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quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

Como uma família pode se preparar para festa da Sagrada Família

Aquarius Studio | Shutterstock

A festa da Sagrada Família pode ser um momento de aproximação espiritual

Após a celebração do Natal, a Igreja celebra outra festa especial: a festa da Sagrada Família, que normalmente cai no domingo após o 25 de dezembro. Entretanto, em alguns casos, a festa pode ser celebrada em 30 de dezembro.

A Santa Sé oferece algumas sugestões sobre como as famílias podem celebrar tal festa. As principais são: 

1. Todos os membros da família devem assistir à Missa neste dia;
2. Fazer a renovação da nossa entrega ao patrocínio da Sagrada Família de Nazaré;
3. Promover a bênção das crianças, conforme previsto;
4. Realizar a renovação dos votos matrimoniais feitos pelos cônjuges no dia do casamento;
5. Promover a troca de promessas entre os noivos, em que formalizam o desejo de fundar uma nova família cristã.

Além disso, mesmo fora da festa, é recomendado que os fiéis recorram com frequência à Família de Nazaré em muitas circunstâncias da vida através de orações frequentes para confiar-se ao patrocínio da Sagrada Família e obter assistência na hora da morte.

Enfim, essa festa é uma bela maneira de continuar a celebração do Natal, refletindo sobre como nossas famílias podem imitar a beleza e a alegria encontradas na Sagrada Família.

Fonte: Aletéia

Jesus, Maria e José, Nossa Família Vossa É!

terça-feira, 27 de dezembro de 2022

O que são as “oitavas” para a Igreja Católica?

Ajdin Kamber | Shutterstock


E por que essas celebrações fazem parte do ano litúrgico?

Não é de se estranhar que muitos associem a palavra “oitava” principalmente ao campo musical. Mas, na esfera eclesial, especialmente na liturgia da Igreja, a oitava é outra coisa. Trata-se de uma forma de celebrar uma solenidade.

As oitavas celebradas pela Igreja

Atualmente, a Igreja celebra de modo ainda mais especial duas solenidades: Natal e Páscoa.

De fato, essas solenidades são celebradas durante oito dias. É por isso que falamos Oitava de Natal ou Oitava de Páscoa.

Até o ano de 1969 havia também a oitava de Pentecostes, que foi suprimida do calendário romano.

Oito dias de celebrações

Chama-se, então, “oitava” à celebração continuada durante oito dias de cada uma destas duas solenidades. Em outras palavras: a oitava, seja de Páscoa ou de Natal, começa no dia (da Páscoa ou do Natal) e prossegue nos sete dias seguintes.

As Oitavas de Páscoa e de Natal são tão importantes que, normalmente, não é permitido usar uma forma de celebração da Missa diferente daquela do dia da oitava correspondente.

A oitava de Natal

Atualmente, a Oitava de Natal inclui várias outras festas: a da Sagrada Família, a de Santo Estêvão, a de São João Evangelista, a dos Santos Inocentes, a de São Tomás Becket e a do Papa São Silvestre.

Todas essas festas nos conduzem – cada uma ao seu modo – para a Natividade de Jesus, ajudando-nos a refletir sobre a Encarnação do Verbo.

O oitavo dia da Oitava de Natal é a Solenidade de Maria, Mãe de Deus, em 1.º de janeiro.

De onde vem a tradição

As oitavas, para a Igreja, são uma prática que tem suas raízes no Antigo Testamento, já que o antigo povo de Israel celebrava suas grandes festas durante oito dias.

As festas – como os Tabernáculos, Pães Asmos, Páscoa – eram grandes festas do povo de Israel, das quais o oitavo dia era o mais solene.

E esta tradição vem, por sua vez, do tempo de Abraão. Deus fez uma aliança com Abraão e seus descendentes, cujo símbolo era a circuncisão no oitavo dia após o nascimento de todo homem (Gn 17:11-12).

É por isso que Jesus, como judeu, foi circuncidado no oitavo dia, recebendo o seu nome nesse dia (Lc 2,21).

Fonte: Aletéia

Jesus, Maria e José, nossa Família Vossa É!

segunda-feira, 26 de dezembro de 2022

Mensagem de Natal e Bênção “Urbi et Orbi” Papa Francisco


MENSAGEM URBI ET ORBI
DO PAPA FRANCISCO
NATAL 2022

Domingo, 25 de dezembro de 2022


Queridos irmãos e irmãs de Roma e do mundo inteiro, feliz Natal!

Que o Senhor Jesus, nascido da Virgem Maria, traga a todos vós o amor de Deus, fonte de confiança e esperança, juntamente com o dom da paz, que os anjos anunciaram aos pastores de Belém:

  «Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens do seu agrado» 
(Lc 2, 14)

Neste dia de festa, voltemos o olhar para Belém. O Senhor vem ao mundo numa gruta e é recostado numa manjedoura para os animais, porque os seus pais não conseguiram encontrar hospedagem, apesar de estar quase na hora de Maria dar à luz. Vem entre nós no silêncio e escuridão da noite, porque o Verbo de Deus não precisa de holofotes nem do clamor das vozes humanas. Ele mesmo é a Palavra que dá sentido à existência. Ele é a luz que ilumina o caminho. «O Verbo era a Luz verdadeira que, ao vir ao mundo – diz o Evangelho –, a todo o homem ilumina» (Jo 1, 9).

Jesus nasce no meio de nós, é Deus-connosco. Vem para acompanhar a nossa vida quotidiana, partilhar tudo connosco, alegrias e amarguras, esperanças e inquietações. Vem como menino indefeso. Nasce ao frio, pobre entre os pobres. Carecido de tudo, bate à porta do nosso coração para encontrar calor e abrigo.

Como os pastores de Belém, deixemo-nos envolver pela luz e saiamos para ver o sinal que Deus nos deu. Vençamos o torpor do sono espiritual e as falsas imagens da festa que fazem esquecer Quem é o Festejado. Saiamos do tumulto que anestesia o coração induzindo-nos mais a preparar ornamentações e prendas do que a contemplar o Evento: o Filho de Deus nascido para nós.

Irmãos, irmãs, voltemo-nos para Belém, onde ressoa o primeiro choro do Príncipe da paz. Sim, porque Ele mesmo – Jesus – é a nossa paz: aquela paz que o mundo não se pode dar a si mesmo e Deus Pai concedeu-a à humanidade enviando o seu Filho ao mundo. São Leão Magno tem uma frase que, na sua concisão latina, bem resume a mensagem deste dia: 

«Natalis Domini, Natalis est pacis – o Natal do Senhor é o Natal da paz»
(Sermão 26, 5)

Jesus Cristo é também o caminho da paz. Com a sua encarnação, paixão, morte e ressurreição, abriu a passagem de um mundo fechado, oprimido pelas trevas da inimizade e da guerra, para um mundo aberto, livre para viver na fraternidade e na paz. Irmãos e irmãs, sigamos este caminho! Mas, para o podermos fazer, para sermos capazes de seguir os passos de Jesus, devemos despojar-nos dos pesos que nos enredam e bloqueiam.

E quais são esses pesos? Que vem a ser este entulho que nos sobrecarrega? Trata-se das mesmas paixões negativas que impediram o rei Herodes e a sua corte de reconhecer e acolher o nascimento de Jesus, isto é, o apego ao poder e ao dinheiro, o orgulho, a hipocrisia, a mentira. Estes pesos impedem de ir a Belém, excluem da graça do Natal e fecham o acesso ao caminho da paz. Na realidade, é com tristeza que devemos constatar como, enquanto nos é dado o Príncipe da paz, ventos de guerra continuam a soprar, gelados, sobre a humanidade.

Se queremos que seja Natal, o Natal de Jesus e da paz, voltemos o olhar para Belém e fixemo-lo no rosto do Menino que nasceu para nós! E, naquele rostinho inocente, reconheçamos o das crianças que, em todas as partes do mundo, anseiam pela paz.

