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segunda-feira, 14 de junho de 2021

Falece freira carmelita viúva e mãe de dez filhos

Mark R. Miller @4T9NER via twitter

Francisco Vêneto 

O surpreendente relato do nono filho da freira que tinha 28 netos viralizou nas redes sociais


Faleceu nesta semana uma freira carmelita viúva e mãe de dez filhos: a irmã Mary Joseph of the Trinity (Maria José da Trindade), de 92 anos, estava no convento de clausura da ordem carmelita em Des Plaines, no estado norte-americano de Illinois, já fazia mais de 30 anos. Ela entrou no Carmelo em 1989, cinco anos após o falecimento do esposo, Richard Miller, em 1984.

Seu nome de batismo, antes de tornar-se freira, era Ann Russell Miller. Nascida em 1928, ela “tinha um milhão de amigos”, segundo o relato de seu filho Mark R. Miller, que, aliás, acrescenta sobre a juventude dessa mãe inusitada:

“Ela fumava, bebia, jogava cartas. Esteve grávida durante mais de 400 semanas da sua vida”.

Freira carmelita viúva e mãe

Foi Mark, ainda, quem anunciou de modo muito peculiar, via rede social, a notícia da partida da mãe freira para a vida eterna:

“Morreu hoje, aos 92 anos, uma freira do mosteiro carmelita de Illinois. Ela era uma freira muito incomum. Não cantava muito bem. Costumava chegar atrasada aos ofícios do convento. Ela era minha mãe”.

O filho continuou:

“Só a vi duas vezes nos últimos 33 anos, desde que ela entrou no convento. As carmelitas são uma ordem contemplativa. Elas não dão aulas nas escolas, nem trabalham nos hospitais, nem sequer saem do lugar onde moram. Elas rezam e vivem em silêncio 23 horas e meia por dia. Quando você vai visitá-las, não pode abraçá-las nem tocá-las. Você fica separado delas por várias grades de metal”.

O nono filho da freira


O peculiar relato de Mark prossegue:

“Eu não sou o único filho da freira. Nem de perto. 
Eu sou o nono dos seus dez filhos. 
Ela tem 28 netos, alguns dos quais ela nunca viu pessoalmente. 
Ela também tem mais de uma dúzia de bisnetos e nunca pegou nenhum deles no colo”.

O nono filho da freira carmelita viúva e mãe comenta mais um pouco sobre a juventude dessa mulher fora do comum:

“Vocês devem ter adivinhado que ela nem sempre foi freira. Ela cresceu em San Francisco e no Oregon e estudou na Califórnia e em Nova Iorque. 
Teve um namorado e se casou aos 20 anos. 
Dirigia tão rápido e tão arriscado que as pessoas saíam do carro com os pés vermelhos de tanto pisar em freios imaginários. 
Num único dia, ela parou de fumar, de tomar bebidas alcoólicas e de tomar café e deu um jeito de não matar ninguém em decorrência disso”.

Um aviso prévio de dois anos

Ann, que também foi mergulhadora em águas abertas, surpreendeu a prole em 1987 ao organizar dois almoços separados, um para as cinco filhas e o outro para os cinco filhos, e anunciar-lhes que, dentro de dois anos, entraria no convento de clausura das carmelitas.


Mark relata que, passados aqueles dois anos de aviso prévio, sua mãe “deixou tudo o que tinha no mundo. Em seu 61º aniversário, fez uma festa de despedida com 800 convidados, num hotel de San Francisco, e, no dia seguinte, voou para Chicago”.

Em 2005, o jornal San Francisco Gate dedicou uma reportagem a essa freira de trajetória nada comum:

“Ann Russell Miller era uma ‘socialite’ rica de San Francisco. 
Seu pai era presidente da Southern Pacific Railroad. 
Seu sogro fundou o que viria a ser a Pacific Gas and Electric. 
Ela teve uma vida movimentada e sociável: presidiu várias instituições de caridade, navegou pelo Mediterrâneo, tinha vários óculos para combinar com suas roupas e fazia compras quatro dias por semana em uma loja da Elizabeth Arden”.

O jornal também citou, naquela reportagem, que Richard e Ann costumavam dizer, em tom de brincadeira, que, se um deles falecesse antes do outro, aquele que restasse entraria para a vida contemplativa: ele iria para um mosteiro trapista e ela para um convento carmelita.

E foi lá que a freira carmelita viúva e mãe de dez filhos viveu seus últimos 33 anos, “fazendo terços com pétalas de rosa e dormindo na sua própria cela”, como descreve seu filho Mark. 
Ele encerra seu depoimento, aliás, dizendo não estar de luto e pedindo a ela que “dê um alô ao papai por mim”.

Com informações da agência ACI Prensa

Fonte: Aletéia

Nossa Senhora do Carmelo, rogai por nós!

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