADA, ter feito a primeira comunhão, levar uma vida conforme a fé (Cân 874, do Código de Direito Canônico).

Fonte: Código de Direito Canônico, Catecismo da Igreja Católica e Livro A Fé Explicada de Leo J. Trese


Que Nossa Senhora de Fátima nos abençõe.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

O que é a Catequese?


Grandes são as dúvidas sobre os Sacramentos da Igreja Católica, principalmente, sobre o Batismo de Adolescentes e Adultos.

Maioria das pessoas querem saber se precisam participar mesmo da Catequese.

Percebo um quê de imediaticidade, que é comum ao nosso tempo, bem como, um certo "medo" ou "receio" de fazer a Catequese, talvez pelo período de duração dela (no geral, 1 ano) ou do compromisso em si (que requer um tempo da nossa semana).

Mas, também, penso se não teria um desconhecimento sobre o que é a Catequese, para quê, de fato, serve.

CATEQUESE, nada mais é, do que INSTRUÇÃO SOBRE A RELIGIÃO.
(Dicionário Michaelis, 3. ed., 2009)

E, pasmem, infelizmente, essas dúvidas e medos, são originados por uma ausência de Catequese e/ou por uma Catequese mal feita; bem como, da ausência de reciclagem.

Durante esse ano de Catequese as pessoas (jovens e adultos) vão aprender sobre a Igreja (Católica) a qual pertencem ou querem pertencer; portanto, ela é importantíssima. Afinal, como amar o que não conhecemos? Como defender o que não conhecemos? Como fazer parte de algo que não conhecemos?

Na Catequese as pessoas vão aprender mais sobre a origem da Igreja, sobre o Credo (aquilo que Cremos); sobre os Mandamentos da Igreja Católica (que devemos observar), sobre os Sacramentos da Igreja Católica (que devemos participar) e, também, sobre a Oração e a Palavra de Deus.

Na Catequese aprendemos tudo sobre a Igreja Católica?

Não!
Há muitas coisas mais a aprender. E cada um pode buscar aquilo que mais lhe interessa nos Documentos da Igreja (site do Vaticano e livros católicos).
Mas, na Catequese aprenderemos o básico necessário para pertencer e permanecer na Igreja Católica.

Qual a idade para se participar da Catequese?

Crianças a partir da idade da razão (7 anos) (podem) começar a ser preparadas para aproximar-se do Sacramento da Eucaristia. Mas essa idade pode ser alterada em cada Diocese (para 8-9 anos).
Adolescentes e adultos de qualquer idade.
PS: Sabe-se que alguns pais já começam a preparar os seus filhos desde cedo, de forma que, ao atingirem a idade da razão (7 anos) já estão aptos a receberem esse Sacramento (comum vermos isso entre pessoas que frequentam a missa tridentina).

A Catequese substitui o ensino dado pelos pais e padrinhos?

Não!
A Catequese deveria ser um plus, um acréscimo ao ensino dado pelos pais em casa, que é a Igreja Doméstica.
Assim, aos pais e padrinhos cabe a responsabilidade de ensinar as crianças sobre Jesus, Maria, as orações básicas (Pai Nosso, Ave Maria, Credo, Anjo da Guarda), levá-los na Santa Missa ensinando-os como se portar, se vestir, a piedade, recita do terço, etc.
Infelizmente, hoje, uma grande parte dos pais/padrinhos não fazem isso, seja porque nem eles mesmo vão/fazem (e aqui a aprendizagem e conversão pelo testemunho fica prejudicada), seja porque sequer sabem ou lembram mais. E não vou nem citar a "falta de tempo" para as coisas de Deus.

Quais os Sacramentos necessitam da Catequese?

Os Sacramentos da Iniciação Cristã.
1) Batismo: para pessoas não batizadas a partir dos 7 anos de idade;
2) Eucaristia (Primeira Comunhão): para pessoas a partir dos 7 anos de idade;
3) Crisma: adolescentes e adultos.

OBS: 
a) O Sacramento do Matrimônio não exige uma catequese, mas um Curso de Noivos (se, pelo menos, um dos noivos já tiver sido batizado na Igreja Católica);
b) Os padrinhos de Batismo e Crisma não precisam fazer uma catequese, mas um Curso de Batismo (uma vez que, como devem ser crismados, já fizeram catequese).