O nosso olhar se encha com os rostos dos irmãos e irmãs ucranianos que vivem este Natal na escuridão, ao frio ou longe das suas casas, devido à destruição causada por dez meses de guerra. O Senhor nos torne disponíveis e prontos para gestos concretos de solidariedade a fim de ajudar todos os que sofrem, e ilumine as mentes de quantos têm o poder de fazer calar as armas e pôr termo imediato a esta guerra insensata! Infelizmente, prefere-se ouvir outras razões, ditadas pelas lógicas do mundo. Mas a voz do Menino, quem a escuta?

O nosso tempo vive uma grave carestia de paz também noutras regiões, noutros teatros desta terceira guerra mundial. Pensamos na Síria, ainda martirizada por um conflito que passou para segundo plano, mas não terminou; e pensamos na Terra Santa, onde nos últimos meses aumentaram as violências e os confrontos, com mortos e feridos. Supliquemos ao Senhor para que lá, na terra que O viu nascer, retomem o diálogo e a aposta na confiança mútua entre palestinenses e israelitas. Jesus Menino ampare as comunidades cristãs que vivem em todo o Médio Oriente, para que se possa viver, em cada um daqueles países, a beleza da convivência fraterna entre pessoas que pertencem a crenças diferentes. De modo particular ajude o Líbano para que possa, finalmente, erguer-se com o apoio da Comunidade Internacional e com a força da fraternidade e da solidariedade. A luz de Cristo ilumine a região do Sahel, onde a convivência pacífica entre povos e tradições é transtornada por confrontos e violências. Encaminhe para uma trégua duradoura no Iémen e para a reconciliação no Myanmar e no Irão, para que cesse completamente o derramamento de sangue. E, no continente americano, inspire as autoridades políticas e todas as pessoas de boa vontade a trabalharem para pacificar as tensões políticas e sociais que afetam vários países; penso de modo particularna população haitiana, que está a sofrer há tanto tempo.

Neste dia, em que sabe bem encontrar-se ao redor da mesa recheada, não desviemos o olhar de Belém – que significa «casa do pão» – e pensemos nas pessoas que padecem fome, sobretudo as crianças, enquanto diariamente se desperdiçam quantidades imensas de alimentos e se gastam tantos recursos em armas. A guerra na Ucrânia agravou ainda mais a situação, deixando populações inteiras em risco de carestia, especialmente no Afeganistão e nos países do Corno de África. Toda a guerra – bem o sabemos – provoca fome e serve-se do próprio alimento como arma, ao impedir a sua distribuição às populações já atribuladas. Neste dia, aprendendo com o Príncipe da paz, empenhemo-nos todos – a começar pelos que têm responsabilidades políticas – para que o alimento seja só instrumento de paz. Enquanto saboreamos a alegria de nos reunirmos com os nossos, pensemos nas famílias mais atribuladas pela vida e naquelas que, neste tempo de crise económica, atravessam dificuldades por causa do desemprego e carecem do necessário para viver.

Queridos irmãos e irmãs, hoje como há dois mil anos Jesus, a luz verdadeira, vem a um mundo achacado de indiferença – uma feia doença! – que não O acolhe (cf. Jo 1, 11); antes, rejeita-O como acontece a muitos estrangeiros, ou ignora-O como fazemos nós muitas vezes com os pobres. Hoje não nos esqueçamos dos numerosos deslocados e refugiados que batem à nossa porta à procura de conforto, calor e alimento. Não nos esqueçamos dos marginalizados, das pessoas sós, dos órfãos e dos idosos – a sabedoria dum povo – que correm o risco de acabar descartados, dos presos que olhamos apenas sob o prisma dos seus erros e não como seres humanos.

Irmãos e irmãs, Belém mostra-nos a simplicidade de Deus, que Se revela, não aos sábios e entendidos, mas aos pequeninos, a quantos têm o coração puro e aberto (cf. Mt 11, 25). Como os pastores, vamos também nós sem demora e deixemo-nos maravilhar pelo Evento incrível de Deus que Se faz homem para nossa salvação. Aquele que é fonte de todo o bem faz-Se pobre [1] e pede de esmola a nossa pobre humanidade. Deixemo-nos comover pelo amor de Deus e sigamos Jesus, que Se despojou da sua glória para nos tornar participantes da sua plenitude. [2]

Feliz Natal para todos!

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[1] Cf. São Gregório Nazianzeno, Discurso 45.

[2] Cf. ibidem.


Fonte: Vaticano

Menino Rei, dai-nos a Vossa Paz!

terça-feira, 13 de dezembro de 2022

Santa Luzia: o testemunho maiúsculo de uma adolescente

© Artokoloro / Quint Lox / Aurimages
La dernière communion de sainte Lucie par Véronèse.

Conheça a história desta santa, que preferiu ficar sem os próprios olhos a renegar a fé em Cristo

Um dos fatos que considero incontestes na Igreja Católica Apostólica Romana é a riqueza espiritual que ela nos oferece. É uma Igreja fundada na Bíblia, que professa a fé apostólica. Assim é que se pode dizer que o católico de verdade precisa ser crente e evangélico. Aonde iremos, se aqui, temos o Cristo eucarístico? Se, aqui, honramos a Mãe de Jesus, no seu verdadeiro papel bíblico, qual seja o de nos trazer o Salvador, o qual no-La deu por Mãe?

Quer ver outro fato maravilhoso da “sã doutrina”? Contamos com uma infinidade de intercessores no Céu: os anjos; e os santos e santas, a maioria destes provada no sangue do Cordeiro. Histórias de vida, com ricos e belos testemunhos — é o caso de Santa Luzia, sobre a qual pretendemos discorrer, neste texto.

Luzia nasceu na cidade italiana de Siracusa, no ano de 280. Seus pais, Lúcio e Eutíquia, eram nobres e ricos. Como cristãos, a educaram nessa fé, no amor ao próximo e temor de Deus. Perdeu o pai quando tinha apenas 5 anos. Ainda adolescente, sua mãe quis casá-la com um jovem nobre, de família pagã. Ela, porém, já se decidira ter por esposo a Jesus Cristo. Ao ser formalizado o pedido de casamento, foi concedido um tempo, por sua solicitação. Foi então que teve a inspiração de chamar a mãe para irem, juntas, à cidade de Catânia, visitar o túmulo de Santa Águeda (ou Ágata).

Milagre

Eutíquia sofria de uma hemorragia crônica. Já havia consultado muitos médicos em vão. Luzia havia meditado sobre o Evangelho da missa do dia (a cura da mulher hemorroíssa), e firmara a convicção: se sua mãe tocasse o túmulo de Santa Águeda, também seria curada; por intercessão desta santa. Sem dúvida, uma atitude de quem já vivia mergulhada em profunda oração. E, lá em Catânia, um fato ainda mais forte, extraordinário mesmo, daquela vida prometida inteiramente a Cristo. Deixando a mãe junto ao túmulo, vai orar. Santa Águeda lhe aparece (em êxtase) e lhe diz:

Luzia, minha irmã, porque pedes a mim o que tu mesma podes conseguir para tua mãe? Ela já foi curada pela tua fé.

O milagre aconteceu. Eutíquia, então, entendeu, aceitou o sinal vindo dos Céus: Luzia poderia dizer ‘não’ ao pretendente. Estava livre para oferecer sua virgindade a Jesus Cristo e doar seus dotes aos pobres. E a estes a jovem distribuiu toda a sua pequena fortuna.

Martírio

Vendo aquilo, o inconformado pretendente de Luzia a denunciou às autoridades pagãs que ela era cristã. Conforme um decreto do imperador romano Diocleciano, os cristãos deveriam ser castigados exemplarmente. Foi julgada e condenada. Nem o próprio imperador a convenceu de renegar a fé cristã. Não quis prestar sacrifícios aos deuses pagãos, nem romper seu voto de virgindade. Então, tem início o seu cruel martírio. Primeiro tentaram levá-la a um prostíbulo. (Seria uma desonra cristã, e o pior dos infortúnios para Luzia). O que fez? Suplicou a Deus, em simples e confiante oração:

Quem vive casta e santamente, é templo do Espírito Santo, 
sem a minha vontade, a virtude nada sofrerá.

Prece ouvida: nem a força de vários homens, nem juntas de bois, nada a moveu de onde estava. Os carrascos, então lançaram resina e azeite fervente sobre ela, sem que a virgem, mártir e santa, nada sofresse. Resistiu até mesmo a chamas de fogo, para a fúria do governador, que, então, ordena a decapitação. Isto ocorre no momento em que ela deixava mais uma pérola de santidade, ao dizer:

Adoro a um só Deus verdadeiro, a quem prometi amor e fidelidade.

Protetora da visão

Santa Luzia é hoje conhecida como padroeira dos oftalmologistas, e protetora da visão. Segundo alguns, a partir do nome: Luzia, do italiano Luce (que se traduz por luz, daí, também, o nome Lúcia). Mas há outra consideração a respeito; foram-lhe arrancados os olhos, depois de lhe ceifarem a vida. Por isso, numa de suas imagens, veem-se os olhos num prato. Esta perversidade provocou outro favor divino à santa: nasceram-lhe outros olhos mais belos ainda.

Assim, há sinais extraordinários, testemunhos claros da presença do amor divino. na curta trajetória da santa de Siracusa, antes, durante, e mesmo após o seu martírio.

Muitas são as igrejas que a têm como padroeira, espalhadas mundo afora. A partir de sua cidade natal. Devoção que se estende generosamente pelo Nordeste do Brasil. E muitas são as gravações de vídeos e áudios mostrando as graças obtidas, com a intercessão de Santa Luzia: problemas nos olhos, ou apertos de vida e situações embaraçosa, até mesmo a perda da fé.

Testemunho

E, eu, também, deixo o meu testemunho. No ano de 2018, sofri um descolamento total de retina (olho direito, o único de que dispunha, já em porcentagem diminuta), Imaginem o drama… Minha esposa já aprendera a acionar a santa, de vez que este não foi o primeiro. Mas o impressionante, no caso, foi o processo, que tentarei resumir.

Viagem marcada, eu, minha esposa, e uma família amiga, numa espécie de retiro espiritual, Serra do Estêvão, aqui no Ceará, num antigo convento, com capela, inclusive assistida pela Comunidade Shalom. Pouco aproveitei… Estava há algum tempo percebendo a diminuição da minha visão. O oculista, após um exame de mapeamento, prescreveu-me um suplemento vitamínico e um colírio. No dia da viagem, (quinta-feira da Paixão) já tinha dificuldade de ler as mensagens do celular (em letra ampliada). Lá, dia seguinte, acordei, percebendo parte do olho coberto por uma espécie de véu; e, no sábado, à noite, não divisava as faces das pessoas. No domingo, andei e me alimentei monitorado. Contudo, sentimos a mão divina mover-se, na minha família, e a meu favor, mais uma vez.

Outro casal participou do “retiro”. Ele, colega de trabalho do amigo que nos levou, aceitou também o convite, de véspera. Sua esposa, ao ver nossa aflição, nos acalmou, citando um centro oftalmológico avançado, em Fortaleza, que já resolvera problemas semelhantes, inclusive num familiar seu. Retornamos no domingo; e, na segunda, nova consulta ao meu oculista, que não só confirmou a informação de nossa amiga, como também me encaminhou ao referido centro.

O poder da oração

Como geralmente ocorre, pelo menos por aqui, não havia vaga, mas por se tratar de encaminhamento, fui atendido, logo no dia seguinte; e dois dias depois, fui operado, e retornei a casa com mil e uma recomendações. Oh que bom! Eu já estava deixando aquela cegueira temporária, quando, outra vez, me vem o escuro véu. Na Clínica, constatou-se que a colagem estava perfeita, mas outra parte da frágil retina também resolvera desgrudar-se. Outra cirurgia, outro repouso, em posição nada confortável. Evidentemente, familiares e amigos estavam em oração desde o início, inclusive na França. Orações a Jesus das Santas Chagas, pedidos de intercessão de Nossa Senhora e de Santa Luzia.

Seguem-se os retornos à Clínica, para os necessários acompanhamentos. Até que, alguns meses depois… “Graças a Deus! Isto aqui não descola mais não!…” — bradou eufórico o cirurgião. Isto se deu na semana da novena de nossa santinha. Cremos que ela, amiga da Virgem Santíssima, intercedeu. Telefonamos para os dois casais parceiros da viagem, e nos encontramos na igrejinha de Santa Luzia, aqui na nossa bela Praia de Iracema, para uma missa de celebração e agradecimentos pela milagrosa intercessão.

Novena de Santa Luzia

E, se você foi tocado, se conhece alguém (talvez você mesmo) que esteja precisando desta poderosa intercessão, participe da Novena de Santa Luzia pela saúde dos olhos do corpo e da alma disponível no Hozana (clique aqui para se inscrever).

Reze uma das orações dedicadas à Santa Luzia, disponíveis em livros e sites, ou uma oração espontânea, vinda do fundo seu coração. Neste momento, você pode repetir comigo:

Luzia. Santa antes, durante e após cruel martírio, roga por todos nós, fracos de fé e impotentes ante tanta maldade e miséria, nossas e dos outros! Amém!

Prof. Olímpio Araújo, membro das academias AMLEF, ACLP e ALL, pelo Hozana

Fonte: Aletéia

Santa Luzia, rogai para que Deus nos conceda a visão física e espiritual.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2022

Você já ouviu falar nas têmporas de Advento?


Microgen - Shutterstock


Você já ouviu falar nas têmporas de Advento? Ou nas têmporas em geral? Vamos resumir: uma antiga tradição da Igreja dedicava as quartas, sextas e sábados ao jejum e à oração durante as semanas de mudança de estação. Eram as chamadas “quatro têmporas”, já que mudamos de estação quatro vezes por ano.

As 4 têmporas

Como a ordem das têmporas segue o ano litúrgico e não o ano civil, as primeiras são as da 3ª semana do Advento (sendo portanto, evidentemente, as têmporas de advento); depois vêm as da 2ª semana da Quaresma; em seguida as da Oitava de Pentecostes e, por fim, as assim chamadas “têmporas de setembro”, que começam na quarta-feira após o dia 14 de setembro.

Elas coincidem, portanto, com o início de cada estação do ano e sua proposta é pedir as bênçãos de Deus para o novo período que começa, bem como para dar graças a Ele pelos benefícios recebidos. Além do agradecimento, as têmporas nos convidam à oferta a Deus de um pequeno sacrifício, representado pelo jejum ou pela abstinência.

O Catecismo de São Pio X nos explica o propósito do jejum das quatro têmporas:

1 – Para santificar cada estação do ano com alguns dias de penitência;
2 – Para pedir a Deus que nos dê e conserve os frutos da terra;
3 – Para agradecer a Deus pelos frutos concedidos;
4 – Para pedir a Deus que dê à sua Igreja bons ministros, cuja ordenação se faz ordinariamente nos sábados das quatro têmporas.

O jejum não é uma obrigação nessas datas, mas uma devoção recomendada, a ser praticada voluntariamente. Por isso mesmo, pode-se optar pela abstinência em vez do jejum. Essa prática sempre tem o seu sentido alicerçado na purificação pessoal, no exercício do autodomínio, na capacidade de renúncia e abnegação e na atenção especial ao espírito.

Têmporas de advento

Os dias de jejum e oração durante a semana das têmporas são sempre a quarta-feira, a sexta-feira e o sábado. No caso das têmporas de Advento de 2022, portanto, as datas são 14, 16 e 17 de dezembro.

“Têmporas” à mesa!

Uma curiosidade: o tempurá é conhecido hoje mundo afora como um prato popular da culinária japonesa. Na verdade, ele tem origem portuguesa, foi “exportado” ao Japão pelos missionários católicos e é batizado justamente por causa das quatro têmporas.