Qual o tempo de duração da Catequese?

Em regra, 1 ano.
Podendo ser mais de um ano para as crianças que se preparam para a Primeira Eucaristia e menos de um ano para os Adultos (conforme orientação da Diocese e/ou Paróquia).

Já recebi todos os Sacramentos da Iniciação Cristã, mas queria fazer uma reciclagem, aprender mais, como devo proceder?

Você pode participar da Catequese de Adultos, como ouvinte.
Além disso, pode também ler alguns livros.

Quais livros posso ler para conhecer mais sobre a Igreja Católica?

1) Bíblia Católica

A Bíblia usada pelos protestantes é diferente da usada pelos católicos, visto que tem livros a menos no Antigo Testamento.
O Catecismo da Igreja Católica se reporta, constantemente, a Bíblia; além disso, ela é usada em todas as Santas Missas (leituras, salmos e evangelhos são retirados dela).


2) Catecismo da Igreja Católica (CIC)!

Esse é o principal livro do católico, além da Bíblia.
Nele está colocado o que a Igreja pensa, prega e defende.
A Catequese deve ser feita com base nele.


3) Código de Direito Canônico (CDC)

Nele está disposto as regras da Igreja Católica; como, p. ex., regras para o batismo, sacerdotes, matrimônio e suas nulidades, etc...


4) A Fé Explicada de Leo J. Trese

É um ótimo livro para o católico, onde se mostra os pontos essenciais da nossa fé. Feito com base no Catecismo da Igreja Católica, porém, talvez mais acessível para alguns, em termos de entendimento, por ser bem didático e usar uma linguagem mais coloquial.

Bem, há vários outros livros, claro, documentos, como o Sacrosanctum Concilium, sobre a Eucaristia, Santa Missa, etc... mas esses que coloquei (Bíblia, CIC e CDC) são a base do que a Igreja pensa e ensina.


Que o Espírito Santo de Deus coloque em nossos corações um amor para com a Igreja e um desejo ardente de conhecê-la.

Maria, Sacrário Vivo de Deus, rogai por nós!

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

RESPOSTA: Meu filho de 12 anos pode ser batizado junto com o de 3 anos?

 
Salve Maria!!

Bom dia
Tenho um filho de 12 anos que não é batizado. vou fazer o batizado do meu 2º filho com 3 anos, será que posso fazer juntamente o do irmão?
ou terá também que frequentar uma catequese durante um ano?

 Bom dia!

Querida irmã em Cristo,

Seu filho de 12 anos já passou da idade da razão (7 anos), portanto, já está na idade de fazer a Primeira Comunhão. Assim, sim, ele terá que frequentar uma catequese, para conhecer a Igreja Católica, e ao final desse ano de Catequese será Batizado e fará a Primeira Comunhão.

Aliás, a Catequese de Jovens começa agora no inicio do ano (fevereiro ou março), se informe na sua Paróquia e inscreva o seu filho.

UMA SOLUÇÃO
A solução para que os dois sejam batizados no mesmo dia é você adiar a data do batizado do seu segundo filho para o final do ano. Desta forma, quando o mais velho terminar a Catequese você pode combinar com o Pároco para que ocorra no mesmo dia o batizado dos dois, bem como, a Primeira Eucaristia do mais velho.


Nossa Senhora de Lourdes, rogai por nós!

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Elas não têm medo dos cabelos brancos (II)!

 
Assumir os cabelos brancos expõe o corpo tal como é, encarando o que nos está a acontecer a todos: envelhecer. Falámos com mulheres que tomaram essa decisão e não querem voltar atrás. 

Nos últimos anos afirmou-se várias vezes que o cinzento é o novo preto. Os mais de 50 tons de cinzento estão na moda não só na roupa, mas também no cabelo. Rihanna, Cara Delevingne ou Lady Gaga adotaram a certa altura os cabelos brancos. Pela internet, a hashtag #grannyhair revela milhares de mulheres jovens que descoloraram ou pintaram o cabelos de branco, sem que isso tenha feito delas avozinhas.