É que, no século XVI, quando os marinheiros portugueses estabeleceram seus primeiros contatos com o povo japonês, viajavam junto com eles os missionários cristãos, que, durante as têmporas, praticavam a abstinência comendo apenas verduras e peixe.

Fonte: Aletéia

Nossa Senhora repleta do Espírito Santo, rogai por nós!

segunda-feira, 5 de dezembro de 2022

Papa Francisco: celibato não causa abusos

Antoine Mekary | ALETEIA | I.Media

"Nas famílias não há celibato e também ocorre. 
É a monstruosidade de um homem ou mulher doente em termos psicológicos ou malévolo"

O celibato não é a causa dos abusos sexuais perpetrados por clérigos, reafirmou o Papa Francisco.

O pontífice voltou a deplorar a ocorrência dos abusos, mas discordou das narrativas que culpam o celibato como suposta causa. Além disso, Francisco lamentou que também ocorram muitos abusos dentro das famílias e que este fato “ainda seja escondido”.

O Papa concedeu entrevista à rede CNN Portugal.

“O abuso de homens e mulheres da Igreja, abuso de autoridade, abuso de poder e abuso sexual, é uma monstruosidade (…) 
Não é o celibato (…) 
Nas famílias não há celibato e também ocorre”.

Francisco foi enfático ao apontar o horror do abuso e a hedionda atitude de quem o comete, seja qual for o ambiente:

“Portanto, é simplesmente a monstruosidade de um homem ou de uma mulher da Igreja, que está doente em termos psicológicos ou é malévolo, e usa a sua posição para sua satisfação pessoal. 
É diabólico”.

E recordou:

“O sacerdote existe para encaminhar os homens para Deus e não para destruir os homens em nome de Deus. 
Um sacerdote não pode continuar a ser sacerdote se é abusador. 
Não pode. 
Porque é doente ou um criminoso, não sei. 
Eu sofro com casos de abuso que me apresentam. 
Sofro, mas é preciso enfrentar isso”.

O Papa afirmou que “é muito bom” que esses casos sejam denunciados e desmascarados. Ao mesmo tempo, fez questão de denunciar que a esmagadora maioria dos abusos não acontece na Igreja: ele mencionou estatísticas que indicam que 3% dos abusos são perpetrados por membros da Igreja, enquanto 46% são cometidos dentro das famílias, no mundo dos esportes ou nas escolas.

Mesmo assim, Francisco não aliviou em nada a responsabilidade gravíssima dos clérigos abusadores:

“‘Ah, 3% é pouco’. 
Não é. 
Mesmo que fosse um só, já é uma monstruosidade”.

Por isso mesmo, é um assunto que deve ser encarado com firmeza em todos os âmbitos da sociedade.

Fonte: Aletéia

Nossa Senhora de Guadalupe, rogai por nós!

quarta-feira, 30 de novembro de 2022

3 guias especiais para você seguir neste Advento

Renata Sedmakova | Shutterstock


São João Paulo II indicou Nossa Senhora, São João Batista e Isaías como "guias" neste precioso período litúrgico

Ao refletir sobre o período litúrgico do Advento, São João Paulo II nos apontou três guias específicos para seguirmos durante a nossa preparação espiritual para o Natal.

Ele falou sobre eles numa audiência geral do dia 18 de dezembro de 2002.

Na liturgia destes dias, a Igreja nos oferece três ‘guias’ notáveis para nos mostrar a atitude adequada a assumirmos no encontro com o ‘hóspede’ divino da humanidade.

1 | NOSSA SENHORA

Maria, que, nesta novena de preparação para o Natal, nos guia em direção a Belém. Maria é a mulher do “sim”, que, ao contrário de Eva, faz do plano de Deus o seu próprio, sem reservas. Assim, ela se torna uma luz clara para os nossos passos e o modelo mais elevado para a nossa inspiração.

2 | SÃO JOÃO BATISTA

Depois, temos João Batista, o precursor do Messias, que é apresentado como uma “voz que clama no deserto”, pregando “um batismo de arrependimento para o perdão dos pecados” (cf. Mc 1,4). É a única condição para o reconhecimento do Messias já presente no mundo.

3 | ISAÍAS

Isaías, o profeta da consolação e da esperança. Ele proclama um verdadeiro e próprio Evangelho para o povo de Israel, escravizado na Babilônia, e o exorta a permanecer vigilante na oração, a reconhecer “os sinais” da vinda do Messias.

Fonte: Aletéia

Nossa Senhora do Bom Parto, rogai por nós!

domingo, 27 de novembro de 2022

Medalha milagrosa: um sacramental de amor

Shutterstock | Sidney de Almeida

O cristão que utiliza de objetos sagrados somente como proteção, sem depender de Deus, é um supersticioso. 
Esses objetos devem manifestar o amor que se tem a Deus

As aparições da Maria sempre estiveram ligadas a algum momento importante na vida da Igreja que, em movimento, continua a esquecer que Deus “nos disse tudo de uma vez e a um só tempo no seu Filho” (São João da Cruz). Desta forma, ela vem para nos recordar. Esta é a missão que recebeu aos pés da Cruz: ser mãe e educadora da Igreja. Só aparece para levar seus filhos de volta a Deus, à Palavra, ao que Jesus pediu no Evangelho. Manifesta seu amor materno, aparecendo não para revelar uma nova doutrina ou algo nunca dito antes, mas para recordar incansavelmente a mensagem de Jesus.

Também têm como característica acentuar talvez um ou outro aspecto particularmente urgente numa determinada época, num determinado lugar. Nossa Senhora apareceu nos mais variados lugares: Banneux, Beauraing, Czestochowa, Fátima, Guadalupe, La Salette, Lourdes, Notre Dame du Cap, Pontmain, Rue du Bac, Siracusa, Mediugórie, dentre outros.

É preciso deixar claro que as aparições de Maria, de qualquer santo ou anjo a uma pessoa, é uma revelação particular. Desde que seja verdadeira, nada acrescenta ao que já nos foi revelado por Jesus Cristo quando da sua encarnação entre nós. Daí, acreditar ou não nas aparições e suas mensagens não é ponto de fé e doutrina, mas uma experiência de piedade popular muitas vezes incentivada pela Igreja onde aconteceu a aparição. “Se a ou as mensagens de uma ‘aparição’ não têm uma base de apoio sólida relativamente ao dado revelado e à doutrina da Igreja, é sinal evidente de uma não-autenticidade, de uma falsificação consciente ou inconsciente. Compete a autoridade eclesiástica verificar se esta ou aquela manifestação atribuída a Maria apresenta as garantias suficientes que permitam autorizar o culto no local da aparição e a difusão da mensagem” (Dicionário Mariano). Deve-se, porém, frisar que a decisão da mesma autoridade não deve vincular a fé em sentido estrito, ou seja, a devoção a Maria continua, porque sabemos que ela nunca agiria contra a Igreja de seu Filho. Isto entendido, agora sim vamos entender a Medalha milagrosa.

Contexto histórico

Para entendermos o porquê da aparição de Nossa senhora a Santa Catarina Labouré, é necessário antes compreendermos o contexto histórico vivido. A literatura da época estava impregnada de ateísmo, levando as mentes ao irracional e ao fantástico. Além disso, quando, em 1830, ia se instalar um regime político antirreligioso, desenvolvendo uma forma de capitalismo liberal particularmente materialista, a Virgem então propõe não um objeto científico, mas um objeto simples, uma medalha que fala das realidades celestes. A difusão dessa peça se dá no momento também de uma renovação do Catolicismo social com Frederico Ozanam e as Conferências de São Vicente de Paulo. Ocorria uma vitalidade da reflexão universitária e literária católica. Tudo isso era reforçado com a medalha que mostrava a intervenção de Deus na história não só da França, mas de todo o mundo.

A história da Medalha Milagrosa

Assim, a medalha milagrosa e todo seu mistério teve origem em Paris, França, no dia 27 de novembro de 1830, quando a noviça da Congregação de São Vicente de Paulo, Catarina Labouré entrou na capela da congregação para fazer suas orações. Nesse dia a Virgem Maria apareceu e fez uma revelação que se transformaria numa onda extraordinária de milagres e maravilhosas conversões. A revelação era a Medalha Milagrosa de Nossa Senhora das Graças. Em sua visão ela vê o verso e o reverso da medalha. No verso, a inscrição que Nossa Senhora apresentou na visão: “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós, que recorremos a Vós”. A qualificação “concebida sem pecado”, ainda não era mencionada na época nem nas orações, nem nos escritos sobre Nossa Senhora, e não tinha sido afirmado num dogma. Assim, a visão tornou-se testificada pelos teólogos da época, uma vez que era impossível que uma noviça francesa tivesse conhecimento dessa verdade naquela época.

O Arcebispo de Paris, a quem Catarina Labouré levou o pedido de Nossa Senhora, para que se cunhassem as medalhas, percebeu a riqueza doutrinária que ela continha. As primeiras 20 mil medalhas foram confeccionadas, em 1830, ano em que uma epidemia vinda da Rússia, por meio da Polônia, irrompeu em Paris, ceifando vidas. Em 1832, houve a primeira distribuição dessas peças por ocasião da epidemia da cólera, que dizimava a capital francesa. A Igreja falava na santa medalha, mas o povo logo a chamou de medalha milagrosa. Quando Santa Catarina Labouré faleceu, dia 31 de dezembro de 1876, já um bilhão de medalhas tinham sido distribuídas.

Amuleto ou sacramental?

De acordo com Plínio, autor romano do século I, amuleto é um objeto que protege as pessoas dos problemas. Podem ser tanto objetos naturais como criados pelo homem. Entre os seus tipos mais comuns destacam-se ferradura, pés de coelho, joias, pedras, ossos, conchas, chifres, entre outros.

Por outro lado, os sacramentais são sinais sagrados, pelos quais à imitação dos sacramentos, têm significados efeitos espirituais, obtidos pela intercessão da Igreja. Por eles, os fiéis se dispõem a receber o efeito principal dos sacramentos e são santificadas as diversas situações da vida. Seu objetivo é consagrar toda a vida do homem a Deus e o seu ambiente de vida, para que ele esteja livre dos perigos e voltado sempre para Deus, livrando-os sempre dos pecados. São classificados como: objetos (medalhas, crucifixos, rosários, escapulários…) e orações: bênçãos (alimentos, oficinas, casas, carros, imagens, máquinas, campos, doentes, etc.); consagrações (igreja, altar, cálice, Abade, Virgem, criança após o batismo, esposa, esposo…) e exorcismos.

É preciso entender que a eficácia santificadora dos sacramentais é diferente dos sacramentos. Ela tem a sua força na oração da Igreja e das disposições da pessoa que recebe ou utiliza o sacramental. Esta eficácia é chamada de “ex opere operantis Ecclesiae”, depende da fé e devoção do ministro e do fiel. No sacramento é diferente, sua eficácia (realização) independe da santidade do ministro e do fiel, pois é ação de Cristo (ex opere operato).

Não se pode exagerar o valor do sacramental, como se fosse um rito mágico ou um amuleto, superstição ou fanatismo. No entanto, não se pode desprezar o seu valor, pois o Concílio Vaticano II reafirmou também a sua necessidade. Os sacramentais protegem do mal e não deixam colocar Deus em segundo lugar.

Havendo um único Deus, devemos ter confiança n’Ele, ter a certeza do salmista quando nos diz: “O Senhor vai te proteger quando sais e quando entras, desde agora e para sempre.” (Sl 121,8). Ora, não precisamos recorrer a objetos de superstição, uma vez que, o próprio Deus nos guarda. Ele é o Pai que dá segurança e proteção para nós que somos Seus filhos.

Dentro da própria Igreja podemos cair nas superstições. Isso acontece quando se “atribui só à materialidade das orações ou aos sinais sacramentais a respectiva eficácia, independentemente das disposições interiores que exigem” (CIC 2111). O cristão que utiliza de objetos sagrados somente como proteção, sem depender de Deus, é um supersticioso. Esses objetos devem manifestar o amor que se tem a Deus, ou seja, para louvá-lo. Servem para demonstrar que se é cristão, embora o mais importante é a intenção do coração, pois é dele que saem as boas ou más intenções (Mt 15,19).

Medalha Milagrosa favorece a proclamação de um dogma

O fato é que, no ano 1854, apenas 24 anos depois das aparições, o dogma da Imaculada Conceição foi proclamado oficialmente pelo Papa Pio IX na Bula Ineffabilis Deus. Nossa Senhora mesmo confirma isso 4 anos depois, ao aparecer em Lourdes, para Bernadete Sobirous. Alguns anos mais tarde, Papa Pio XII escreveu: “Esta piedosa medalha foi, desde o primeiro momento, instrumento de tão numerosos favores, tanto espirituais como temporais, de tantas curas, proteções, e sobretudo conversões, que a voz unânime do povo a chamou, desde logo, “Medalha Milagrosa”.

Wellington de Almeida Alkmin, pelo Hozana

Fonte: Aletéia

Nossa Senhora das Graças da Medalha Milagrosa, rogai por nós!

sábado, 26 de novembro de 2022

Por que o Rosário era a oração predileta de João Paulo II?

Alessia Pierdomenico | Shutterstock

Já no início de seu pontificado, São João Paulo II fez saber a todos que o Rosário era sua oração favorita - e não parou por aí

Os papas nem sempre revelam suas preferências pessoais em público, mas São João Paulo II não teve medo de revelar suas orações prediletas.

Em um Angelus de 1978, duas semanas após sua eleição, São João Paulo II disse claramente:

“O Rosário é minha oração predileta. 
Oração maravilhosa! 
Maravilhosa em simplicidade e profundidade.”

E não parou por aí. Na carta apostólica Rosarium Virginis Mariae, de 2002, João Paulo II também destacou que o Rosário o consolava nos bons e maus momentos:

“O Rosário acompanhou-me nos momentos de alegria e nas provações. 
A ele confiei tantas preocupações; nele encontrei sempre conforto.”

Em certo sentido, se você quer saber todas as razões pelas quais São João Paulo II amou o Rosário, basta ler a Rosarium Virginis Mariae. Ela contém um estudo aprofundado sobre essa devoção e as muitas razões pelas quais o pontífice polonês a amava.

Rosário e contemplação

São João Paulo II lista uma das principais razões pelas quais dizia que o Rosário era sua oração predileta e por que ele tanto incentivava as pessoas a rezarem-no:

“O motivo mais importante para propor com insistência a prática do Rosário reside no fato de este constituir um meio validíssimo para favorecer entre os crentes aquele compromisso de contemplação do mistério cristão que propus, na Carta apostólica Novo millennio ineunte, como verdadeira e própria pedagogia da santidade: 
«Há necessidade dum cristianismo que se destaque principalmente pela arte da oração». 
Enquanto que na cultura contemporânea, mesmo entre tantas contradições, emerge uma nova exigência de espiritualidade, solicitada inclusive pela influência de outras religiões, é extremamente urgente que as nossas comunidades cristãs se tornem «autênticas escolas de oração»”.

Maria e o Rosário

Para São João Paulo II, o Rosário não só oferecia um modo de contemplar os mistérios do Evangelho, mas também era uma forma de se voltar para Maria, que ele acreditava ser um “modelo de contemplação”.

Enfim, São João Paulo II fez tudo o que pôde para promover o Rosário durante seu pontificado, compartilhando com o mundo o impacto da devoção em sua vida. Com isso, ele esperava que o Rosário, de fato, pudesse nos ajudar em nosso próprio caminho espiritual.