É um paradoxo fácil de perceber que os únicos cabelos brancos que não estão na moda sejam os naturais, aqueles que aparecem com a idade (ou não), os que não se escolhem como e onde devem aparecer: o ideal é a juventude e, em alguns casos, o cabelo é o primeiro a lembrar-nos que o tempo continua a correr, o futuro e a velhice são inevitáveis. “E então?”, perguntam as quatro mulheres que se seguem, entre os 45 e os 64 anos. Todas elas assumem os seus cabelos brancos de olhos fixos no inegável cronómetro e desafiadores para a sociedade. Não são invisíveis, como diz o mito das mulheres de cabelos grisalhos; pelo contrário, toda a gente repara nelas.

Mantêm o cabelo assim porque é bonito, porque não têm tempo ou dinheiro para a manutenção de um cabelo bem pintado, porque querem levantar o queixo e dizer que estão presentes como são, sem pedirem desculpas. Para todas foi uma escolha que lhes libertou a cabeça de quaisquer pressões e que nos permitiu falar do que é estético, político e da velhice.
 Susana Gomes, 51 anos, socióloga

Sentia-se pressionada a pintar o cabelo quando começou a fazê-lo, aos 30 anos?

Sim, porque é aquela questão: ainda tens uma cara jovem mas com o cabelo branco. O cabelo branco envelhece a pessoa pelo menos mais dez anos. É a questão do envelhecimento que está em causa. O que é bom é a pessoa não aparentar a idade que tem. A nível familiar, imagine o que é ter irmãs bastante mais velhas que pintam o cabelo e a mais nova tem o cabelo branco… Toda a gente quer que eu pinte o cabelo rapidamente, se não é um paradoxo — como é que a pessoa mais nova da família tem cabelos brancos?

No fundo, não é só o seu envelhecimento que está em causa, é também o das pessoas à sua volta.

É, porque isto vem expor a questão da passagem do tempo. É uma espécie de pacto não assumido por todos: toda a gente pinta, portanto estamos todos ótimos, isto é o que pode ser controlado no processo de envelhecimento. Também há quem faça plásticas, que também é uma tentativa de controlo e negação da passagem do tempo, mas esta é mais acessível e menos complicada.

A inversão de todos os padrões acontece quando Susana Gomes, com o seu cabelo cortado de fresco, sai à rua com o filho, de cabelo comprido. Já ouviu comentários em surdina mas diz que é normal, “as coisas estão todas encadeadas de maneira a que isso aconteça”. Nascida em Lisboa e completamente urbana — em pequena fazia-lhe falta uma “terra” onde ir passar os Natais — acabou por seguir pela sociologia rural e do ambiente. A poucos dias do fim do ano, Susana meteu-se no carro inesperadamente e foi direita a um cabeleireiro perto de casa, em Oeiras, para cortar o cabelo. Nem foi ao cabeleireiro habitual para que não lhe propusessem outra coisa que não a solução definitiva.

Quando tomou a decisão de manter os cabelos brancos?

Eu cortei o cabelo dois dias antes do final do ano, por isso não foi uma decisão de ano novo, foi de ano velho.

"Senti-me bem, senti sobretudo que estava outra vez a controlar o meu cabelo — até porque tenho um cabelo muito forte, ondulado, o meu cabelo sempre fez o que quis." 

Susana Gomes 
E quando cortou a ideia foi mesmo não o voltar a pintar mais? Cortou para eliminar o pintado?

Foi. Estava naquela fase horrorosa que era a indecisão: metade estava preto e branco, junto à raiz, e o resto, nas pontas, ainda com uns restos de tinta — acho que pinto o cabelo desde há 20 anos para cá. Por volta dos 30 anos comecei a fazer aquelas coisas mais ligeiras, mas já para disfarçar os brancos. Sempre tive o cabelo muito preto, muito escuro e quando surgiram os primeiros brancos notava-se muito. É muito difícil deixar crescer as raízes, é um processo por que não me apetecia passar. Parece que a pessoa tem de explicar porque é que não pinta o cabelo, ou pedir desculpa, e a mim não me apetecia dar explicações nenhumas. Apesar de agora dar por mim a explicar porque cortei tão curto.

Aí tem de explicar que é porque quer ter cabelos brancos. Como é que as pessoas reagem a essa vontade?

Têm reações diferentes. As que estão a passar por este momento são críticas, negativas: “Isso é uma disparate, parece que tens mais 10 anos”, “não vais resistir, vais voltar a pintar”, “que mal que te fica”. Outras pessoas dizem que fica bem. Eu própria fiquei surpreendida com a quantidade de cabelos que tinha, não tinha essa perceção. Um corte de cabelo destes revela cruamente essa realidade.


Deve ser um momento interessante de confronto com o próprio corpo. Qual foi a sua reação?

Fiquei surpreendida por ter tantos brancos, não tinha de todo essa perceção. Às vezes achava que podia ter tantos brancos como escuros, outras que ainda predominavam os escuros, mas não, nesta altura acho que já tenho mais brancos. Mas senti-me bem, [senti] sobretudo que estava outra vez a controlar o meu cabelo — até porque tenho um cabelo muito forte, ondulado, o meu cabelo sempre fez o que quis. Agora vou deixá-lo mesmo ser como ele é. Não tenciono voltar a pintar, está mesmo fora dos planos, até porque isso seria uma cedência, era a negação do statement, e não me apetece fazer isso. E também não me apetece estar a explicar por que não há-de ser natural, não se explica. Apesar de, em termos sociais, a norma absolutamente uniformizada e vigente é a das mulheres pintarem os cabelos até bastante tarde. Em termos culturais acho que neste momento há espaço para contornar esse tabu dos cabelos brancos em mulheres. As mulheres continuam a ter vidas ativas até tarde, têm relacionamentos, não é mais aquela questão de a mulher deixar de pintar o cabelo quando já não espera nada, quando está retirada da vida profissional e afetiva.

Como é que tomou esta decisão?

Eu passei uma fase em que observava as pessoas na rua — as pessoas não, as mulheres concretamente, a tinta do cabelo delas — e estabelecia umas comparações: aquela é uma tinta boa, aquela é uma tinta má, aquela fica horrível. Vi uma atriz de Hollywood, a Jamie Lee Curtis, que cortou o cabelo e está a assumir os brancos e de facto, quando eu olhei para aquela mulher achei que ela estava muito melhor assim do que antes. É como se fosse um statement, porque há um pretenso ideal de juventude ligado a uma coisa não natural. Isto é como eu estou agora, é o que quero ser e não vou disfarçar o que sou agora, não faz sentido. Se calhar também corresponde a uma fase da minha vida e é mais fácil tomar esta decisão agora do que seria há uns tempos. Mas de facto não é só deixar de pintar os cabelos porque sim, é o assumir de uma posição.

Não é uma mera inação.

Não, não é. Não é “não pinto o cabelo”; é “não, não pinto o cabelo”. Nos próprios cabeleireiros, por razões comerciais óbvias, há alguma resistência. Eu entrei lá e as senhoras diziam “nem posso pensar que nunca mais vai pintar”. O compromisso era ir cortando tudo o que era pintado. Ela ia cortando e parando e eu “não. Mais, mais”, até ficar neste estado. E no final: pessoas surpreendidas com um ar de Deus me livre, e algumas, “parabéns, que coragem! Quem me dera fazer o mesmo”. Eu acho que se caminha para uma desvalorização da pintura. Durante alguns anos cá em Portugal todas as mulheres tinham o cabelo pintado das mesmas cores — aquelas madeixas amarelas, desbotadas, que parecia que lavavam a cabeça com lixívia. Eu penso que a questão dos cabelos brancos vai começar a ser assumida e não pelas mulheres mais velhas, provavelmente por algumas mulheres mais novas que ainda sentem que têm a opção.

 Não ponderou os cabelos brancos antes?

Tem a ver com uma fase da minha vida em que quero ver as coisas de uma maneira mais natural, com menos artifícios. E por questões práticas de não ter de ir ao cabeleireiro todas as semanas ou todos os meses, não ter de estar preocupada com “já se veem as raízes?” — isso para mim já não estava a dar. Coincidiu ter um corte de cabelo com que não me sentia bem e por isso decidi ser radical. Era uma possibilidade que andava à procura de uma oportunidade.

Qual foi a reação do seu filho [de 18 anos]?

Ele odiava o corte de cabelo que eu tinha, fiquei com a sensação que ficou aliviado — era um pouco desgrenhado. Não ficou encantado mas não se pronunciou negativamente. Acho que foi confrontado com o facto de eu ter tantos cabelos brancos, porque fez realmente muita diferença. A minha mãe não gosta, os meus irmãos mais velhos não gostam, as minhas sobrinhas também não gostam… Se calhar é mais fácil ver quem é que gosta [risos].