Fonte: Aletéia

Documentos do Papa João Paulo II sobre Maria e o Rosário:

1. Carta Encíclica Redemptoris Mater (1987)




3. Catequeses do Papa JPII sobre Maria (Compiladas: 2014)


Nossa Senhora do Santíssimo Rosário, rogai por nós!

quinta-feira, 24 de novembro de 2022

Nossa Senhora do Rosário: a primeira igreja católica do Catar

@Facebook Parish Youth Ministry - Catholic Church of Our Lady of Rosary Qatarr


O templo ficará aberto para receber os torcedores que quiserem ter um momento de oração durante a realização da Copa do Mundo

A Igreja Católica de Nossa Senhora do Rosário (árabe: كنيسة سيدة الوردية) foi construída em Doha, em um terreno doado em 2005 pelo Emir do Catar.

A região, chamada de “Cidade da Igreja”, na periferia da capital do país, também abriga outras igrejas cristãs: anglicanas, ortodoxas gregas, ortodoxas sírias, coptas e cristãs indianas. Todas fazem parte do complexo religioso de Abu Hamour.

Segundo o Vigário Apostólico do Norte da Arábia, Monsenhor Paul Hinder, durante os dias em que a Copa do Mundo for disputada “a igreja de Nossa Senhora do Rosário permanecerá aberta para todos os torcedores que quiserem ter um momento de oração e meditação”.

Igreja sem cruz

Esta imensa e moderna igreja, de forma arredondada, é a primeira construída no país desde a conquista muçulmana no século VII, embora o cristianismo tenha chegado antes do islamismo à Península Arábica.

Mas foi a religião islâmica que prevaleceu nessas terras e agora é a religião oficial desses estados, incluindo o Catar. Por esta razão, e devido às leis islâmicas, a igreja não exibe símbolos cristãos no exterior: nem cruzes, nem campanário, nem sinos.

Abertura religiosa

Antes da construção dessa Igreja, os católicos do país rezavam de improviso em “capelas” dentro de casa ou em escolas, já que o país proibia a prática de qualquer religião que não fosse o Islã. O padre John Vanderleen, professor da escola americana, era o único pároco do país.

Mas em 1995, o novo emir do Catar, Hamad bin Khalifa Al Thani, concedeu liberdade de culto e outros padres receberam autorização para entrar no país. Além disso, o Catar estabeleceu relações diplomáticas com a Santa Sé em 2003 e o emir, inclusive, visitou o Papa Bento XVI no Vaticano.

Na época do anúncio desta decisão, soube-se que o governo do Catar iria ceder à Igreja Católica vários terrenos para a construção de templos, de acordo com as necessidades. E isso, de fato, tem acontecido.

A Igreja de Nossa Senhora do Rosário

No dia da inauguração da Igreja de Nossa Senhora do Rosário, a Rádio Vaticano afirmou que este foi “um acontecimento de importância histórica após 14 séculos”.

Foi no dia 14 de março de 2009 que aconteceram a inauguração e a consagração da igreja de Nossa Senhora do Rosário.

Mais de 15.000 fiéis assistiram à missa de inauguração e consagração. O Cardeal Dias agradeceu “a Deus e ao Catar por este grande dom da Igreja” e, na ocasião, foi oferecido à nova paróquia um cálice enviado pelo Papa Bento XVI.

Interior da Igreja de Nossa Senhora do Rosário

A igreja tem capacidade para receber cerca de 5.000 pessoas. É composta por um templo principal e duas capelas (Capela do Sacramento e Capela de Alverna).

O recinto possui ainda um edifício paroquial (com muitas salas para catequese e outras atividades), uma casa paroquial, uma biblioteca e uma cafeteria.

Mas o que mais impressiona no seu interior são as suas enormes dimensões e a explosão de cores, sobretudo graças aos vitrais, da autoria de Emile Hirsch.

Vitrais de grande formato

Graças às doações dos fiéis, a Igreja conseguiu comprar os vitrais, restaurá-los, transportá-los e instalá-los neste templo, em Doha. E o Ministério da Cultura da França autorizou sua saída do território francês. Eles agora são propriedade da Igreja Católica do Catar.

Os vitrais foram instalados de forma a ficarem protegidos do calor e da areia do local. Oito deles estão no coro da Igreja e outros dois na capela ao lado.

Todos tratam exclusivamente de temas religiosos: o profeta Isaías, a Árvore de Jessé, a apresentação da Virgem no Templo, a Anunciação, a visita da Virgem à sua prima Santa Isabel, a misericórdia, Cristo dá a comunhão à Virgem e a Assunção .

Cada vitral mede 3,7m x 0,98m e é feito de cacos de vidro unidos por tiras de chumbo.

Católicos no Catar

O templo está sob a administração dos sacerdotes da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, ordem encarregada pela pastoral do Vicariato Apostólico da Arábia do Norte, ao qual pertencem Bahrein, Catar, Arábia Saudita e Kuwait.

A Igreja Católica na Península Arábica desenvolveu-se rapidamente desde a década de 1990, em grande parte devido aos expatriados, principalmente das Filipinas e da Índia. Estes constituem a quase totalidade dos fiéis do Vicariato e trabalham, sobretudo, em empresas dos setores do petróleo, gás e construção.

Rito Latino e Rito Oriental

Embora não existam dados oficiais, estima-se que haja mais de 1 milhão de católicos na Arábia Saudita. Só no Catar seriam de 200.000 a 300.000 católicos.

Além a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, existem duas outras igrejas católicas no Catar, ambas de rito oriental: a Igreja Católica Sírio-Malancar de Santa Maria e a Igreja Sírio-Malabar de São Tomás. Cerca de 80% dos fiéis pertencem ao rito latino, enquanto o restante pertence ao rito oriental, siro malabar e siro malankar.

Fiéis de quase todo o mundo

As missas no Catar acontecem nas diferentes línguas de seus fiéis: árabe, inglês, italiano, espanhol, urdu, tagalo, coreano, indonésio ou tâmil.

Monsenhor Hinder, Administrador Apostólico da região reconhece:

“Somos uma igreja peregrina. 
O desafio é sermos uma igreja multicultural, multilíngue e multirracial, composta por fiéis de mais ou menos quase todo o mundo”.

No entanto, a Península Arábica tornou-se agora uma comunidade cristã viva, uma “ponte” entre diferentes áreas do mundo e, portanto, entre diferentes culturas.

Podemos aproveitar especialmente estes dias Copa para rezar pelos nossos irmãos do Catar e por todos aqueles que têm dificuldade em viver a sua fé. Que Nossa Senhora do Rosário os proteja!

Fonte: Aletéia

Veja a Igreja de Nossa Senhora do Rosário no Catar clicando:


Nossa Senhora do Rosário, rogai por nós!

quarta-feira, 23 de novembro de 2022

Eles ofereceram aos convidados Confissão durante o seu casamento

avec la permission d'Alban de Robien

Propor aos convidados para se confessarem durante a recepção de casamento? Este casal não hesitou em seguir a ideia do padre que os estava a preparar para o sacramento do matrimônio. Veja:


O que acontece quando os recém-casados, em paralelo com o cocktail de recepção do seu casamento, oferecem aos convidados a possibilidade de… se confessarem? “Penso que oferecer àqueles que não são necessariamente muito religiosos a oportunidade de rezar, confessar ou apenas falar com um padre, pode trazer algo essencial”, disse Alban de Robien, que se casou com Aude.

Ambos foram imediatamente atraídos pela sugestão do padre Paul Préaux, o sacerdote da comunidade de Saint-Martin que celebrou o casamento deles.

“A ideia foi dele. Quando estávamos noivos, padre Paul estava a preparar-nos para o sacramento do matrimônio e um dia sugeriu que puséssemos à disposição dos nossos convidados a Confissão durante o cocktail.

Para explicar sua iniciativa, padre Paul disse-nos esta frase que me impressionou muito: ‘Um padre se desgasta quando não é utilizado'”, continua Alban.

avec la permission d’Alban de Robien

Na festa do cocktail, houve quem confessasse e outros que simplesmente fizeram perguntas. Muitas coisas bonitas aconteceram durante esse tempo, talvez também graças às relíquias de Louis e Zélie Martin que estavam presentes.

Na presença das relíquias de Louis e Zélie Martin

De fato, na capela onde padre Paul se confessou, as relíquias do casal Martin foram afixadas no altar.

O padre Paul Préaux, que tem o hábito de fazer este tipo de sugestão aos noivos, perguntou: “Para a sua futura vida de casados, convidei Alban e Aude a inspirarem-se em figuras santas como Zélie e Louis Martin. Sugeri também que fizessem uma peregrinação ao santuário de Alençon para rezar antes do seu casamento. Finalmente, disse-lhes para não se esquecerem de convidá-los para o casamento… levando consigo as suas relíquias. O objetivo? Para torná-los presentes durante toda a celebração do casamento.

Uma abertura de corações

Durante a missa de casamento, o padre Paul Préaux anunciou que estaria disponível para conversar ou confessar durante a festa do cocktail. Assim que a recepção começou, os convidados já lá estavam.

“É raro ter acesso ao sacerdote desta forma e num contexto que é simultaneamente inspirador – porque é uma celebração do casamento – mas também doloroso para alguns, quando o casamento reflete para eles o fracasso da sua própria vida de casados. Penso que a recepção do casamento é o momento ideal para se tornar disponível. Faço-o frequentemente, e toda vez vejo como os corações estão abertos. Há algo que se transforma, uma graça que se espalha realmente. Muitas situações de sofrimento e solidão são-me confiadas: separações de casais, conflitos familiares, divórcios. O meu papel como padre é dar-lhes Jesus e doar-me sempre que a oportunidade surgir”, comenta ele.

A recepção do casamento de Alban e Aude foi um momento inesperado de abertura espiritual para alguns. Uma iniciativa a ser imitada para aqueles que se preparam para o casamento?

Fonte: Aletéia

Nossa Senhora do Rosário de Fátima, rogai por nós!

sábado, 19 de novembro de 2022

As 3 táticas do diabo para destruir os casais

Westend61 | Getty Images


Quais são as tentações específicas que o demônio usa para atacar os casais? 
Os padres exorcistas enumeram três táticas que ele usa para destruir o casamento e dão conselhos sobre como se proteger delas. 

Veja aqui:

Tudo começou com um pequeno jogo de olhares, antes de se criar uma proximidade amigável no trabalho. Foi uma coisa boa Dorothée ter-se dado bem com o seu colega. No entanto, seu casamento estava a atravessar um período particularmente difícil. Estava cada vez mais ansiosa por ir trabalhar pela manhã. E assim que as coisas não estavam a correr tão bem em casa, ela só tinha de pensar no seu colega para se sentir reconfortada, até mesmo feliz. E como era apenas uma amizade e nada mais, Dorothée foi capaz de acalmar a pequena voz dentro dela que tinha começado a emitir algumas reprovações. Contudo, não demorou muito tempo para que a amizade tomasse um rumo diferente e para que “algo mais” acontecesse.

É por isso que o diabo odeia o casamento

Mesmo sem realmente ter passado especificamente por isso, quem não experimentou a força ardente de uma paixão? E quem não experimentou a sensação de querer seduzir o outro a todo o custo? Por que é que os homens e as mulheres são frequentemente juízes pobres em assuntos que tocam as áreas do afeto e da pureza? De onde vem esta tensão que surge naqueles que não praticam o discernimento? Acima de tudo, como podemos evitar cair na armadilha quando a oportunidade surge? Por que é que o adultério é o recreio preferido do Maligno? Afinal, por que é que o diabo odeia tanto o casamento?

O diabo tenta os cônjuges cristãos na infidelidade, porque ele é odioso e não tolera o amor.

“Não suporto que eles se amem uns aos outros!” Esta foi a resposta do demónio, imediata e clara, que veio um dia quando o padre exorcista da diocese de Pádua (Itália), Padre Sante Babolin, o interrogou sobre a razão dos tormentos que estava a infligir à mulher de um dos seus amigos. Numa entrevista a um jornal italiano, ele explicou esta incrível confissão do Maligno: “O diabo tenta os esposos cristãos a conduzi-los à infidelidade, porque ele é o ódio e não tolera o amor. Os cônjuges ligados pelo sacramento do matrimónio apercebem-se do que diz a Escritura: Deus é amor: aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus permanece nele”.

A tática do diabo

Este amor de Deus deve ser um conforto constante. Diz Angela Musolesi, uma terciária da ordem franciscana e colaboradora do Padre Gabriele Amorth, o principal exorcista do Vaticano até à sua morte em Setembro de 2016: “Enquanto estivermos com o Senhor, o perigo não existe. Ou aparece pela vontade de Deus, como uma prova necessária para a nossa salvação”, sublinha ela no seu livro Vincere il demonio con Gesù (Vencer o demónio com Jesus).

[O Maligno] queria destruir Cristo; 
agora quer destruir aqueles que procuram ser como Ele…

Mas qual é a intenção do demônio quando age? Ele tem um único objetivo: destruir o rosto de Deus que está em nós. Assim explica Angela Musolesi num dos seus livros: «Somos feitos à imagem de Deus; o amor de Deus está em nós, deu-nos o seu rosto. O diabo quer impedir a nossa conformidade com Cristo. Opõe-se a esta semelhança com Jesus, não quer que sejamos como Ele. Ele queria destruir Cristo; agora quer destruir aqueles que procuram ser como Ele…”, escreveu ela.

Se o diabo não pode penetrar na alma porque não há acesso, ele pode ter sucesso em outras esferas: psíquicas e corporais. Então, para vencer as armadilhas de Satanás, é essencial conhecer suas três táticas principais que dividem o casal: desviar da oração, exaltar o individualismo e, finalmente, distorcer a sexualidade.

1. DESVIAR-SE DA ORAÇÃO

Satanás divide o casal, em primeiro lugar, dissuadindo-o de rezar, especialmente em casal e família. Muitas famílias já não rezam juntas, como no passado. «Quando dois ou três estão reunidos em meu nome, eu estou ali, no meio deles», dizia Jesus aos seus discípulos (Mt 18, 20). O Maligno sabe disso, ele sabe quando as famílias rezam o Terço juntas. Infelizmente, hoje esta tradição desvanece-se e aproveita-se dela», explica numa conferência o padre Ambrogio Villa, sacerdote exorcista da diocese de Milão (Itália).

2. EXALTAR O INDIVIDUALISMO

A segunda tática do diabo contra o casal e a família é a exaltação do individualismo. O Maligno encoraja essa atitude de várias maneiras. Por exemplo, ele fomenta discussões em que maridos e esposas falam palavras duras e ofensivas. Faz crer a cada um dos cônjuges que pode tomar decisões relativas ao quotidiano sem o parecer do outro. Encoraja a defender ferozmente os direitos individuais e egocêntricos sem ter em conta os do outro. «Satanás exalta tanto o individualismo que leva à destruição da família», afirma padre Ambrogio Villa. O individualismo arruína o casal e a família, que é uma instituição cuja essência é a troca de amor», acrescenta.

3. DISTORCER A SEXUALIDADE

A sexualidade é um campo muito atacado pelo Maligno porque é o lugar de comunhão mais profunda dos esposos. “Ele divide os cônjuges em tudo, mas principalmente em sua vida sexual. Ele quer impedir esse relacionamento no nível do coração. Em vez de estar em um amor verdadeiro, o adversário desvia o casal em algo que é marcado por impulsos. O eros é importante, mas deve ser transfigurado pelo amor de doação. O risco é não respeitar esta ordem, a do verdadeiro amor”, explica a Aleteia o padre Didier Moreau, sacerdote exorcista para a diocese de Rennes (Ille-et-Vilaine).