Então a pressão social ainda não diminuiu.

Não, mas não sou sensível a isso.

"Eu penso que a questão dos cabelos brancos vai começar a ser assumida e não pelas mulheres mais velhas, provavelmente por algumas mulheres mais novas que ainda sentem que têm a opção."

Susana Gomes 
Como é que se sente com este cabelo?

Espero que cresça mais um bocadinho, porque está muito curtinho. É uma coisa que dá nas vistas e eu não gosto de dar nas vistas. No outro dia estava a falar com uma pessoa que não conheço muito bem e percebi que a pessoa se estava a interrogar se eu estaria doente, portanto, neste momento ainda é um pouco chamativo. Mas não me arrependo minimamente.

Acha bonito?

Acho que é o meu cabelo, sou eu. É pacífico, convivo bem com ele. Seria muito mais fácil continuar a pintar, porque a pessoa está a corresponder a um modelo que é o mais comummente divulgado e aceite. Mas seria de todo inesperado voltar atrás. É preciso mais coragem para manter do que para tomar a decisão. Tomar a decisão pode ser mais um impulso, mantê-la é que provavelmente é mais difícil.
Fonte: Observador

Nossa Senhora de Lourdes, rogai por nós!

sábado, 4 de fevereiro de 2017

Devoção dos 5 Primeiros Sábados em Honra a Virgem de Fátima


Ofensas:

1) Ofensa contra a Imaculada Conceição
2) Ofensa contra a sua Virgindade
3) Ofensa contra a sua Maternidade Divina
(mistérios dos privilégios marianos)
4) Ofensa de quem leva as crianças a desprezarem e até terem ódio da Virgem Maria
5) Ofensa feita as Imagens da Virgem Maria

Reparação:

1) Confissão reparadora (com a intenção de desagravo, para cada primeiro sábado)
2) Comunhão
3) Recita do Terço
4) 15min Meditando os 15 mistérios do Rosário.

Promessa:

Assistência de Nossa Senhora na Hora da Morte com todas as graças necessárias para a Salvação dessas Almas.

Para saber mais sobre essa Devoção - as ofensas e a reparação - veja esse vídeo do pe. Paulo Ricardo:




Refúgio dos pecadores, rogai por nós!

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

RESPOSTA: Quando vou rezar o terço, em uma capelinha, eu devo ir de calça?

 

Salve Maria!!

Quando vou rezar o terço, em uma capelinha, com um pequeno grupo, eu devo ir de calça? 

O que é uma Capela?

Capela é uma pequena IGREJA!

Normalmente, nas Capelas há um Sacrário onde Jesus Sacramentado está lá, presente, Vivo, em Corpo, Sangue, Alma e Divindade. E lá se celebra o culto divino.

O Código de Direito Canônico diz que:

Can 1214 - Sob a denominação de igreja, entende-se um edifício sagrado destinado ao culto divino, ao qual os fiéis têm o direito de ir para praticar o culto divino, especialmente público.

Em comentário a esse Cânon é disposto que: "O típico das igrejas é o direito que os fiéis têm de entrar nelas para os atos de culto. Por isso as chamadas "capelas" filiais das paróquias são verdadeiras igrejas."

Então, se você puder, o ideal é o homem ir sim de calça e camisa de manga.

Aproveite que vai rezar o terço e ofereça esse "sacrifício" pela conversão dos pecadores, por exemplo.

Fonte: Dicionário Michaelis, Código de Direito Canônico.

Mãe castíssima, rogai por nós!

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Cabelos Brancos - Quais cores usar??

Isso, certamente, é uma questão importante para muitas mulheres.
Bem como, cheia de mitos, como também o é a questão que cabelo branco tem que ser curto.

Não pode mais usar branco.
Não pode mais usar o preto.
Não pode mais usar o cinza.
Não pode usar cores fortes...

Será mesmo???

A Rúbia Rubita, que conta hoje com 40 anos e assumiu os seus brancos há 2 anos, quando tinha 38 anos, nos esclarece sobre essa questão nesse vídeo e em seu blog. Vejam:



Fonte: Rubia Rubita

Nossa Senhora de Lourdes, rogai por nós!
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...