A estratégia do adversário é, portanto, dividir os esposos desequilibrando a sua sexualidade, quer encorajando os excessos e as transgressões, incluindo a pornografia ou a infidelidade que parasitam a verdadeira dimensão do amor, quer fazendo o contrário: suprimindo completamente sua relação sexual. Com efeito, muitas vezes «o diabo pode entrar na vida de casal incitando os cônjuges a renunciar à sua intimidade. Evidentemente, uma família não se desfaz em primeiro lugar por causa da sexualidade, porque a sexualidade não é a primeira coisa, mas também não é a última», alerta o padre Villa.

Fonte: Aletéia

Nossa Senhora do Rosário, rogai por nós!

quarta-feira, 16 de novembro de 2022

Olhos e olhares de Maria

Shutterstock | Immaculate


Olhando os olhos de Maria experimentamos a confiança que se revela no brilho do olhar de uma mãe amorosa

Uma das coisas que mais me fascina nas aparições de Nossa Senhora, é justamente o olhar de Maria.

Os olhos de Maria olham para o fundo do coração. São olhos capazes de ver sentimentos e perceber sensações, de descobrir, pelo semblante, as tristezas que a vida nos impõe.

Olhando os olhos de Maria experimentamos a confiança que se revela no brilho do olhar de uma mãe amorosa. Por esse olhar, saberemos que Ela é capaz de nos ver e nos guardar na memória do seu próprio coração.

Em suas aparições, Maria vem e mostra-se como se vivesse todos os dias para estar junto de cada um de nós, em nosso tempo, ao lado da nossa gente, com aqueles que ela mesmo chama, carinhosamente, de “seu povo”. Sempre! Em cada aparição!

Ela se mostra com o jeito de cada lugar onde ela é amada. É feita a reconciliadora na fé. Ela é sempre aquela que se fez serva humilde do seu Deus e discípula fiel do seu Filho. Na França, no ano de 1846, em La Salette, ela se fez camponesa para aproximar-se de Maximino e Melânia e dar a eles a serena certeza de que era simplesmente uma mulher de Deus que estava ali na montanha a chorar pelos problemas e pelas dificuldades desse mundo.

Maria se faz Mãe

Ela se faz Mãe e mostra-se dolorida no coração, a ponto de chorar por tantas indiferenças que acontecem a cada novo dia.

Também é camponesa, mulher simples, que se enche de luz para dizer que entre as trevas dos caminhos tortuosos da humanidade, ela ilumina a nossa estrada rumo ao reino do Deus da vida.

Ela é também mulher forte, fazendo-se sinal de uma incrível maternidade semeadora de vida. Olhos grandes, lábios vivos, touca na cabeça, avental, vestido longo… Ela é o próprio perfume das tantas flores que estão ao seu redor.

Como sinal de sua importância, ela tem uma coroa na cabeça que, longe de lhe fazer uma isolada rainha, faz dela uma mulher de virtude, de perseverança, de palavra e de decisão.

Maria tem sempre à sua frente o Cristo, aquele que foi gerado nas suas entranhas para reconciliar as entranhas pecadoras que formam o mundo e o nosso jeito de ser com Deus, com os irmãos, com a natureza, conosco mesmos e com a nossa história.

Maria e seu olhar especial

E esses olhos que ela tem, que beleza! Olhos bem abertos, de uma atenção sensivelmente maternal, a olhar para o horizonte daquelas montanhas, em La Salette, mas também a enxergar aqueles dois pequenos pastorzinhos que se aproximam do seu coração. “Vinde meus filhos”. Ela queria olhar bem para eles e contar-lhes uma novidade, para assim nunca mais esquecê-los.

Eu penso que Nossa Senhora não esquece de cada uma das crianças para as quais ela apareceu, até porque as olhou e as guardou como imagem santa, como obra da caridade de Deus, como dom e possibilidade para um novo tempo…

Maria nos olha com um olhar especial. Ó Bela Senhora, dos olhos profundos, olhe-nos sempre, guarde-nos sempre, ilumina-nos sempre, faça-nos para sempre vossos filhos e filhas. Amém.

Pe. Adilson Schio, reitor do Santuário N. Sra. da Salette, pelo Hozana

Fonte: Aletéia

Nossa Senhora, Mãe da Divina Misericórdia, rogai por nós!

terça-feira, 15 de novembro de 2022

Pensava que o melhor era morar juntos sem casar, mas descobri que…

Shutterstock

Uma jovem veio consultar-se com a terapeuta Orfa Astorga porque o seu parceiro estava a separar-se. Foi aí que ela percebeu coisas importantes

O meu namorado e eu decidimos ir morar juntos, porque a nossa relação é tão autêntica que pensávamos ser desnecessário sujeitá-la às formalidades do casamento, que para nós é apenas para o reconhecimento social ou para nos sentirmos honrados, o que não é a questão, disse-me uma jovem inteligente que eu atendi no consultório.

Mas acontece que estamos tendo dificuldades, e mesmo que o meu namorado não aceite ajuda, estou disposta a lutar por uma mudança, acrescentou ela com alguma apreensão.

Por que considera a sua relação autêntica? – perguntei, orientando o diálogo.

Simplesmente porque é um amor cheio de sensibilidade, espontaneidade e livre de julgamentos sociais.

Algo não está a funcionar

No entanto, algo não está a funcionar e…. todo efeito têm uma causa.

Bem, sim – disse-me ela –, mas penso que o problema não está na nossa relação, mas nas nossas personalidades… O que diz sobre isso?

Penso que está a agir com a intenção certa, mas com a consciência errada, tentando alcançar o bem pelos meios errados.

Desculpe-me, mas parece ser o início de um sermão que já ouvi antes, ela defendeu-se

Obviamente não é um sermão. No entanto, o verdadeiro problema é quando alguém, percebendo o seu erro, mas não o aceita e se justifica, cria assim a sua própria consciência, sem ter em conta a realidade. Depois disso, passa-se de uma ignorância sem culpa, mas que poderia ser superada, para uma ignorância que é realmente culpada.

A vontade iludida

Ocorre que, nas relações amorosas, a inteligência, por um juízo errado, pode enganar a vontade, apresentando espontaneidade, instinto, os sentidos ou sentimentos por si só como a autêntica validação do amor.

javi_indy | Shutterstock

Ela me disse: – Bem, se estás a falar de tais características humanas… Porque é que elas deveriam ser necessariamente algo mau para se tomar uma decisão livre no amor?

Não são inerentemente assim – eu disse–, mas no amor, inteligência e vontade devem governar para que, na ordem do bom amor, não simplesmente se imponham, mas decidam livremente aceitar ou rejeitar uma relação, de acordo com a sua verdade, como algo bom ou não.

Descobrindo a verdade do que está a acontecer

OK, mas como sei que, no nosso caso, o meu parceiro e eu não estamos a decidir sobre algo bom para nós?

Pense que uma decisão, quanto mais livre, mais responsável; quanto mais voluntária, mais consciente; e quanto mais permanente, menos inconsequente, instável e casual.

Para ser honesta – ela me disse–, na nossa relação há muita indecisão por parte do meu parceiro

Por isso, você deve considerar que o problema reside mais na forma como se relacionam afetivamente do que em outras disfunções da sua personalidade, e que, portanto, é nesta dimensão que deve formar corretamente a sua consciência, a fim de corrigir, de acordo com a verdade. E então já não será necessário justificar os seus problemas.

Deve ser assim, pois o amor livre, de acordo com a própria consciência, não é o mesmo que a liberdade de amar, dentro de uma consciência corretamente formada perante Deus, e perante os homens.

Caso contrário, uma relação que tenha nascido com um amor desordenado pode tornar-se fatal, inconsistente, fugaz, instável e arbitrária.

A minha paciente tomou nota, e algum tempo depois tinha convencido o seu parceiro a trabalhar a sua afetividade, a conjugalidade do amor e a preparar-se ao verdadeiro casamento, a fim de tornar a sua relação autêntica, para assim formar uma família.

A consciência é o mais nobre no homem e na mulher, e se a liberdade aponta para a parte mais profunda da sua dignidade, a consciência aponta para o próprio ser da pessoa.

Fonte: Aletéia

Nossa Senhora do Rosário, rogai por nós!
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